A ministra referia-se ao dilema com que hoje o mundo se defronta: uma humanidade que tem uma bagagem de conhecimento acumulada, na qual o conhecimento tem circulação praticamente instantânea, de modo que a última descoberta científica encontra-se noticiada imediatamente ao redor do mundo. Para a ministra, além da virtude de organização do conteúdo atual, de produção recente, as bibliotecas digitais cumprem também importantíssima função de preservação, aliada à democratização de acesso a documentos antes inacessíveis, devido aos cuidados com que precisam ser manuseados.
Segundo Ellen Gracie, qualquer estudioso pode comparecer ao sítio da Biblioteca nacional e folhear, a seu gosto, por exemplo, o Atlas de Fernão Vaz Dourado, de 1576, com alguns dos primeiros mapas da América do Sul, ou os Tratados da Terra e Gente do Brasil, de Fernão Cardim, de 1540. Ou outras tantas obras raras já digitalizadas por inúmeras bibliotecas ao redor do mundo. “E o leitor o faz quando melhor lhe pareça, liberto das limitações de horário de consulta e onde quer que se encontre o seu computador. Por tudo isso, não há dúvida de que as bibliotecas voltam a ter a primazia como centros preponderantes de preservação e produção cultural que tiveram na Idade Média. A diferença é que, agora, terão formato virtual e sua potencialidade de atuarem como difusoras de idéias está incomensuravelmente ampliada. Portanto, temos muito que aprender nestes três dias de reunião”, salientou.
Emir Suaiden, diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), disse que o Seminário de Gestão da Informação Jurídica em Espaços Digitais é um marco na implantação de uma sociedade da informação no Brasil. De acordo com Suaiden, eventos como este trazem parceiros de países como os Estados Unidos da América, França e Alemanha, que estão em estágio muito mais avançados e utilizando as tecnologias da informação.
“Outro fator importante é que o evento ocorre na área jurídica, uma área fundamental para o desenvolvimento do país. E à medida que você tiver programas, softwares de acesso à informação digital jurídica, facilita e muito o trabalho. Os grandes problemas na área jurídica são o excesso de processos e a evolução tecnológica, sendo assim, pode haver uma contribuição muito grande para a resolução de alguns deles”, enfatizou.
Emir Suaiden explicou que o fato de o Ibict, juntamente com o Supremo Tribunal Federal (STF), a Universidade de Brasília (UnB), o TST e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), estar proporcionando o evento, mostra que pode haver uma multiplicação do resultado dele em todo o Brasil. “Nós estamos muito satisfeitos com o evento e com o apoio da ministra Ellen Gracie. A idéia do seminário foi da ministra e o Ibict apenas contribuiu dando sugestões para a realização dele”, observou.
O evento, organizado pela Secretaria de Documentação e a Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal do STF, ocorre de 12 a 14 de fevereiro de 2007, com transmissão ao vivo pela Internet, e pode ser acompanhado pelo site www.stf.gov.br/sijed. Está prevista a participação de 500 pessoas, entre arquivistas, analistas de sistemas, estudantes, advogados e bibliotecários. No total, 26 palestrantes, entre os quais seis estrangeiros vindos da Itália, Estados Unidos e França, estarão expondo temas como direitos autorais em espaços digitais; tratamento da informação digital; arquitetura da informação na prática; fundamentos da arquitetura da informação; recuperação da informação jurídica em espaços digitais e acessibilidade, entre outros tópicos.
Assessoria de Comunicação Social
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)
Data da Notícia: 13/02/2007 10:41
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