O primeiro workshop sobre biodiversidade, urbanização e tecnologias digitais foi realizado nos dias 1º e 2 de abril, no auditório do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), em Brasília, na presença de representantes de 12 instituições, além dos participantes do grupo de pesquisa Transformações da Paisagem, Informação e Memória e do projeto Saberes do Cerrado. O evento contou com a apresentação do projeto da Biblioteca Digital do Cerrado (Fátima Tavares/Ibict); da Rede Cariniana – Preservação Digital (Miguel Arellano /Ibict); das Tecnologias digitais e participação social – caso do aplicativo DF 100Fogo (Professora Regina Araújo/UFSCar); das Bibliotecas Digitais (Professor Murilo Bastos da Cunha /UnB) e do Sistema Dspace (Marcos Novais /IBICT). A organização do evento ficou a cargo de Fátima Tavares, do Ibict, e de Vânia Soares, do Jardim Botânico de Brasília.
A diretora do Ibict, Cecília Leite, que esteve presente ao primeiro dia do encontro, acredita que o workshop foi extremamente importante para todos os atores envolvidos. “Espero que possamos usar esse espaço de interlocução para novas discussões. Nós do Ibict queremos contribuir com nossa expertise que é informação, organização, disseminação no que diz respeito à preservação do cerrado”.
A coordenadora do projeto Saberes do Cerrado no Ibict, Fátima Tavares, explicou que o objetivo do workshop é criar um espaço de interlocução técnico-científica sobre sistematização, gestão, preservação e disseminação de dados e informações associados à preservação de áreas protegidas em meio urbano e à história da ocupação do bioma cerrado. “A ideia neste momento é contextualizar aos nossos novos interlocutores os resultados e perspectivas futuras dessa proposta”, disse.
De acordo com Miguel Arellano, coordenador da Rede Cariniana, “todo o material produzido pelo projeto Saberes do Cerrado será preservado de forma segura, confiável e bem estruturada”. Arellano apresentou aos presentes durante o encontro a política da Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital.
Na tarde do primeiro dia, a professora Regina Araújo, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) ministrou sua palestra por videoconferência, diretamente da Suécia, contextualizando o processo teórico-prático do aplicativo DF 100Fogo, que visa detecção e monitoramento de fogo em áreas de preservação ambiental. “O aplicativo ainda está em fase de desenvolvimento e será aplicado ao Distrito Federal para a gestão do Jardim Botânico de Brasília (JBB) e Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília (EEJBB)”, explicou.
No segundo e último dia do workshop, o professor de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB), Murilo Bastos, proferiu palestra sobre a importância das bibliotecas digitais. Segundo o professor, elas devem essencialmente ser criadas pensando em sua continuidade e também nas parcerias firmadas para a concepção do projeto. “Nenhuma entidade tem todos os recursos humanos, tecnológicos e financeiros para montar uma biblioteca digital sozinha. O papel do Ibict é ser um elemento coordenador e divulgador dessas atividades”, explicou.
Na sequência, o coordenador de Desenvolvimento de Sistemas do Ibict, Marcos Pereira Novais, apresentou o DSPACE aos presentes. Desenvolvido para possibilitar a criação da Biblioteca Digital do Cerrado, o sistema possui funções de armazenamento, gerenciamento, preservação e dará visibilidade à produção intelectual do JBB; às pesquisas associadas à EEJBB; e às dimensões socioeconômicas e culturais relacionadas às populações locais. O DSPACE permite o gerenciamento da produção científica em qualquer tipo de material digital, dando-lhe maior visibilidade e garantindo a sua acessibilidade ao longo do tempo. “O sistema tem uma configuração facilitada e consegue atender a vários alvos e públicos”, explicou Novais. A Biblioteca Digital do Cerrado posteriormente abrigará as políticas de informação definidas pelos grupos de trabalho.
Representando o Jardim Botânico de Brasília, Vânia Soares, acredita que a parceria firmada com o Ibict foi importante para a viabilização do Centro de Excelência do Cerrado, que tem por objetivo se tornar um polo de pesquisa e divulgação do bioma Cerrado e será inaugurado no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. “As discussões estão sendo muito interessantes com novas ideias e parcerias. A partir do que foi discutido aqui compilaremos e já começaremos a aplicar nas nossas atividades”, disse.
Cláudia Mohn
Núcleo de Comunicação Social do Ibict
Créditos da imagem: Victor Almeida
Data da Notícia: 06/04/2015 11:50
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