A IFLA (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias) reuniu informações de bibliotecas do mundo inteiro e orientações para as instituições neste cenário de pandemia do coronavírus.
Confira os principais recursos das Bibliotecas para reagir à pandemia.
As informações e recursos abaixo serão atualizados periodicamente. Baseiam-se em informações disponíveis ao público e em informações enviadas para updates@ifla.org. Agradecemos a contribuição de mais ideias, referências, sugestões e correções, que podem ser encaminhadas para o mencionado endereço eletrônico. Veja também as Perguntas Frequentes, especificamente em relação à IFLA.
Fechamento de Bibliotecas pelo mundo
As bibliotecas de todo o mundo estão enfrentando escolhas difíceis acerca de quais serviços oferecer e de que forma, variando de restrições mínimas até o fechamento total. Estamos cientes de que os próprios governos estão adotando abordagens diferentes, às vezes ordenando o fechamento de todas as instituições, outras vezes indicando que a vida deve continuar normalmente e outros simplesmente deixando as decisões a cargo dos diretores das bibliotecas. Obviamente, qualquer decisão de restringir serviços ou fechar uma biblioteca é difícil e precisa ser tomada após uma avaliação dos riscos relativos.
Temos conhecimento de que sistemas inteiros de bibliotecas públicas estão fechados atualmente nos seguintes países e territórios: Samoa Americana, Ilhas de Aland, Argélia, Áustria, Bangladesh, Bélgica (com alguns serviços de coleta nos locais em que o governo determinou), Ilhas Cayman, Colômbia, Croácia, Dinamarca, Egito, Estônia, Finlândia, França, Polinésia Francesa, Alemanha, Gana, Gibraltar, Grécia, Groenlândia, Guadalupe, Guernsey, Hong Kong (China), Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Jersey, Quênia, Liechtenstein, Luxemburgo, Malásia, Namíbia, Países Baixos, Nova Zelândia, Macedônia do Norte, Noruega, Peru, Filipinas, Polônia, Espanha, Suíça, Trinidad e Tobago, Turquia, Uganda, Reino Unido e as Ilhas Virgens Americanas. Ao mesmo tempo, bibliotecas em Macau (China) começam a reabrir com precauções para proteger a saúde. Dentro dos Estados Unidos, a organização Ithaka S+R está monitorando ações em bibliotecas de pesquisa (vide resultados ao vivo).
Entretanto, bibliotecas escolares em 180 países terão sido afetadas pelo fechamento de todas as instituições de ensino, enquanto em outros pelo menos algumas escolas foram fechadas, de acordo com números da UNESCO. Em muitos desses, bibliotecas universitárias também estão fechadas.
Bibliotecas Nacionais também foram fechadas ao público nos seguintes países:
Albânia, Argélia, Andorra, Antígua e Barbuda, Argentina, Austrália, Áustria, Azerbaijão, Bahamas, Bangladesh, Bermudas, Bélgica, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, China, Colômbia, Ilhas Cook, Costa Rica, Croácia, Cuba, Chipre, República Checa, Colômbia, Dinamarca, República Dominicana, Equador, Estônia, Fiji, Finlândia, França, Geórgia, Alemanha, Grécia, Groenlândia, Guatemala, Guiné-Bissau, Santa Sé, Hungria, Islândia, Índia, Indonésia, Irã, Irlanda, Itália, Jamaica, Japão, Cazaquistão, Quênia, Quirguistão, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malásia, Maldivas, México, Moldávia, Mônaco, Marrocos, Namíbia, Países Baixos, Nova Caledônia, Nova Zelândia, Macedônia do Norte, Noruega, Panamá, Peru, Filipinas, Polônia, Portugal, Catar, República da Coreia, Romênia, Rússia, Sérvia, Eslováquia, Eslovênia, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Trinidad e Tobago, Tunísia, Turquia, Uganda, Uruguai, Reino Unido e Estados Unidos.
Gestão das diferentes abordagens às restrições
Bibliotecas em diversas partes do mundo estão enfrentando situações bastante diferentes, desde a manutenção ampla do serviço completo até o fechamento total. Com base na experiência observada mundo afora, as bibliotecas e os bibliotecários encontram-se em uma dentre várias situações:
Atividades (mais ou menos) como de costume: em diversos países os casos do vírus têm sido limitados e os governos não adotaram nenhuma medida específica. Não obstante, aplicam-se as recomendações normais de boa higiene. Nessa situação, as bibliotecas estão, por exemplo:
- Garantindo o acesso ao sabão e à água quente
- Garantindo o fornecimento de desinfetante para as mãos
- Mantendo as superfícies limpas, incluindo brinquedos e computadores das bibliotecas
- Garantindo que os funcionários e usuários sejam incentivados a dedicar algum tempo para se recuperar se estiverem se sentindo doentes, em vez de irem à biblioteca
- Fornecendo páginas com links úteis para informações confiáveis para os usuários em seus websites e promovendo a conscientização sobre os meios de comunicação diante de potenciais erros de informação on-line.
Algumas restrições: há mais casos, e os governos estão começando a agir para limitar eventos maiores, bem como incentivando ativamente as pessoas a adotarem medidas adicionais de proteção à higiene. Nessa situação, as bibliotecas estão, por exemplo:
- Reconsiderando a programação, tais como contação de histórias ou oficinas, especialmente para grupos de risco, como os usuários idosos. Fazendo esforços adicionais para garantir a higiene, incluindo a desinfecção de superfícies rígidas e retirando de circulação itens de maior risco,como brinquedos ou fones de ouvidos de realidade virtual.
- Considerando a possibilidade de fechar espaços de estudo onde as pessoas podem passar mais tempo em companhia de outras.
- Preparando-se para potenciais restrições adicionais, por exemplo, assegurando que toda a equipe tenha as habilidades e ferramentas para trabalhar remotamente (se isso for possível) e que os serviços, tanto quanto possível, ainda possam ser prestados digitalmente.
Serviço mínimo: em diversos países estão em vigor medidas ainda mais rigorosas, com limitações mais pesadas a reuniões públicas, advertências específicas para pessoas em grupos de risco e fechamentos nas regiões mais afetadas. Nessas situações, as bibliotecas estão, por exemplo:
- Fechando os espaços totalmente e oferecendo apenas a possibilidade de empréstimo ou
devolução de livros em um balcão ou em espaços reservados para tal. Alguns países estão
experimentando um sistema de drive-through para pegar e devolver livros. Outros estão
aceitando apenas visitantes que fizeram uma pré-reserva. - Implementando políticas de quarentena nos livros devolvidos (veja abaixo mais informações).
- Implementando planos para oferecer serviços remotos, por exemplo, empréstimo à distância, aprendizagem à distância, ou apoio ao ensino remoto
- Finalizando e testando medidas para toda a equipe trabalhar remotamente e permitindo àqueles que podem a já fazê-lo.
Fechamento total: nos locais onde as medidas são as mais rigorosas, as bibliotecas ou foram forçadas a fechar ou optaram por fazê-lo após análise dos riscos aos usuários e aos funcionários.
Nessas situações, as bibliotecas estão, por exemplo:
- Assegurando que toda a equipe trabalhe em casa, a menos que seja absolutamente necessário trabalhar na biblioteca. Onde a equipe está indo ao local de trabalho, assegurando que ela possa fazê-lo respeitando as regras de distanciamento social
- Bibliotecários estão sendo remanejados para outras funções em outros departamentos dentro de seus municípios, por exemplo, utilizando suas habilidades de gestão da informação para apoiar os serviços de saúde e sociais
- Proporcionando comunicação constante com os usuários sobre oportunidades de uso dos
recursos ou serviços da biblioteca - Organizando contações de histórias digitais
- Incentivando o uso de bibliotecas digitais e outras ferramentas
- Oferecendo perdão de multas sobre os livros físicos emprestados e aumentando o número de livros digitais que os usuários podem pegar emprestado
- Disponibilizando os espaços e equipamentos da biblioteca para outras atividades, como a
produção de equipamento de proteção pessoal.
Ficando seguro em casa e no trabalho
À luz do exposto, a OMS recomenda, no geral, que as pessoas devem praticar a etiqueta respiratória (por exemplo, tossir no cotovelo dobrado sobre o nariz e a boca). As pessoas também devem lavar as mãos ou usar álcool em gel frequentemente, e não tocar no rosto.
As pessoas com sintomas leves que, fora isso, estejam saudáveis devem se autoisolar e entrar em contato com o seu médico ou uma linha direta de informações sobre a COVID-19 para ser orientado em relação ao teste e encaminhamento. Pessoas com febre, tosse ou dificuldade de respirar devem ligar para um médico e procurar cuidados médicos.
Há diversos outros recursos disponíveis no site da OMS. Além disso, antes das informações fornecidas abaixo, incentivamos as bibliotecas a buscar orientação junto à sua agência nacional de saúde pública, e, claro, a seguir as orientações que já existem.
Manuseio de materiais
Uma pergunta-chave para muitas pessoas no setor de bibliotecas é sobre o risco de infecção através do contato com materiais que contêm o coronavírus. É evidente que a nossa compreensão de qualquer aspecto da forma como o vírus se propaga ainda se encontra numa fase inicial, pelo que não é possível oferecer conselhos definitivos, para além das recomendações universais sobre manter as mãos limpas e não tocar no rosto.
Há algumas pesquisas em desenvolvimento (na Revista de Medicina da Nova Inglaterra (New England Journal of Medicine), e na Revista de Infecção Hospitalar (Journal of Hospital Infection) acerca da sobrevivência do vírus, tanto no ar quanto em diferentes tipos de superfície.
Aparentemente, ele sobrevive mais tempo em superfícies plásticas e de aço, e por menos tempo em papelão ou cobre, embora esses testes tenham sido realizados em condições laboratoriais e o risco de infecção diminua com o tempo. As evidências sobre a cepa mais recente do coronavírus continuam escassas e parece que os processos normais de limpeza fazem uma grande diferença. Ao mesmo tempo, a recomendação geral é ter cuidado - um aspecto também corroborado pelo governo francês.
Temos ciência de que algumas bibliotecas impuseram um período de espera antes de manusear os livros devolvidos, enquanto outras deixaram claro que não se espera que ninguém devolva os livros até que as coisas voltem ao normal. Fora do âmbito das bibliotecas - por exemplo, nos serviços postais - parece não haver uma orientação contra o manuseio de papel ou papelão. O que parece mais provável é que outras superfícies - tais como maçanetas, teclados, mouses, brinquedos, CDs e DVDs, ou fones de realidade virtual - possam carregar o vírus e, portanto, devem ser higienizadas regularmente.
Como resultado, o serviço de Saúde Pública da Inglaterra (Public Health England) sugeriu que o risco representado pelo papelão pode ser considerado insignificante depois de 24 horas e, pelo plástico, depois de 72 horas.
Nos casos em que os materiais possam ser danificados pelo uso de álcool em gel ou materiais de limpeza, parecem aconselháveis medidas básicas de higiene, tais como lavar bem as mãos com água e sabão, evitar tocar o rosto e isolar-se se apresentar sintomas da COVID-19. Como enfatizado pela Biblioteca do Congresso Americano, o próprio tempo é um bom desinfetante.
Distanciamento Social
Cada vez mais países estão incentivando os cidadãos a praticar o "distanciamento social"; - manter uma distância segura entre os indivíduos para reduzir os riscos de o vírus passar de uma pessoa para outra. A distância recomendada varia de país para país, mas parece não ser menor que 1,5 metro (5 pés).
Para permitir isso, algumas bibliotecas interromperam programas nos quais as pessoas passam períodos maiores reunidas, especialmente aqueles que reúnem pessoas mais vulneráveis à doença. Outras fecharam salas de leitura ou estão apenas permitindo às pessoas retirarem livros com hora marcada, seja dentro ou fora do prédio - por exemplo, montando mesas ou mesmo com um serviço de drive-through. Outras, ainda, estão planejando como fornecer livros a grupos vulneráveis,enquanto levam em consideração a necessidade de salvaguardar a saúde.
Em outras partes, onde se considera que a reunião de pessoas representa um risco demasiado grande, as bibliotecas fecharam e estão trabalhando apenas on-line, ou encontraram outros meios de partilhar cópias físicas de livros da maneira mais segura possível.
Nos Estados Unidos, por exemplo, vimos bibliotecas solicitarem de maneira proativa às autoridades o fechamento onde consideram que o risco para os usuários e funcionários é muito alto. Algumas, como na Cidade do Kansas, criaram um serviço para a devolução de livros dentro de sacos plásticos nos bairros carentes.
Prestação de serviços remotamente
Bibliotecas de todo tipo no mundo inteiro vêm trabalhando arduamente para fornecer acesso remoto a coleções e serviços. Todos os tipos de bibliotecas têm promovido seus serviços digitais - por exemplo, a Biblioteca Nacional da França está organizando exposições virtuais, a Biblioteca Nacional da Espanha está promovendo o seu conteúdo digital que pode ser usado para apoiar a educação.
Diversas bibliotecas públicas estão promovendo contações de histórias on-line, nos casos em que conseguem encontrar uma solução para as questões de direitos autorais.Também tem havido um grande empenho para fomentar o acesso a livros digitais, por exemplo, por meio do aumento do número de livros digitais que as pessoas podem pegar emprestado a qualquer momento (na Dinamarca), e por meio da realocação de orçamento para pagar pelo conteúdo eletrônico.
Outros estão disponibilizando online serviços já existentes. A Biblioteca do Congresso, por exemplo, está organizando uma transcrição virtual de documentos (virtual transcribathon) para mobilizar as pessoas a distância, enquanto a Biblioteca Nacional da Noruega está incentivando os usuários a acessar seus podcasts enquanto os eventos presenciais não são possíveis. A biblioteca pública Vega la Camocha, na Espanha, organizou uma gincana de livros temáticos para manter as crianças envolvidas na leitura e ajudar os pais a mantê-las entretidas. Bibliotecas dinamarquesas criaram um serviço de referência online chamado Pergunte a um Bibliotecário . De modo semelhante, em bibliotecas acadêmicas, há esforços para fornecer o acesso remoto, por exemplo, por meio da solicitação de livros on-line na Universidade East-West, em Bangladesh.
Algumas bibliotecas também estão tentando ajudar usuários em potencial que ainda não estão cadastrados e que agora não podem se cadastrar pessoalmente. A Biblioteca Nacional da Estônia, por exemplo, criou formas de dar às pessoas acesso aos livros sem contato, enquanto a Biblioteca Nacional do Marrocos também está fazendo cadastramento on-line. A organização Cultuurconnect, na Bélgica, que trabalha com bibliotecas, também abriu seu conteúdo para usuários não cadastrados, assim como a Booklist, nos Estados Unidos, que trabalha para fornecer resenhas de livros e outros materiais.
Em muitos países, a oferta de WiFi gratuito aos usuários pelas bibliotecas é uma parte importante dos seus serviços. Nos Estados Unidos, foi feito um apelo às bibliotecas para que deixem as redes ligadas para que os usuários possam acessar a Internet de dentro de seus carros, se necessário. Outras estão oferecendo acesso a assinaturas da plataforma Zoom para ajudar os usuários de bibliotecas a manter contato com os amigos (Biblioteca Schlow, nos Estados Unidos), e estão desenvolvendo novas ofertas de podcasts e outros materiais. A biblioteca pública da cidade de Aarhus, por exemplo, está organizando debates públicos on-line.
Com a oferta de tantos serviços, as bibliotecas em vários países têm sido capazes de trabalhar com jornais, estações de rádio e outros canais de comunicação para aumentar a sensibilização.
Recursos disponíveis
Muitas bibliotecas estão vendo um grande aumento do interesse por recursos digitais. Obviamente, a possibilidade de usar recursos on-line depende muito das condições sob as quais são acessados. Felizmente, muitos editoras e vendedores tomaram iniciativas úteis. Muitos forneceram acesso gratuito a materiais relacionados à COVID-19. Outros facilitaram o acesso, tornando mais fácil o login e o acesso a materiais de fora das redes oficiais.
Por exemplo, também foram introduzidas medidas louváveis por parte de grandes editoras como a Macmillan e a Penguin Random House para facilitar a compra e o acesso das bibliotecas públicas a livros digitais para empréstimo. Na Austrália, as editoras acordaram com as bibliotecas que a contação de histórias on-line deveria continuar sem receio de consequências jurídicas. Outros fornecedores de informações, como o Internet Archive, também disponibilizaram um grande volume de materiais para apoiar estudantes, pesquisadores e outros no acesso a informações em momentos difíceis.
Além disso, há muitos ótimos recursos disponíveis gratuitamente com materiais educativos – notadamente a Open Education Resources Commons, que proporciona acesso a materiais sob a curadoria de uma equipe de bibliotecários. A Divisão de Educação da Unesco também está fornecendo links para valiosos recursos educativos.
Em particular, há recursos para ministrar cursos de alfabetização midiática e informacional on-line - esta é uma área em que as bibliotecas são tradicionalmente fortes e uma competência que é particularmente necessária nas circunstâncias atuais.
Um exemplo é o MOOC hospedado na plataforma da Commonwealth of Learning.
Em outros lugares, associações de bibliotecas e outros grupos estão trabalhando para assegurar um acesso melhor. Por exemplo, a International Coalition of Library Consortia [Coligação Internacional de Consórcios de Bibliotecas, em tradução livre] e a Associação de Diretores de Bibliotecas Universitárias na França apelaram às editoras para que facilitassem o acesso às obras. Outros estão orientando acerca do que já é possível conforme as leis vigentes em matéria de direitos autorais.
Por fim, e diante da necessidade de se investir em novos conteúdos e serviços a fim de apoiar os usuários, a Associação Americana de Bibliotecas defendeu, com êxito, a inclusão das bibliotecas no pacote de estímulo à economia anunciado pelo governo dos Estados Unidos.
Gestão do trabalho remoto
Uma vez que bibliotecas e associações de bibliotecas estão fechando escritórios - onde os têm - muitos no setor de bibliotecas estão enfrentando desafios em relação a como gerenciar o trabalho remoto de forma eficaz.
É claro que a melhor situação se verifica onde foi possível planejar com antecedência, assegurando que toda a equipe tenha as ferramentas e o treinamento necessários para trabalhar de maneira eficaz e segura em casa, e que seja possível manter o contato facilmente. Com tantas pessoas na mesma situação, há muito material já disponível na internet, com um forte enfoque nos contatos regulares e na manutenção de bom humor e motivação.
Algumas associações estão apoiando esforços para compartilhar ideias sobre como fazer isso da maneira mais eficaz, por exemplo, nos Estados Unidos – veja, especialmente, o webinar sobre o tema – ou na América Latina, juntamente com reflexões sobre como melhor atender os usuários em geral. Nos locais onde as bibliotecas fecharam e a demanda por determinados serviços caiu, os funcionários têm se mantido ativos realizando outras atividades.
Na Irlanda, por exemplo, funcionários de bibliotecas foram destacados para ajudar na localização de contatos. Em outros lugares os bibliotecários ofereceram-se para participar como voluntários de iniciativas comunitárias.
No México, bibliotecários estão trabalhando para melhorar a qualidade dos artigos da Wikipédia sobre pessoas de grupos sub-representados.
Os espaços e equipamentos das bibliotecas também foram redirecionados, com bibliotecas em São Francisco servindo de estruturas de acolhimento para os filhos de trabalhadores de serviços essenciais, enquanto em Klaipedia, na Lituânia, as impressoras 3D das bibliotecas estão sendo utilizadas para imprimir equipamento de proteção 3D.
No Kansas, laptops e pontos de WiFi das bibliotecas foram disponibilizados para os abrigos locais de pessoas sem teto, diante do número crescente de pessoas perdendo suas casas.
As associações de bibliotecas também estão buscando formas de continuar seu trabalho de apoio aos membros. A Associação de Bibliotecas da Letônia disponibilizou sua conferência on-line, e está realizando uma série de eventos virtuais e uma campanha nas redes sociais. A Associação de Bibliotecas e Informação da Nova Zelândia – Te Aotearoa - criou sessões virtuais para bibliotecários.
Medidas tomadas por Associações, Bibliotecas Nacionais e parceiros de
bibliotecas
Associações e Autoridades Bibliotecárias
As próprias associações bibliotecárias estão fazendo um grande trabalho para informar seus membros e apoiá-los em momentos difíceis. Muitas criaram páginas com listas de fontes e orientações confiáveis em âmbito nacional – complementando orientações em nível mundial ou regional – e incentivaram a comunicação e a coordenação entre os diretores de bibliotecas a fim de compartilhar ideias e práticas. Outros estão fornecendo apoio útil para o planejamento, tanto para a gestão de pessoal e dos edifícios, quanto para o desenvolvimento de serviços on-line, através de listas de verificação e cursos úteis. Acesse, especialmente, as seguintes páginas de associações:
Austrália: Australian Libraries Responding to COVID-19 [Bibliotecas australianas respondendo à COVID-19]. A ALIA também disponibilizou gratuitamente o seu Professional Development Postings [Trabalhos para o Desenvolvimento Profissional] enquanto durar a crise.
Bélgica: Libraries and Archives Closed for Visitors [Bibliotecas e Arquivos Fechados para Visitantes] (em Holandês).
Colômbia: a Associação de Bibliotecas Colombianas preparou um webinar (em espanhol, conjuntamente com a Seção da América Latina e do Caribe da IFLA - LAC) sobre ideias sobre como os bibliotecários podem reagir à pandemia.
França: Library Services and Public Health [Serviços de Biblioteca e Saúde Pública] (em francês).
Alemanha: Information page [página de informações] sobre Bibliotecas e COVID-19 da Associação Alemã de Bibliotecas (em alemão). Veja também a página sobre prestação de serviços a distância, e o comunicado de imprensa que provavelmente inspirou a cobertura da mídia nacional dos serviços de bibliotecas.
Coreia (República da): Statement [declaração] sobre a Situação do Coronavírus.
Itália: Where to Find Information [Onde encontrar Informações] (em italiano).
Nova Zelândia: COVID-19 Coronavirus and the New Zealand LIS Sector [COVID-19 Coronavírus e o Setor de Bibliotecas e Informação].
Espanha: a Rede de Bibliotecas Acadêmicas preparou uma resource page [página de informações] (em espanhol).
Reino Unido: CILIP Coronavirus Information Service [Serviço de Informações sobre o coronavírus da Associação de Bibliotecas e Informação].
Estados Unidos: Pandemic Preparedness toolkit [kit de ferramentas de preparação para pandemias] Veja também os recursos reunidos pelo Departamento de Programas Públicos da ALA (Associação Americana de Bibliotecas), e o webinar sobre a prestação de serviços a distância. Veja também a página de informações preparada pela Associação Americana de Bibliotecas Jurídicas.
Além disso, a Sociedade Chinesa de Bibliotecas colaborou com a Biblioteca Nacional para oferecer aprendizagem online, enquanto a Associação de Bibliotecas da Letônia transformou a sua conferência em um evento online combinado com uma campanha nas redes sociais.
Outras associações e organizações estão ativas. O CLIR (Conselho de Bibliotecas e Recursos de Informação) organizou informações sobre a COVID-19 em uma página especial, enquanto a Associação de Bibliotecas de Pesquisa tem análises sobre o que as bibliotecas acadêmicas e de pesquisa dos EUA e do Canadá estão fazendo.
A Associação Africana de Bibliotecas e Informação (African Library and Information Association (AfLIA) está coletando exemplos do que as bibliotecas estão fazendo na África e tem uma página sobre como as bibliotecas podem responder, além de uma página de informações, como a Infotecarios, na América Latina (colaborando com a Associação Colombiana de Bibliotecas (ASCOLBI) e a LIBER [Liga das Bibliotecas Europeias de Pesquisa], em bibliotecas acadêmicas na Europa. Ao mesmo tempo, a Association for the Promotion of School Documentary Services [Associação para o Fomento de Serviços de Documentários Escolares, em tradução livre] do Quebec muniu seus membros de ferramentas que eles podem usar para garantir que as bibliotecas sejam integradas a planos destinados a proporcionar aprendizagem à distância.
Bibliotecas Nacionais
As bibliotecas nacionais também podem desempenhar um papel importante na disponibilização de acesso a conteúdos. Na China, por exemplo, a biblioteca nacional digital foi reforçada para fazer face ao aumento da demanda e dispensou as multas relativas a materiais emprestados que não podem ser devolvidos. Na Coreia, também, a biblioteca nacional digital registrou um grande aumento de sua utilização.
Algumas bibliotecas puderam negociar a possibilidade de proporcionar acesso mais amplo ao conteúdo de depósito legal para pesquisadores e escolas na Noruega, e para pesquisadores na República Checa (juntamente com bibliotecas universitárias).
Outras estão colocando atividades on-line. A Biblioteca do Congresso, por exemplo, está organizando uma transcrição virtual de documentos para mobilizar as pessoas a distância, enquanto a Biblioteca Nacional da França está organizando exposições virtuais. A Biblioteca Nacional da Estônia criou meios de dar às pessoas acesso a livros sem contato (o que resultou em um grande aumento da demanda), enquanto a Biblioteca Nacional da Espanha está promovendo seu conteúdo digital, que pode ser usado para apoiar a educação. A Biblioteca Nacional da Noruega está incentivando os usuários a acessar seus podcasts enquanto os eventos presenciais puderem ser realizados.
A Biblioteca Nacional de Luxemburgo está possibilitando a obtenção de um cartão da biblioteca por três meses por e-mail, sem as verificações de identidade de rotina, a fim de facilitar o acesso, enquanto a Biblioteca Nacional do Marrocos está mantendo tanto inscrições on-line quanto o ISBN e os serviços de depósito legal.
Outras estão trabalhando para apoiar as bibliotecas nacionais em geral, com a Biblioteca Nacional do Sri Lanka, por exemplo, preparando e compartilhando orientações com as bibliotecas do país, enquanto a Biblioteca Nacional da República Checa produziu um infográfico sobre o manuseio de obras devolvidas.
Ao mesmo tempo, algumas bibliotecas nacionais que atuam no apoio à tomada de decisões parlamentares continuaram a produzir dossiês legislativos que fornecem um panorama do que está acontecendo, como na Argentina. Bibliotecas parlamentares especializadas também vêm trabalhando para apoiar as atividades de suas instituições.
Parceiros das Bibliotecas
Tem havido movimentos bastante positivos de editoras, vendedores e outros que trabalham com as bibliotecas para facilitar o acesso a conteúdos, mesmo quando as bibliotecas são obrigadas a fechar suas instalações. Tal como se afirma na declaração do Presidente e do Secretário-Geral da IFLA, é de se esperar que tais passos ocorram de forma generalizada, uma vez que todos nós procuramos trabalhar em conjunto para permitir que a aprendizagem, a investigação e o acesso à cultura se mantenham.
O Project MUSE anunciou que os materiais de 9 editoras universitárias estarão disponíveis gratuitamente por vários meses.
A VitalSource tem colaborado com os seus parceiros editoriais para ampliar o acesso a materiais por meio apenas de um endereço de e-mail para fazer o login, enquanto a Journal of the American Medical Association[Revista da Associação Médica Americana] também está permitindo muito mais acessos externos, assim como sites como o ancestry.com. Nos Estados Unidos, a Macmillan suspendeu os limites recentemente impostos aos acessos das bibliotecas a novas publicações de livros digitais. A Penguin Random House está oferecendo descontos específicos para bibliotecas públicas e escolares.
A Overdrive e a RB Books também estão possibilitando a obtenção de mais cópias de um mesmo livro digital para empréstimo simultaneamente. Também nos EUA, a Booklist - um acervo de resenhas de livros e outros recursos que ajudam no ensino e em outros aspectos relacionados com os livros - foi também posta à disposição de todos. A Cambridge University Press está oferecendo acesso a livros didáticos em formato html.
A IFLA agradece ao seu próprio parceiro editorial - SAGE - que anunciou intervenções que incluem a remoção do portal de assinaturas para diversos artigos, e criou e se comprometeu com a declaração coordenada da Wellcome sobre materiais relacionados à COVID-19, e está promovendo seu curso on-line gratuito sobre "Como ser Publicado". Assim como outros (por exemplo, a Springer Nature, a Elsevier e a MIT Press), também está concentrando e compartilhando informações sobre a COVID-19 e o gerenciamento de pandemias por meio de um microsite. A Casa Branca deu um grande passo para facilitar a pesquisa de textos e dados para ajudar a encontrar soluções, liberando 29 mil documentos para análise.
Comunicação com usuários em idiomas diferentes
A Seção da IFLA de Serviços de Biblioteca para Populações Multiculturais está trabalhando com a Associação Australiana de Bibliotecas e Informação (ALIA) para desenvolver sinalização e textos traduzidos para apoiar as bibliotecas na comunicação com suas comunidades linguisticamente diversificadas, em especial em relação ao fechamento de bibliotecas e ao acesso a informações on-line. Essas informações estão disponíveis em formato Microsoft Word. Encorajamos as bibliotecas a adaptar e utilizar este conteúdo da forma que melhor corresponda às suas necessidades de comunicação com a sua comunidade. As traduções serão disponibilizadas em mais idiomas conforme forem sendo produzidas.
Questões em andamento
A IFLA está ciente de que a pandemia levantou diversas questões mais amplas, as quais estamos acompanhando de perto. Além dos direitos autorais - mencionados acima - há preocupações acerca dos impactos da crise nos setores mais amplos da cultura, educação, pesquisa, privacidade e garantia da proteção das normas democráticas. Continuamos a monitorar de perto essas questões e compartilharemos informações e pontos de vista, conforme o caso.
Mais informação: https://www.ifla.org/covid-19-and-libraries
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