A diretora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Cecília Leite, participou nesta manhã do lançamento da Câmara da Saúde 4.0, que tem por objetivo a formulação de projetos que ajudem a saúde brasileira alinhada à estratégia da saúde digital para o país, que já está sendo construída por meio do programa Conecte SUS.
O evento aconteceu no auditório do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Esta é a quarta câmara de discussões criada pelo governo federal. Outras três câmaras abordam temas das áreas indústria, agronegócios e infraestrutura (cidades inteligentes).
Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação entre o MCTIC e o Ministério da Saúde (MS) dentro do Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), lançado em 2019 pelo ministério. A mesa de abertura foi composta pelo ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, astronauta Marcos Pontes, pelo ministro de Estado da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pelo diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital (SEMPI-MCTIC), e pelo diretor do Departamento de Informática do SUS, Jacson Venâncio Barros.
O ministro Marcos Pontes ressaltou que o trabalho coordenado em conjunto pelos dois ministérios é extremamente importante para vencer grandes desafios no país, no que tange à saúde. “Quando se fala em saúde, nós temos um país de dimensões continentais de difícil acesso, e por meio da tecnologia podemos ajudar a levar mais qualidade de vida para as pessoas. Nós temos aqui no ministério uma missão que tem três linhas, eu costumo citar isso, pois é importante que as pessoas saibam disso. A primeira linha é produzir conhecimento, seguido por produzir riqueza e, por último, contribuir com a qualidade de vida dos brasileiros. A colaboração com os outros ministérios, em especial com o da Saúde, traz a possibilidade da execução dessa missão de forma extensa e intensa em todos os recantos mais longínquos”, disse.
O ministro Luiz Henrique Mandetta falou da importância do diálogo com todos os setores, desde a iniciativa privada até hospitais filantrópicos. Ele mencionou que há um projeto piloto no estado de Alagoas, escolhido por ser menos de 20% informatizado. O ministro explicou que o projeto terá inicio com cinco dados, sendo eles a consulta, o resumo da internação hospitalar, o medicamento dispensado, os exames laboratoriais e as vacinas, dados para a construção de um sistema que tem por objetivo conectar os 215 milhões de brasileiros. “O Brasil pode ser o primeiro país continental a ter um sistema integrado. Esses dados podem ser para pesquisas, construção de soluções, entendimento sobre coberturas vacinais, doenças como a hanseníase, a tuberculose, entre outras, que ainda têm grotões de desassistência. Então, será uma ferramenta muito importante”, salientou.
Como vai funcionar a Câmara 4.0
A Câmara 4.0 será coordenada pelo Ministério da Saúde estimulando a participação de membros das universidades, institutos de ciência e tecnologia, iniciativa privada e demais atores relevantes no cenário da inovação no contexto da saúde nacional, com a participação de estados e municípios.
Uma das aplicações da internet das coisas, por exemplo, permite monitorar os pacientes de maneira remota por meio de dispositivos vestíveis, como roupas e relógios com sensores, e aplicativos de celular. Com o objetivo de identificar alterações com agilidade e diminuir a incidência de doenças graves, os dados coletados podem, em tempo real, alimentar o prontuário eletrônico em hospitais ou clínicas médicas, auxiliando na tomada de decisão. A Câmara da Saúde 4.0 tem o prazo de um ano para apresentar trabalhos.
O acordo de cooperação técnica entre o MS e o MCTIC tem como objetivo promover a discussão do uso desses dispositivos para melhorar a efetividade da assistência à saúde por meio do monitoramento contínuo dos pacientes e da adoção de soluções de IoT; aumentar a celeridade e eficácia na vigilância epidemiológica e eventuais riscos à saúde, promover a conectividade visando à integridade do Sistema Único de Saúde (SUS).
Daniela Cunha
Núcleo de Comunicação Social do Ibict, com informações do MCTIC
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