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Sexta, 23 Setembro 2016 12:02

Entrevista com Cristina Azorín Millaruelo, especialista em repositórios digitais da Universidade Autônoma de Barcelona

O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) vem promovendo, por meio da Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital (Rede Cariniana), ações de preservação digital de documentos eletrônicos brasileiros, garantindo seu acesso contínuo em longo prazo. Para o desenvolvimento desse trabalho, a Rede Cariniana conta com a participação de especialistas da área de diferentes países.

No mês de setembro, a Rede Cariniana recebeu a visita da bibliotecária da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), Cristina Azorín Millaruelo. A especialista veio participar de reuniões técnicas sobre assuntos relacionados à gestão e a avaliação de repositórios digitais.

O trabalho de cooperação do Ibict com a UAB resultará na construção de métodos de avaliação da preservação em repositórios digitais e em um serviço dirigido às instituições parceiras da Rede Cariniana.

No dia 28 de setembro, a especialista realizará uma apresentação dentro do ciclo de palestras “IBICT às quartas”. Na oportunidade, a bibliotecária ministrará uma palestra intitulada “Métodos de avaliação de repositórios digitais”.

O Núcleo de Comunicação Social do Ibict conversou com a especialista sobre a sua vinda ao Brasil. Confira:

Comunicação Social - A Espanha está iniciando a sua trajetória na área de preservação digital. Fale sobre o trabalho de preservação de documentos no seu país.

Cristina Azorín - Trabalho por volta de quatro anos com o repositório da Universidade Autônoma de Barcelona. Iniciamos com a idealização e a implementação do repositório, assim como a difusão da temática entre os professores e pesquisadores da universidade. Essa ação teve como objetivo sensibilizar os professores sobre a importância de preservar e de disponibilizar os documentos para futuras gerações. A Espanha como um todo ainda não possui vasta experiência na área de preservação digital, mas estamos nos organizando, promovendo encontros com bibliotecários, pesquisadores e instituições de pesquisa e ensino para avançar na área.

Comunicação Social - O Brasil vem crescendo na área de preservação digital. Você já tinha conhecimento sobre as ações desenvolvidas no país?

Cristina Azorín - Sim, antes de vir ao Brasil eu tive a oportunidade de conhecer o trabalho realizado pela Rede Cariniana, além de outras iniciativas de preservação digital, assim como algumas políticas brasileiras voltadas para a preservação de documentos.

 

Comunicação Social - Qual é a importância em assinar acordos de cooperação internacional na área de preservação digital?

Cristina Azorín - A preservação necessita de cooperação porque as instituições, muitas vezes, não conseguem desenvolver sozinhas um espaço de preservação documental. A cooperação pode acontecer em pequenos grupos de uma região ou em grandes redes internacionais. Cooperar de forma internacional é bem mais eficaz. Na Espanha, algumas instituições estão atuando de forma cooperada e fazem parte do Programa LOCKSS¹, iniciativa da Universidade de Stanford, EUA, que fornece software livres de preservação digital premiados e de baixo custo.  É importante haver níveis de atuação, primeiro em nível local, segundo em nível nacional, e terceiro em nível internacional.

Comunicação Social - A Rede Cariniana é um relevante exemplo na área de preservação digital no Brasil. Quando você teve conhecimento dessa iniciativa? Qual foi a sua percepção acerca do trabalho produzido pela rede?

Cristina Azorín - Conheci o trabalho da Rede Cariniana em 2015, durante a realização do Seminário Internacional de Preservação Digital (Sinpred). Fiquei extremamente surpreendida por todo o trabalho de preservação feito pela rede. Tenho uma ótima percepção sobre o trabalho efetuado, pois é muito bem coordenado e realizado.

 

Comunicação Social - O que você enxerga para o futuro da área de preservação digital no mundo digital?

Cristina Azorín - Ainda temos que avançar em vários aspectos, mas nós últimos anos cada vez mais países estão se atentando sobre a importância da preservação digital. Estão sendo criados grupos e redes internacionais, que estão desenvolvendo espaços com ótima infraestrutura para armazenar todo o conhecimento gerado no mundo.

Victor Almeida

Núcleo de Comunicação Social do Ibict

 

Créditos da imagem: Victor Almeida

Data da Notícia: 23/09/2016 10:30

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