Nos dias 3, 4 e 5 de março, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) promoveu, em Brasília, o Workshop sobre Sistema de Informação de Pesquisa Corrente (Current Research Information System – CRIS). O objetivo do evento foi apresentar a versão portuguesa do sistema, chamado PTCRIS, que está sendo implementado pela Fundação de Computação Científica Nacional, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal (FCCN/FCT).
Segundo João Mendes Moreira, diretor da área do Conhecimento Científico da FCT, o sistema CRIS reúne um conjunto de registros sobre projetos de pesquisa em ciência e tecnologia - sobretudo aqueles financiados com recursos públicos - organizados em bases de dados de acordo com padrões internacionais. Esses registros podem estar relacionados a repositórios de informações contendo publicações decorrentes de projetos de pesquisa, currículos de pesquisadores, informações sobre instituições de pesquisa e repositórios de dados brutos de pesquisas, entre outros.
“O sistema Cris atua na transferência de conhecimento. Começamos com ideias e estudos há dois anos em nosso programa. Espero que, com base na nossa informação, o programa CRIS brasileiro possa ser acelerado no país, pois este é um sistema que tem por objetivo facilitar a vida dos interlocutores do universo de ciência e tecnologia, assim como ajudar na interação com instituições, na candidatura a instrumentos de financiamento, atualização de serviços, e outras coisas”, salientou Moreira.
Mendes Moreira explicou também que um acordo de cooperação técnica surgiu durante a conferência luso-brasileira sobre acesso aberto, em outubro de 2014. “Depois da apresentação que fiz do programa PTCRIS, o Ibict ficou interessado em colaborar. Foram acionados mecanismos de cooperação, assim como assinado um memorando de cooperação técnica que cria condições de transferência de conhecimento”, disse.
A diretora do Ibict, Cecília Leite, falou da importância de trazer novos conhecimentos para o país. “Temos que liderar, estar na vanguarda no que se faz em termos de informação. A importância de trazer este trabalho para Brasília e para o Ibict faz parte do nosso planejamento de alçar o instituto ao patamar de referência na área de informação em ciência e tecnologia. Na verdade, trata-se de um projeto novo e inovador. Para nós é muito importante. Ele vem consolidar algumas consultorias que tivemos como o BIG Data, os indicadores, e várias outras que fizemos ao longo do ano passado. Assim, podemos consolidar este projeto com o apoio e a bagagem trazida por Portugal”, explicou a diretora.
Bianca Amaro, coordenadora do Laboratório de Metodologias de Tratamento e Disseminação da Informação do Instituto, traçou um panorama sobre as ações do Ibict em Acesso Aberto.
Entre os produtos e serviços citados por Bianca, a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), que integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa brasileiras, é uma iniciativa nacional muito bem-sucedida da qual fazem parte 111 instituições de ensino.
“Temos 61 repositórios digitais apoiados pelo Ibict. Cerca de 240 mil documentos relativos à produção científica estão disponíveis para a população. O Ibict trabalha ainda com Diadorim, que é um serviço de informações relativo às autorizações concedidas para o armazenamento e o acesso dos artigos das revistas brasileiras em repositórios digitais de acesso aberto. Já o SEER, Sistema de Eletrônico de Editoração de Revistas, é resultado da prospecção tecnológica realizada pelo instituto para identificar aplicativos que possibilitem o tratamento e a disseminação da produção científica brasileira na web”, disse, lembrando que o Ibict vem trabalhando junto a redes internacionais, e está cada vez mais presente no cenário internacional de informação em ciência e tecnologia.
Durante o evento o professor Paulo Egler, assessor da diretoria do Ibict, apontou que trazer para o Brasil os instrumentos e ferramentas do sistema CRIS terá importância significativa no desenvolvimento e no aperfeiçoamento de bases de dados como a do Mapa da Competência que hoje está disponível na página web do instituto relativa à cooperação internacional http://mapa.cint.ibict.br). Outro avanço que poderá resultar das ferramentas do CRIS é um aperfeiçoamento do sistema de currículo Lattes, sobretudo no que diz respeito ao seu preenchimento, uma vez que hoje existem sistemas que podem importar para o currículo referências bibliográficas que estão registradas em outras bases de dados, a exemplo da Thomson Reuters.
Daniela Cunha e Victor Almeida
Núcleo de Comunicação Social do Ibict
03/03/2015
Créditos da imagem: Victor Almeida
Data da Notícia: 06/03/2015 15:15
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