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Sexta, 28 Agosto 2015 11:38

Corredor Digital Rural dá início às atividades do segundo semestre

O Programa Corredor Digital Rural do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) reuniu, nesta quinta-feira (27/8), em Brasília, representantes das 28 escolas rurais do Distrito Federal (DF), o subsecretário de Modernização e Tecnologia da Subsecretaria de Educação do DF (SEEDF/SUMTEC), Jean Carlos Souto, e membros da Secretária de Educação do DF, para discutir a situação atual e as perspectivas do projeto para o segundo semestre de 2015.

Na pauta de debates, foram incluídos os seguintes temas: a segunda etapa do Curso de Informática, previsto para iniciar na segunda quinzena de setembro próximo; o agendamento de oficinas de aprendizagem informacional nas escolas rurais, as quais serão ministradas pelo Canal Ciência do Instituto; assim como a visita às escolas rurais, entre outros pontos. Os colaboradores do Ibict, Rossana Moura e Márcio Canedo, falaram sobre os primeiros estudos realizados por eles no âmbito do Corredor Digital Rural, os quais servirão de base para novas pesquisas e proposições de melhorias no Programa.

A diretora do Ibict, Cecília Leite disse estar esperançosa de que o instituto consiga juntar esforços com a Secretaria de Educação do DF, principalmente com a presença nesta reunião do subsecretário Jean Carlos Souto, para abrir novas frentes para o Programa Corredor Digital Rural. “O subsecretário me pareceu sensibilizado com o que ouviu a respeito do Corredor Digital Rural. Portanto, a intenção é dar uma nova dimensão ao projeto com uma nova fase iniciando agora, a qual reúne esforços técnicos e políticos para a amplitude dessa ação, referindo-se ao projeto de federalização do Corredor Digital Rural apresentado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)”, salientou.

O subsecretario Jean Carlo de Souto disse que é preciso romper barreiras e fronteiras e levar conhecimento, assim como facilidades para o jovem estudante que está no campo e que tem dificuldade de deslocamento para as áreas urbanas. “Precisamos que a educação que temos dentro do espaço urbano siga para o campo, provendo de conhecimentos e conteúdos o estudante rural. Podemos formar futuros profissionais para a melhoria do trabalho no campo, na agricultura e na pecuária, setores que produzem aquilo que dá sustentabilidade a nossa área urbana”, concluiu.

Ana Cristina Moreira, coordenadora da SEEDF/SUMTEC, afirmou que a parceria entre a Secretaria de Educação e o Ibict é de fundamental importância para a Secretaria de Educação e as escolas rurais, pois cria possibilidades de desenvolvimento de atividades que utilizem a tecnologia como ferramenta pedagógica para a ampliação da cidadania. “A ideia é ampliar o projeto para outras escolas para que os professores consigam fazer o planejamento de suas aulas e trabalhos mais qualificados com os estudantes. As escolas do campo têm muita dificuldade de conectividade, assim, a parceria também proporcionou equipamentos, conectividade, formação e bolsistas voltados para o projeto. Já podemos ver resultados significativos, bonitos, em relação à educação e à proposta pedagógica do Corredor Digital Rural”, contou.

Esteve presente também no evento Fernando Nogueira Rodrigues, professor voluntário do Curso de Manutenção de Microcomputadores, oferecido no primeiro semestre deste ano pelo Corredor Digital Rural às escolas rurais que compõem o projeto, confirmando sua disposição em ministrar o curso no segundo semestre.  Na ocasião, três professores deram depoimentos marcantes durante o encontro.

Para Regina Araújo, do Centro de Ensino Fundamental de Buriti Vermelho, que é professora readaptada por perda auditiva, o curso modificou sua vida. Ela conta que foi professora de história por muitos anos, mas quando soube da readaptação, sua vida mudou drasticamente. “Nenhum professor quer deixar de ensinar até porque é a profissão que ele escolhe. Isso gerou um sofrimento muito grande. Fui jogada no Laboratório de Informática e lá fiquei. Eu sabia ensinar história e muito pouco de informática, pouquíssimo. Fui ficando, aprendendo sozinha. Foi quando surgiu o curso e as coisas começaram a mudar. O laboratório começou a funcionar. Hoje, quando não vou, os alunos sentem falta. Com o curso não me sinto mais mutilada, hoje estou viva na escola e participo de todos os projetos, e os alunos entendem que o laboratório é um lugar de pesquisa e não para acessar o Facebook”, informou, lembrando que “quantas vezes tiver o curso, ela irá fazer”. E acrescentou: “Falo para a minha família que o dia do curso é o melhor dia da semana. Peço que os colegas repassem a importância do curso para as escolas que ainda não mandaram seus representantes”.

Osvaldo Freitas, do Centro de Ensino Fundamental Tamanduá, relatou que também é professor recém-readaptado. Ele afirmou que assim que chegou à escola foi informado do curso. “Já estava no laboratório de informática. Sabia apenas ligar e desligar os equipamentos e acompanhar os alunos. Era a minha rotina no laboratório. Quando tinha um problema no computador, eu o ignorava. Depois, com o conhecimento adquirido aqui, a coisa mudou. Os alunos entravam no laboratório de informática e me viam com as ferramentas na mão e o computador aberto. Antes, tinha um medo terrível. Hoje, posso pôr o computador na mesa, abrir e ver que não é nenhum bicho de sete cabeças. Vi um aluno dizendo: ‘olha, ele é um técnico também’. Aquilo me encheu a bola. Esse aprendizado fez toda a diferença”, comemorou Freitas.

A representante da Escola Classe Estância Pipiripau, Jannety Santos, lembrou que no começo o Ibict entregou 10 máquinas de computador para cada escola, e que o primeiro desafio foi encontrar um espaço para ele. “É muito triste saber que na época algumas escolas devolveram o equipamento, pois não tinham lugar para eles. A segunda etapa foi a Internet. Até hoje, estamos sem Internet. O que nós podemos usar off-line nós usamos. A terceira etapa foi a manutenção. Muitas máquinas estavam paradas, pois o fusível estava queimado. Com o curso, descobrimos que trocando o fusível, os computadores voltavam a funcionar. Ou seja, deu um novo ânimo e descobrimos que se aspirássemos e passássemos uma borrachinha na memória, a máquina voltava a funcionar. Queremos agradecer aos responsáveis pelo curso, pois é como se agora a gente abrisse a máquina e enxergasse o que está lá dentro. São quatro peças básicas apenas. Somos imensamente gratos pelo curso e pelo kit que ganhamos de presente do Corredor Digital Rural. Se cada laboratório tiver esta vivência, será maravilhoso. Obrigado por terem aberto os nossos olhos”, observou.

Por último, a coordenadora de Redes e Serviços de Informação de Novos Produtos do Ibict, Hélia Chaves, disse que foi apresentado ao MCTI um projeto de pesquisa para federalização do Corredor Digital Rural. Segundo ela, um dos pontos importantes do projeto é o repasse da metodologia do Corredor Digital a cinco Estados. “Com a aprovação por parte do ministério, o Ibict irá contar com a experiência dos professores das escolas rurais do DF e trabalhar muito com atividades a distância. O projeto prevê também o comprometimento de autoridades locais dos Estados a serem contemplados para que haja sustentabilidade do Corredor Digital Rural. Somos vistos pelo MCTI como um modelo consolidado e acreditamos que a nossa experiência no DF poderá ajudar outras escolas rurais de todo o País”, explicou.

Daniela Cunha
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

Créditos da imagem: Daniela Cunha e Hélia Chaves

Data da Notícia: 28/08/2015 12:35

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