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Sexta, 24 Fevereiro 2006 11:46

Entrada em vigor da ISO 14.025 pode restringir exportações de produtos brasileiros

Com a entrada em vigor da norma de rotulagem ambiental do tipo III, definida pela ISO 14.025, em 2006, os exportadores brasileiros podem ficar em uma posição frágil perante o comércio internacional. O alerta foi feito pela coordenadora do Projeto de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Celina Rosa Lamb. Ela disse que a norma estipula a necessidade de que todos os produtos industriais, comerciais e de serviços sejam produzidos dentro do conceito da ACV.

“A norma, apesar de voluntária pode acarretar barreiras comerciais aos exportadores brasileiros que não adotarem procedimentos formais de cuidado ambiental na extração, vida útil e no descarte final dos seus produtos, podendo tornar-se, inclusive, até um dos requisitos dos editais de compra e venda de produtos”, explicou a coordenadora.

O Ibict, segundo Celina Rosa Lamb, considera o projeto de implantação de um modelo nacional vital para o desenvolvimento do país e, por isso, está atuando ativamente na criação de um sistema de inventário de ciclo de vida de produtos e serviços brasileiros, fator fundamental para a realização de estudos da ACV.

A Avaliação do Ciclo de Vida poderá ser uma resposta urgente aos requisitos ambientais dos acordos comerciais internacionais e de virtuais experiências de validação para certificação de rótulos ambientais”, esclareceu a coordenadora. Segundo ela, a ACV será uma conquista para a sociedade, para o governo e para o setor produtivo.

Para Rosa Lamb, a parceria com instituições que trabalham com ACV no governo, na academia, nas instituições técnicas e de pesquisa, nas empresas públicas e privadas e nas organizações não governamentais (ONGs), em nível nacional e internacional, é fundamental. Como exemplo, ela citou o projeto Capacity Building/Technology Transfer, que é financiado pela Secretaria de Assuntos Econômicos da Suíça. O projeto contempla um ciclo de palestras divididos em três workshops. A execução do treinamento é feita pelo EMPA – Laboratório de Materiais da Suíça.

“O projeto prevê a participação de técnicos brasileiros em atividades de capacitação, presencias ou não, oferecidas por técnicos suíços ligados ao Centro Suíço para Inventários de Ciclo de Vida (Ecoinvent). O Instituto Ekos Brasil/Câmara, Brasil-Suíça e a Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV) são os intermediários da ação”, enfatizou.

O Brasil, conforme Rosa Lamb, ainda não dispõe de uma estrutura para o armazenamento e disponibilização de dados de inventários. “Nós utilizamos dados e experiências de outros países, muitas vezes não compatíveis com a realidade nacional. O método ACV é um conceito novo, e a sua aplicação em países em desenvolvimento será um fato real no futuro, beneficiando os consumidores com produtos ecológicos e o governo com o desenvolvimento de uma política ambiental. Além disso, as empresas serão beneficiadas com a redução de seus custos e com o exercício da responsabilidade social”, afirmou.

O processo de implantação da ACV no Brasil foi encampado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que incumbiu o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) de desenvolver a Base de Dados Nacional, promovendo a disseminação do novo modelo de rotulagem ambiental entre o setor produtivo do país. A equipe multidisciplinar ACV é composta de membros do Ibict/UnB/USP, que imbuídos do mesmo objetivo, discutem uma vez por semana o andamento do projeto. Celina Rosa Lamb, coordenadora do projeto ACV no Ibict, Marcos Novaes, técnico de informática do Ibict, Sander Renato Ferreira, gestor ambiental na área de inventário, que trabalha no Ibict; os professores da UnB Armando Caldeira Pires, da engenharia mecânica, Carla Castanho e Jorge Fernandes, ambos da ciência da computação, Marisa Brascher, da ciência da informação; integram, junto com o professor da USP Gil Anderi da Silva, a equipe ACV.

“Esse foi um dos melhores resultados alcançados pelo projeto até agora. São pessoas que trabalham com dedicação. Todos são especialistas nas suas respectivas áreas de atuação e estão compartilhando experiências”, explicou Sander Renato Ferreira.

Países como a Suíça, Dinamarca, França, Estados Unidos e Alemanha já vêm trabalhando para fazer com que suas indústrias adotem a prática da ACV, mantendo a dianteira no processo de competição exigido pelos mercados mundiais. Na América Latina, alguns países já deram a largada para a adoção da avaliação em muito dos setores produtivos. México, Colômbia e Costa Rica estão desenvolvendo ações de produção e consumo ambiental, sendo que o Chile já introduziu a ACV em sua indústria mineira, principalmente no segmento de cobre.

Mais informações podem ser obtidas no site http://acv.ibict.br

Assessoria de Comunicação Social

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)

 

Data da Notícia: 24/02/2006 10:40

 
Última modificação em Quarta, 11 Dezembro 2019 16:06
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