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Quinta, 20 Março 2008 10:28

Revistas acadêmicas migram para a web

Os periódicos científicos estão se adaptando à nova onda tecnológica promovida pela Internet. Editados por institutos de pesquisa, Universidades, empresas da área tecnológica, associações e organizações científicas públicas ou privadas, as revistas e jornais acadêmicos abandonaram a versão impressa e passaram a migrar para o mundo digital e virtual da World Wide Web.

Numa ação coordenada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da C&T, mais de 300 revistas brasileiras criaram suas versões digitais apenas nos últimos três anos.

A base da Biblioteca Eletrônica Scielo, mantida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP (Fapesp), em parceria com a Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), destinada a hospedar revistas eletrônicas, também criou outros 207 periódicos eletrônicos.

O movimento de migração, diante da força e da dimensão da Internet, fez, inclusive, com que jornais e revistas de caráter jornalístico famosos deixassem de circular como mídia impressa e passassem a criar versões exclusivamente digitais.

É o caso da Revista Life, que agora só existe em meio eletrônico, e do Jornal Los Angeles Times, que passou a circular na costa leste do EUA apenas em versão virtual. Além disso, o desenvolvimento da tecnologia levou o jornal "Yantai Daily", na China, e o "Les Echos", na França, a fazerem experimentos onde os dois jornais já podem ser lidos numa simples folha eletrônica.

Seer

A migração das Revistas Acadêmicas para a base digital pode ser feita por meio de um software em código livre, desenvolvido pela Universidade British Columbia, e customizado pelo Ibict para o Brasil.

A distribuição do software e o treinamento para a sua implantação e gerenciamento são feitos gratuitamente pelo Instituto por meio do Serviço de Editoração Eletrônica de Revistas (Seer), setor mantido pelo Ibict para disseminar e popularizar a tecnologia da migração das revistas impressas para o meio digital.

O Seer conta com uma equipe de técnicos especializados, que ministra cursos em Brasília e no Rio de Janeiro para ensinar os editores de periódicos científicos a fazer a transposição do modelo impresso para o digital. Os treinamentos acontecem durante o ano e podem ser agendados por meio do portal do Ibict (acesse http://www.ibict.br).

Inseer

Para apoiar organizações públicas e privadas que não tenham aparato tecnológico para criar e armazenar os periódicos digitais, o Ibict está lançando no dia 27 de de março mais um serviço gratuito, chamado de Inseer, que viabilizará a geração e a consolidação destes periódicos.

O Inseer tem o apoio da Finep e “tem o objetivo expresso de apoiar e estimular a construção e manutenção de revistas científicas de acesso livre na internet”, explica Hélio Kuramoto, Coordenador Geral de Pesquisa e Manutenção de Produtos Consolidados do Ibict, responsável pelo projeto.

Segundo ele, ao criar esse espaço aberto às revistas científicas, o Ibict “vislumbra não apenas estimular o surgimento de novas revistas, mas, principalmente, possibilitar a criação de oportunidades para a sustentabilidade de revistas científicas existentes, especialmente aquelas que não estejam ainda em meio eletrônico. Hoje algumas revistas científicas encontram dificuldades de sustentabilidade, devido em parte por seus altos custos e também por sua pouca visibilidade”.

Ainda, segundo Kuramoto, com a criação do Inseer, o Ibict “oferecerá à comunidade editorial científica um ambiente de alta visibilidade, dotado de ferramentas que facilitarão a gestão e manutenção de uma revista científica, otimizando, assim, o trabalho dos editores das revistas hospedadas neste espaço”.

As instituições interessadas em criar e hospedar uma revista eletrônica na Incubadora de Revistas do Inseer deverão encaminhar um projeto editorial ao Ibict, que será avaliado pelo seu Conselho Científico.

Open archives

A criação do Inseer é mais uma das ações liderada pelo IBICT, que busca inserir o Brasil no movimento mundial de democratização do acesso livre à informação. Os Open Archives (arquivos abertos) e os Repositórios Digitais de Acesso Aberto estão sendo adotados em todo o mundo, fazendo com que o movimento do acesso livre ganhe mais adeptos a cada dia.

“O arquivamento da informação científica em acesso livre traz benefícios substanciais para os cientistas e suas instituições. Quando uma Universidade decide criar um repositório institucional ou temático, ela está permitindo que a visibilidade de sua produção aumente, assim como, o impacto dos resultados das pesquisas promovidas por ela”, explica Kuramoto.

Leandro Marshall
Assessoria de Comunicação Social do Ibict

 

Data da Notícia: 20/03/2008 15:02

 
Última modificação em Sexta, 03 Janeiro 2020 10:08
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