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Foram divulgados os resultados do Desafio Caça Asteroides, inciativa do International Astronomical Search Collaboration (IASC), programa de ciência cidadã da National Aeronautics and Space Administration (NASA), em uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), por meio do Canal Ciência.

A campanha foi lançada em junho de 2020 pelo ministro astronauta Marcos Pontes no programa “Bate-papo Ciência e Tecnologia do Dia a Dia” e tinha por objetivo fazer com que pessoas comuns, os cidadãos, ajudassem a Ciência a encontrar asteroides.

De acordo com a doutora em Biotecnologia e pesquisadora do Canal Ciência, Hetiene Pereira Marques, a função da campanha consiste na busca por asteroides localizados no cinturão entre Marte e Júpiter. “Muitos destes asteroides ainda não foram catalogados e oferecem risco ao planeta Terra”.

Ainda em junho, a ação recebeu a inscrição de quase 500 equipes – incluindo uma dos Estados Unidos – e as primeiras 20 inscritas participaram do treinamento inicial realizado pela professora e coordenadora-geral de Popularização da Ciência no MCTI, Silvana Copceski Stoinski, com apoio do Ibict.

O esforço das instituições parceiras e a dedicação das equipes renderam bons frutos e, durante as duas campanhas realizadas entre junho e agosto, foram encontrados 20 asteroides que ainda não haviam sido catalogados pelo IASC, os chamados asteroides preliminares, sendo cinco na primeira edição e quinze na segunda.

Para Helia Chaves, responsável pela Coordenação de Inclusão Informacional e Divulgação de Ciência e Tecnologia (COIND), estes resultados significam ineditismo. “Cada asteroide preliminar localizado pelas equipes poderá ser batizado com as iniciais da pessoa que o encontrou”.

Helia explica que o Ibict, por meio do Canal Ciência, participou de todo o planejamento e implantação do desfio Caça Asteroides junto ao MCTI. “Tínhamos reuniões frequentes e contatos diários com Silvana Copceski. Criamos uma metodologia com os procedimentos e formulários para inscrições online e contatos com os participantes, elaboramos conteúdos diversos. Hetiene pegou o material básico fornecido por Silvana, pesquisou conteúdos na Web para complementar e elaborou a “Apostila de Treinamento Caça Asteroides”, que é utilizada até hoje em todas as campanhas”.

“Participamos dos treinamentos das equipes nas duas primeiras campanhas e da Videoconferência de abertura e encerramento do primeiro grupo, em que falamos sobre o IBICT e sobre o Canal Ciência. Além disso, produzimos dois vídeos, que nós mesmos propusemos ao MCTI. Essa produção, totalmente feita por Marcos Sigismundo, da equipe do Canal Ciência, envolveu: i) a redação dos roteiros, que foram discutidos e validados com a coordenação do Canal Ciência; ii) a criação e edição das imagens utilizando software de design de animações; iii) a narração do texto do roteiro, além da tradução de um deles para a língua inglesa; iv) e a produção final, com a narração em língua inglesa feita por um dos participantes da equipe dos Estados Unidos da primeira campanha: Greg Embry”, relata a coordenadora.

Em relação aos próximos passos, Hetiene afirma que “o Canal Ciência está trabalhando na consolidação da atividade no Brasil, como treinamentos e participação de outras instituições. O Ibict também será encarregado pela construção do site do Caça Asteroides dentro de uma plataforma de divulgação científica”.

Como funciona o desafio

Para realização do treinamento, as equipes foram separadas em campanhas e aprenderam como usar o software Astrometrica, do IASC, um dos elementos principais da atividade e que serve como base para a busca dos asteroides em imagens captadas por telescópios.

Segundo Hetiene, o IASC envia as imagens do cinturão captadas por um telescópio, situado na Universidade do Havaí, aos cientistas cidadãos que, por sua vez, analisam as imagens no Astrometrica e devolvem ao IASC os relatórios com os resultados de suas análises.

Após o exame desses relatórios, o IASC diz quantos asteroides preliminares foram encontrados. Tais asteroides passam, então, por um processo de análise da Minor Planet Center (Universidade de Harvard), organização que nomeia corpos no sistema solar, como pequenos planetas, cometas, satélites naturais e asteroides e, em seguida, passam para a fase de maior análise e futura nomeação.

Acesse o site do Canal Ciência e o Ciência em Casa MCTI para acompanhar as novidades e conhecer melhor esta e outras atividades promovidas pelo Ibict.

Lucas Guedes

Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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