O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) esteve presente no II Seminário de Acesso Aberto à Ciência Aberta em Moçambique. O evento ocorreu nos dias 13 e 14 de novembro, na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo. Participaram representantes de instituições de Moçambique, Brasil, Portugal e Suécia.
O seminário debateu os princípios, políticas e práticas da Ciência Aberta em cada um dos países participantes, além de promover a troca de experiências e capacitações para a promoção da ciência aberta nas instituições de ensino superior e de pesquisa em Moçambique.
“Tivemos a oportunidade de discutir os vários aspetos da Ciência Aberta para que Moçambique possa começar a criar a infraestrutura necessária e disseminar os princípios da filosofia e da cultura de abertura de dados”, afirma Bianca Amaro, coordenadora geral de Pesquisa e Manutenção de Produtos Consolidados do Ibict.
Durante o evento, Bianca Amaro e Eloy Rodrigues (COAR - Confederation of Open Acccess Repositories) apresentaram o panorama da Ciência Aberta no mundo. Bianca também fez uma apresentação sobre a situação e as tendências do Acesso Aberto no Brasil, mostrando a trajetória do movimento e suas vertentes.
O coordenador do Laboratório de Metodologia de Tratamento e Disseminação da Informação do Ibict, Washington Segundo, apresentou um painel sobre Gestão de Dados de Investigação no Brasil. O especialista destacou as experiências do Portal Brasileiro de Publicações Científicas em Acesso Aberto (oasisbr) e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), criados pelo instituto.
Workshops
Além do seminário, o Ibict realizou dois workshops voltados para comunidade acadêmica e pesquisadores.
Washington Segundo e João Moreira (CONFOA, FCT Portugal e OPEN AIR) promoveram um workshop sobre sistemas de gestão da pesquisa científica. “A atividade destacou como interoperar a produção científica com indicadores de avaliação e mensuração de dados”, conta Washington.
Bianca Amaro participou do Workshop Formação de Formadores, que busca replicar o conhecimento sobre ciência aberta para a comunidade científica e de pesquisa em Moçambique. Para ela, a realização das oficinas representou uma importante ação de disseminação do conhecimento. “A filosofia da Ciência Aberta vai ser multiplicada para várias instituições como universidades e institutos de pesquisa no país”.
Bianca Amaro acrescenta que outro objetivo do seminário é enriquecer a cooperação entre Brasil e Moçambique, que já possuem uma aproximação para apoiar a criação e o fortalecimento de repositórios científicos no país africano.
Atualmente, Moçambique possui dois repositórios científicos, o SABER (http://www.saber.ac.mz/) e a base da Universidade Eduardo Mondlane (http://www.repositorio.uem.mz/). De acordo com Washington Segundo, a maior dificuldade atual é a infraestrutura de base tecnológica do país. “Outro desafio é capacitar mais pessoas para cuidar dessas tarefas”.
Rede de repositórios dos países de língua portuguesa
Instituições dos países lusófonos buscam fortalecer a cooperação em políticas relacionadas com o Acesso Aberto ao conhecimento. Um dos objetivos é a criação de uma rede de repositórios da produção científica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), formada por nove Estados-membros.
Segundo Bianca Amaro, o seminário fortaleceu a discussão sobre Ciência Aberta em Moçambique. “O país está construindo a infraestrutura de Ciência Aberta. Espero que a nossa presença tenha fortificado a importância do país caminhar nessa direção e se preparar para participar da construção do repositório dos países da CPLP”.
Carolina Cunha
Núcleo de Comunicação Social
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