O portal CanalCiência, serviço mantido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) para divulgação de pesquisas científicas e acadêmicas feitas no Brasil, publicou estudo desenvolvido pelo pesquisador Alfredo Kingo Oyama Homma, da Embrapa Amazônia Oriental. O Portal aproveita o fato de que, no dia 18 de junho de 2008, o Brasil celebrará o Centenário da Imigração Japonesa no país, para divulgar a presença e as contribuições dos japoneses no desenvolvimento da agricultura da Amazônia.
Pesquisa
Em sua pesquisa, Homma resgata a história da imigração japonesa na região amazônica (que completará 80 anos, em 2009) e sua contribuição no cultivo de juta e pimenta-do-reino, com seus principais personagens e impactos produzidos na agricultura regional. Ele explica que a popularização das duas lavouras tornou evidente que os caboclos da Amazônia não foram contrários às inovações, tendo adotado as plantas exóticas, com suas dificuldades de cultivo e beneficiamento, atraídos pelas condições propícias de preço e mercado. Homma relata que esse comportamento é um indicativo fundamental e que se revela factível para vencer os desafios ambientais da região, na busca de um desenvolvimento mais sustentável, desde que sejam fornecidas condições de mercado e técnicas apropriadas.
O estudo de Homma levou 10 anos para ser concluído, compreendendo o período de 1997 a 2007. O trabalho teve como base a coleta de informações bibliográficas sobre a imigração japonesa no Brasil e em outros países, a análise de leis e decretos, entrevistas realizadas com os pioneiros da imigração japonesa, documentos particulares do autor, cujo avô materno, Ryota Oyama, foi o aclimatador da juta nas várzeas amazônicas na década de 1930. O resultado foi o planejamento e a publicação do livro A Imigração Japonesa na Amazônia: sua contribuição ao desenvolvimento agrícola, visando à comemoração dos 100 anos Brasil-Japão.
História da Imigração Japonesa no Brasil
No dia 18 de junho de 1908 chegou ao porto de Santos o Kasato Maru, navio que trouxe 165 famílias de japoneses, sendo a maioria dos imigrantes formada por camponeses de regiões pobres do sul e norte do Japão. Eles vieram trabalhar nas prósperas fazendas de café do oeste do estado de São Paulo. Alguns foram para outras regiões do país, como a amazônica.
No estado do Pará, por volta de 1929, os colonos nipo-brasileiros se instalaram em Acará (atual município de Tomé-Açu) e permanecem até hoje no mesmo local, onde se tornaram modelos no desenvolvimento de sistemas agroflorestais e da capacidade de adaptação às mudanças de mercado, adotando regras de conservação ambiental.
Na região norte, além de dar início às culturas aclimatadas, como a juta e a pimenta-do-reino, são responsáveis pelo desenvolvimento de lavouras frutíferas, como mangostão, rambutã, durian, melão, acerola, cupuaçu, açaí, maracujá, dentre outras. Desde a década de 1970, os japoneses promovem a valorização das frutas regionais da Amazônia.
Atualmente, são cerca de 1,5 milhão de nikkeis no Brasil (descendentes de japoneses que nasceram fora do Japão), representando a maior comunidade nipônica fora de seu país. No início deste ano, a Comissão Nacional Organizadora das Comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, junto ao governo, realizou a abertura oficial da celebração no Palácio do Itamaraty, em Brasília. A homenagem conta com grupos de trabalho nas áreas de agricultura; comunidade brasileira no Japão; comunicação e logística; cultura, esporte e turismo; educação e ciência; energia e desenvolvimento sustentável e oportunidades de negócios, à disposição da sociedade, com previsões de eventos em todo o território nacional.
Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas no portal CanalCiência: http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisas/pesquisa.php?ref_pesquisa=229
Fontes: sites Nippo Brasília, Sua Pesquisa e CanalCiência.
Assessoria de Comunicação do Ibict
29/04/2008
Data da Notícia: 29/04/2008 10:22
Redes Sociais