Além da RNP, a videoconferência teve o apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI). O evento durou cerca de três horas e contou com a participação do presidente da SBPC, Ênio Candotti, que acompanhou todos os debates e exposições, na unidade da RNP, em São Paulo. A abertura foi feita pelo diretor do Ibict, Emir Suaiden, e pelo subsecretário das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, Avílio Franco. Também participou Rogério Meneghini, representando o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Eduardo Krieger.
Em seu pronunciamento, o presidente do Ibict, Emir Suaiden, manifestou a certeza de que a videoconferência será um marco fundamental para eliminação das barreiras que separam a informação científica dos pesquisadores. “Sabemos que grande parte das pesquisas realizadas no Brasil é propiciada pelas agências de pesquisa. O acesso livre pressupõe que estas pesquisas precisam estar disponibilizadas e acessíveis como fontes de consulta e, principalmente, devem ser compartilhadas pelos pares. Este livre acesso e o compartilhamento entre os pares é o que possibilitará a formação de uma nova geração de pesquisadores e o aumento qualitativo no número de patentes”, observou Emir Suaiden.
Palestras – A professora da Universidade de Brasília, Sely Costa, fez uma conferência sobre a questão da “comunicação científica nos dias atuais”. Ela demonstrou a evolução do processo de comunicação científica, devido à introdução das novas tecnologias da informação e da comunicação, eletrônicas e virtuais, que aceleram, agilizam e facilitam o processo de transmissão e compartilhamento. Na esteira desta nova realidade, frisou ela, o acesso aberto permitirá a maximização da consulta e do impacto das pesquisas, além da maximização da produtividade, do progresso e das recompensas da pesquisa.
Dentro deste novo quadro, ela defendeu a necessidade de mudança dos critérios das universidades para o reconhecimento da produtividade dos pesquisadores que publicam seus trabalhos em ambiente livre e a importância de que sejam removidas as barreiras comerciais, colocadas pelas editoras, para que o mesmo texto seja publicado como produto comercial e em ambiente aberto.
O coordenador de Projetos Especiais do Ibict, Hélio Kuramoto, traçou um panorama sobre a história do movimento de acesso livre (open archives) à informação científica e as vantagens advindas a partir da adoção desta iniciativa para toda a sociedade. Para ele, o acesso livre permite maior visibilidade e rapidez na disseminação da literatura científica e aumenta as possibilidades de um artigo vir a ser citado. No ranking mundial, o Brasil aparece como 4º país em número de repositórios de arquivos abertos, mas, segundo Kuramoto, com a adoção generalizada desta iniciativa e com o estabelecimento de uma política pública específica para esta área, o país poderá dar um salto qualitativo no número de artigos e pesquisas consultados e citados em todo o mundo.
Debates – Ao final das exposições de Sely Costa e Hélio Kuramoto, foi aberto espaço para que todos participantes da videoconferência, nos setes pontos estabelecidos em todo o país, pudessem apresentar perguntas, tirar dúvidas ou pedir mais esclarecimentos. Luis Vicentini, coordenador do Sistema de Bibliotecas da Universidade de Campinas (Unicamp), ponderou que a criação dos repositórios nacionais de acesso livre é fundamental para o registro e a disseminação do conhecimento produzido. Mas observou que, em sua ótica, ainda há pouco incentivo dos órgãos de fomento para a criação e estruturação destes repositórios.
Maria de Fátima Duarte, vice-coordenadora do Programa de Mestrado em Educação Física da UFSC, questionou sobre o problema do plágio de trabalhos científicos e acadêmicos e sobre o incentivo para a adoção ou não de repositórios temáticos. Suely Mara, professora da Universidade de São Paulo, falou sobre a questão do financiamento para implementação dos repositórios nacionais e a necessidade de se desenvolverem políticas de capacitação de recursos humanos para que se preparem profissionais para o manuseio dos bancos de dados de acesso livre.

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Data da Notícia: 15/09/2005 16:38
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