Yahya Jammeh lembrou que o Ibict tem 50 anos de atuação e anunciou que a República da Gâmbia objetiva criar em breve um instituto de informação em ciência e tecnologia. Para ele, esse é o motivo do interesse por informações na área e em viabilizar um acordo de cooperação técnica. “Temos interesse na inclusão digital e o Brasil é um país de vanguarda. No século 21, o conhecimento em ciência e tecnologia é indispensável para o desenvolvimento de qualquer país”, disse.
Jammeh ressaltou a importância da participação do Brasil na conferência sobre a sociedade da informação, que ocorrerá na Tunísia e decidirá sobre a criação de um fundo de solidariedade digital para ajudar países em desenvolvimento na instalação de infra-estrutura de telecomunicações. “Queremos ver o Brasil como líder na defesa da criação desse fundo. Se o Brasil não for líder, é possível que os países do Norte não queiram criá-lo”, afirmou.
O diretor do Ibict, Emir Suaiden, destacou que uma das estratégias do Brasil é a promoção do uso do software livre para diminuir a dependência em relação aos softwares proprietários, cujas despesas chegam à casa dos milhões de dólares anuais. Suaiden apresentou a metodologia do programa de inclusão digital, implantado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade de Brasília.
O Programa de Comutação Bibliográfica foi apresentado por seu gerente, Ricardo Rodrigues. Ele explicou que o Comut é multidisciplinar, envolve todas as áreas do conhecimento e torna disponível o acervo de 222 bibliotecas de instituições públicas e privadas nas áreas de ensino e pesquisa. Rodrigues anunciou que o Ibict tem disposição de passar a tecnologia empregada no programa, bem como o software do Comut para outros países, independentemente do número de bibliotecas existentes.
A delegação da Gâmbia também conheceu o Programa de Tecnologias Apropriadas – que disponibiliza vídeos e cartilhas com soluções técnicas nas áreas de alimentação, habitação e saneamento -, a Biblioteca Digital Brasileira, as Bibliotecas Virtuais Temáticas, o Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação e o projeto de divulgação científica CanalCiência.
Os representantes do país africano demonstraram interesse em projetos de capacitação e pós-graduação, em razão da importância da área de tecnologia da informação para o desenvolvimento socioeconômico. O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, também reitor de uma das universidades do país, sugeriu a implantação de um projeto-piloto que envolva a inclusão digital em algumas comunidades do país e o fortalecimento de parcerias com universidades. “No mundo todo, em especial na África, a ignorância tem um custo muito caro em termos financeiros e de vidas humanas. Por isso damos importância ao conhecimento nas áreas de ciência e tecnologia e de educação”, afirmou.
Ao encerrar a visita, Emir Suaiden lembrou as raízes africanas do Brasil e agradeceu o presente recebido. “Nós temos o dever de incluir o Brasil e a Gâmbia na sociedade de informação. Esta foi uma importante oportunidade de integração que resultará em bons frutos”, disse.
A visita da delegação da Gâmbia ao Brasil é decorrente de convite formulado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2004, como parte da decisão de conferir prioridade à política externa do Brasil para a continente africano. A República da Gâmbia tem uma população de aproximadamente 1,6 milhões de habitantes, distribuídos em 11.295 km2. Outras áreas de interesse do país são as de saúde, educação, agricultura, indústria e comércio.

Assessoria de Comunicação Social do Ibict
www.ibict.br
comunica@ibict.br
(61)3217-6427 /3217-6310
Data da Notícia: 12/08/2005 11:11
Redes Sociais