Apresentação
O Programa de Aprendizagem Informacional foi criado em março de 2007 e tem, desde então, concentrado suas ações no estudo e aplicação de metodologias para a aprendizagem informacional no campo do ensino fundamental, tendo como piloto duas aplicações: uma em Campo Grande-MS e outra em São Luís do Maranhão.
O Programa é um processo de construção e desenvolvimento de habilidades e competências individuais e coletivas pelo estímulo à produção e ao uso de conteúdos pedagógicos utilizando novas tecnologias de informação e comunicação. Constitui-se em um caminho que leva à inclusão social e promove a autonomia e criatividade requerida pelas diretrizes filosóficas da sociedade da informação.
Trata-se de uma ação transversal que permeia todas as iniciativas de inclusão informacional do IBICT e tem como o ponto focal a transformação do aprendiz em autor. A idéia gira em torno de “aprendizagem e autoria”, ou de “pesquisar e elaborar”, tendo como meta fundamental o apoio ao desenvolvimento da autoria. Dessa maneira, o desafio maior do Programa é construir ambientes de aprendizagem efetiva com apoio de novas tecnologias de informação e comunicação.
Principais objetivos do Programa:
- Desenvolver ações e projetos de apoio à formação de competências informacionais e digitais para a inclusão do cidadão na sociedade da informação;
- Estimular a produção de conteúdos digitais, proporcionando ao aprendiz a oportunidade de se utilizar das tecnologias de informação e comunicação como ferramentas de escrita;
- Aprimorar, no aprendiz, a habilidade de saber pensar, produzir e expressar idéias (autoria).
Todo o processo de aprendizagem informacional pressupõe caminhar pela via da pesquisa e da elaboração do saber como exercícios permanentes da cidadania.
Histórico
Histórico
Em 2005, alinhado às diretrizes do Governo Federal que visam consolidar políticas públicas para realização de ações concretas na área social, o IBICT criou o Programa de Inclusão Social. Passou, assim, a utilizar sua experiência em organizar, armazenar e disseminar informação para atender a outros segmentos da sociedade que não faziam parte do seu universo de usuários até então. Além disso, passou a atuar diretamente na elaboração de metodologias para promover o desenvolvimento de habilidades necessárias ao acesso e uso corretos de informações na Internet, ao que se denomina “competência em Informação (information literacy)”, também chamada de “aprendizagem informacional” ou “aprendizagem em informação”.
A pedra fundamental do Programa foi a criação da revista Inclusão Social, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Lançada em 2005, a Revista veicula trabalhos inéditos em temas ligados a políticas públicas, projetos, estudos e pesquisas, voltados à questão da inclusão social.
Outras frentes foram abertas em direção à construção de um universo informacional onde ciência, tecnologia e inovação promovessem a convergência de ações em prol da inclusão e do desenvolvimento social. O IBICT passou a interagir com os mais diversos segmentos da sociedade brasileira e a trabalhar em metodologias e conceitos que propiciassem o melhor uso de sua expertise e de suas credenciais de órgão nacional de informação para imprimir sua contribuição na nova ordem brasileira: a de oferecer condições para a inclusão de todos os brasileiros na sociedade da informação.
Ao final de 2005, após a realização de estudos preliminares, o IBICT esboçou o seu primeiro Plano de Inclusão Social, onde foram projetadas seis linhas de ação em apoio às áreas identificadas como prioritárias:
- Ação 1 – Aprendizagem Informacional
- Ação 2 – Software Livre
- Ação 3 – Indicadores de Impacto Social
- Ação 4 – Popularização da Ciência e da Tecnologia
- Ação 5 – Acesso às Tecnologias Sociais
- Ação 6 – Corredor Digital para Inclusão Social
O Plano tinha como objetivos estratégicos contribuir socialmente para ampliar a base material da Sociedade da Informação no Brasil para as populações excluídas e identificar mecanismos e processos de integração institucional e tecnológica indispensáveis à inclusão sócio-digital.
Por entender que o cerne da questão da inclusão social no Brasil reside no processo educacional, o IBICT adotou a Aprendizagem Informacional como ponto central do seu Programa, por esta perpassar todas as demais ações, desde as relações produtivas às culturais e sociais. E, ainda, por entender que o uso efetivo das tecnologias é indissociável dessa aprendizagem, o IBICT incorporou ao conceito de aprendizagem informacional o de “aprendizagem digital”, complementando o processo de inclusão desde a montagem de laboratórios de informática para favorecer o acesso às tecnologias, até a promoção da competência no uso da informação – uma carência latente nas camadas menos favorecidas da sociedade brasileira.
O IBICT deu início, então, a uma série de estudos e projetos para concretização desse pensamento: Aprendizagem Informacional e Digital; Mapa de Inclusão Digital (MID); Programa Corredores Digitais: Rural e Indígena; e Centro Nacional de Referência em Inclusão Digital (Cenrid).
Em meados de 2008, o MCT e a Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal se uniram em torno de uma ação de vanguarda para que a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) fosse construída em bases modernas. Foi uma empreitada de grande impacto positivo na esfera social, que coloca à disposição da população espaços construídos com base em estudos aprofundados e com recursos tecnológicos de ponta, propiciados, respectivamente, pelo IBICT e pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Em julho de 2009, destacou-se a criação do Espaço do Pesquisador, para abrigar um acervo físico representativo de Ciência e Tecnologia, além de disponibilizar ferramentas tecnológicas para apoio a pesquisa, preservação, disseminação e popularização da área de C&T.
Em outubro de 2009, após terem sido avaliados os resultados concretos desses estudos e projetos, o IBICT avançou nos conceitos de seu Plano inicial e decidiu por imprimir com clareza a presença da marca de sua especialidade – a Informação – em prol de uma ação maior de inclusão social orquestrada pelo Governo Federal. Estabeleceu, assim, que as iniciativas de inclusão do IBICT passassem a se denominar Programa de Inclusão Informacional.
Descrição das Iniciativas de Inclusão Informacional
As atividades de aprendizagem informacional são transversais a todas as áreas do saber humano e as tecnologias de informação e comunicação tornam-se ferramentas cruciais para o sucesso efetivo dessa aprendizagem. Nesse aspecto, os projetos desenvolvidos pelo IBICT no campo da inclusão informacional têm forte componente educativo aliado ao desenvolvimento de instrumentos pedagógicos, metodologias e ferramentas simplificadas para facilitar o acesso a esse saber. São eles:
Aprendizagem informacional e digital – Processo de construção e desenvolvimento de habilidades e competências individuais e coletivas. Aplicada em ambientes de ensino, a aprendizagem informacional e digital constitui um caminho que promove a autonomia e a criatividade requeridas pelos sistemas sociais vigentes. Este é um campo onde se busca estimular a autonomia intelectual e o senso crítico de jovens, no intuito de torná-los produtores de informação e evitar que se transformem em agentes passivos e dependentes da informação produzida por terceiros. Da mesma forma, busca-se atuar junto àqueles que se encontram na condição de leitores passivos. A aplicação da aprendizagem em comunidades carentes tem como objetivo capacitar jovens e adultos no uso das tecnologias em preparação para o mercado de trabalho, e, por conseguinte, promover o desenvolvimento profissional, familiar, econômico-social e de cidadania.
Mapa de Inclusão Digital (MID) – Levantamento das iniciativas de inclusão digital no país por parte de agentes públicos e privados, os chamados Pontos de Inclusão Digital (PIDs). Por meio de uma metodologia própria, o IBICT assessora e transfere tecnologias a alguns Estados, em parceria com as respectivas Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia, para apoiar o planejamento das ações locais de inclusão digital.
Corredores Digitais (Rural e Indígena) – Com base nos conceitos da Aprendizagem Informacional e Digital, o IBICT e a Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (SECIS/MCT), em parceria com a Secretaria de Educação do DF, desenvolvem projetos de capacitação presencial de professores do ensino fundamental e do ensino médio de escolas públicas localizadas em áreas rurais do entorno de Brasília. Em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai), realizou-se um projeto piloto em áreas indígenas da nação Tukano, do Alto Rio Negro, Amazonas. Foram desenvolvidos conteúdos impressos e digitais, bem como ferramentas tecnológicas específicas, tomando como base as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Indígena, para capacitação de professores indígenas de ensino fundamental, que passaram a atuar como multiplicadores.
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