Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

O projeto Inventário do Ciclo de Vida para a Competitividade Ambiental da Indústria Brasileira (SICV-Brasil) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) completa, em 2012, seis anos de atuação, com resultados bastante expressivos. Em sua palestra, nesta quinta-feira (16/08), a chefe da divisão de Desenvolvimento e Inovação de Produto de Informação do Instituto e coordenadora técnica do projeto SICV-Brasil, Celina Rosa Lamb, elencou diversas ações implementadas pelo projeto, como a ontologia que está em processo de validação pelos especialistas em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e da área da ciência da informação. A ontologia organiza conceitos no âmbito da temática ACV.

Celina Lamb contou que foi desenvolvido, em parceria com a Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV), um curso básico em ACV modalidade a distância. “O curso se propõe a ensinar os fundamentos da ACV, suas aplicações e limitações”, explicou. Disse que foi elaborado um Sistema de Inventário do Ciclo de Vida (SICV-Brasil), porém ele ainda não está disponível ao público. Segundo ela, o SICV-Brasil é composto por uma base de metadados que organiza dados de inventários e exporta e importa inventários no formato ILCD (International Reference Life Cicle Data).

Além disso, Celina Lamb relatou que foi elaborada uma cartilha “O Pensamento do Ciclo de Vida”, com personagens de história em quadrinhos, a qual mostra a relação entre a fabricação de produtos e os impactos sobre a natureza, descrevendo o ciclo de vida de todo produto, o caminho que ele percorre desde que a matéria-prima é extraída da natureza, até seu descarte, semeando nas crianças a filosofia sustentável: repensar, repor, reparar, reduzir, reutilizar e reciclar.

Um das ações do projeto é a metodologia de Desenvolvimento de Inventário. Celina Lamb explica que se trata de um guia de elaboração de inventários, com base na norma ISSO 14040 e na iniciativa ILCD, visando facilitar o levantamento de dados de inventários. Também foi elaborado no âmbito do projeto ACV um jogo de seis erres interativo, que tem como temática a educação ambiental e a sustentabilidade, e um glossário que atende ao pensamento do ciclo de vida.

A coordenadora geral do projeto SICV-Brasil, Cecília Leite, afirmou que esse tem sido um grande desafio e ao mesmo uma oportunidade ímpar de interação com a indústria e integração dos setores governamentais, iniciativa privada e sociedade na construção de um programa de tal envergadura. “Entendo que a solicitação do MCTI para que o IBICT liderasse essa iniciativa foi uma forma de reconhecer nossa capacidade para responder a uma demanda tão grande. Posso afirmar que os resultados alcançados superaram as expectativas iniciais do projeto Finep, que deu origem ao processo que hoje se transformou no Programa Brasileiro de ACV pelo COMETRO. Esse fato consolida os resultados alcançados, pois além da construção do banco de dados ACV, desenvolvemos uma metodologia homologada pelos pares europeu, uma ontologia em fase de validação e uma linha voltada para a aprendizagem informacional, que são produtos como a cartilha e os jogos eletrônicos. Ainda temos muito o que fazer, mas saímos do marco zero e estamos caminhando em ritmo acelerado”, salientou.

Cecília Leite explicou ainda que inicialmente a criação projeto SICV –Brasil foi uma demanda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o IBICT, com a finalidade de desenvolver um projeto que tivesse como essência  gerar, organizar e disseminar informação em uma área importante como a indústria brasileira. “Mesmo sendo um desafio, ele é uma oportunidade. É um grande exercício com a própria indústria, pois o MCTI hoje tem inovação. Inovação se faz com a indústria, e de certa forma estamos nos tornando um órgão do governo que junta as informações, não só a massa crítica, mas ferramentas para que a indústria possa melhorar sua competitividade, colocando-nos no nível das grandes nações que já trabalham nesse campo. Além disso, nós não compramos ou importamos o software de nenhum governo. Nós desenvolvemos, sim, em parceira, um sistema e uma ontologia brasileiros. Estamos respondendo à altura do desafio que nos foi feito”, ressaltou.

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