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Quarta, 09 Setembro 2015 11:32

Análise internacional sobre produção colaborativa entre pares na era digital é destaque na nova edição da Revista P2P & INOVAÇÃO

Revista P2P & INOVAÇÃO lança nova edição analisando a produção colaborativa entre pares na era digital. Com pesquisadores nacionais e internacionais mostra os paradigmas das mudanças P2P; revolução e fase de transição a partir do P2P e do Commons; acesso aberto; movimento cooperativo nas empresas; gênero e inclusão digital.

O pesquisador Jean Lievens, em seu artigo “Can Capitalism reform itself and move towards a P2P society?”, analisa os paradigmas das mudanças P2P a partir de duas críticas feitas ao primeiro livro holandês sobre P2P, “Save the World”, de Michel Bauwens: “a viabilidade de renda básica incondicional dentro do sistema presente e a possibilidade de mudar gradualmente para uma sociedade P2P sem ‘derrubar’ o Capitalismo”. Dá como pistas o uso do código aberto e da Internet.

A partir da análise de uma das obras de Michel Bauwens, o segundo artigo da revista traz Bauwens falando sobre “P2P revolution and commons phase transition: notes on the nature of the revolution in the p2p/commons epoch”. Mostra-se a relação entre os conceitos revolução e fase de transição a partir do P2P e do Commons, ou seja, dos Comuns. É interessante para o leitor entender como se pode analisar o processo de transição do sistema dominante, as estruturas sociais, a crise do capitalismo neoliberal e a importância da produção entre pares, das novas formas políticas e das mobilizações sociais.

Femke Kaulingfrekse Ruud Kaulingfreks, com o artigo “Open-access communism”, trabalham a ideia de “commons” (Comuns) nos grupos que têm com base a Internet, mostrando iniciativas construídas com a filosofia de livre acesso a todos, uma vez que possuem características organizacionais que se tornam adequadas na busca de novas alternativas políticas e mais democráticas.

No mesmo caminho do que se chama de Comunismo no Capital, Michel Bauwens e Vasilis Kostakis trazem a análise “From the Communism of capital to capital for the commons: towards an open co-operativism”. Sob olhar crítico, questionam o movimento cooperativo com empresas que têm trabalhadores que sofrem vulnerabilidades estruturais e as iniciativas abertas que têm redes comuns de conhecimento, mas são dominadas por multinacionais. Para os autores, “quanto mais comunista o compartilhamento sob a mesma licença usado no processo colaborativo (peer production) de software livre ou hardware aberto, mais capitalista é a prática”. Para enfrentar o desafio, sugerem a convergência de modelos.

Ariane Durce Maciel, com o artigo “O lugar das mulheres: gênero e inclusão digital”, faz um panorama das conquistas femininas, identificando as diferenças de gênero no uso e apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) “como ferramenta de aumento da cidadania das mulheres na busca da igualdade entre os gêneros”. A pesquisa mostra o confronto entre inclusão e exclusão social e como a luta das mulheres brasileiras permite que hoje as jovens “se deparem com um ambiente mais igualitário em relação às oportunidades abertas pelo acesso à rede mundial de computadores”.

Os pesquisadores Patrícia Mallmann Souto Pereira e Valdir Jose Morigi fecham a revista analisando as “políticas públicas de inclusão digital em um contexto comunitário de favela e a questão da vigilância urbana na contemporaneidade”. Verificam o caso dos moradores da favela Santa Marta, do Rio de Janeiro (RJ), a partir das teorias defendidas por Bauman sobre formas sociais, comunidade, valores de solidariedade e o individualismo na sociedade contemporânea. Registram que “o contexto de mudança do espaço urbano da favela, com reflexo nas relações sociocomunitárias e que conduz à noção da vigilância e da insegurança, produz uma alteração no comportamento dos movimentos comunitários locais”.

O periódico é uma publicação semestral do Grupo de Pesquisa Economias Colaborativas e Produção P2P no Brasil do IBICT. Oferece espaço de reflexão e debate sobre experiências de produção colaborativa entre pares, levando em consideração a inovação nos âmbitos cultural, social e político. Está disponível no endereço http://revista.ibict.br/index.php/p2pinovacao/issue/view/139.

Eula D.T.Cabral.

Fonte: Editores da revista.

Créditos da imagem: Jobson Francisco da Silva Júnior

Data da Notícia: 09/09/2015 16:10

 
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