Segundo o professor Armando Caldeira-Pires, da Universidade de Brasília, as empresas que não caracterizarem os seus produtos por meio da Avaliação do Ciclo de Vida podem acabar sendo impedidas de competir no comércio internacional, pois não estarão aptas a serem certificadas pelo sistema de rotulagem ambiental ISO14025, previsto para estar oficialmente disponível no final de 2006. A rotulagem ambiental poderá ser usada como barreira comercial às exportações dos produtos dos países que não estiverem preparados. Em outras palavras, “a não existência da avaliação do ciclo de vida de cada produto poderá empurrar os produtos nacionais para fora da prateleira”, avalia o professor da Faculdade de Tecnologia da UnB.
Desde o dia 10 de junho, equipes do MCT, Ibict, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) vêm participando de um curso, na sede da CNI, em Brasília, sobre a metodologia, os conceitos e as aplicações da ACV, para nivelar informações. O curso é ministrado pelo professor Armando Caldeira-Pires em cinco sextas-feiras. Nos dois primeiros encontros, é feita a transmissão do curso, por meio de videoconferência, para unidades do Senai em vários estados do país.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) de produtos consiste na apuração, pelas indústrias, de todos os elementos que compõe o processo produtivo e destina-se a analisar, do ‘nascimento à morte’ de cada produto, os impactos ambientais provocados, desde a extração de matérias-primas as etapas do processamento industrial (com a emissão de gases poluentes) e, até mesmo, à fase de sua obsolescência, com o retorno do produto ao meio ambiente.Várias indústrias de países como os Estados Unidos, Japão e Alemanha (caracterizando esta prática nas três principais economias mundiais) já vêm adotando a prática da ACV.
A iniciativa é encabeçada pela International Organization Standartization (ISO), que, desde 1992, vem gerando uma série de normas para orientar a avaliação do ciclo de vida dos produtos e padronizando esta prática. A partir de 2006, a entidade compilará todas as orientações existentes para ACV em uma única norma.
No Brasil, a prática de ACV ainda é muito pouco conhecida. Outra meta do projeto é trabalhar para disseminar informações sobre a ACV e conscientizar os empresários para a importância de aplicação da metodologia. Ainda no segundo semestre deste ano, o MCT, junto com o Ibict e outros parceiros, irá promover um Seminário Internacional para deflagrar o processo em todo o país.
“Com a ACV, a indústria não só poderá obter a rotulagem de seus produtos, mas também terá uma visão geral sobre seu processo produtivo. Isto deverá levar a empresa a gastar menos com insumos e energia e poderá levar até à redução dos custos”, explica Fernanda Magalhães, coordenadora de Capacitação Tecnológica do MCT. Segundo o professor Armando Caldeira-Pires, várias entidades e empresas brasileiras já realizam a Avaliação do Ciclo de Vida de seus produtos. Industrias, universidades e institutos de pesquisa têm feito as avaliações, mas a meta é criar um repositório único de inventários de ciclos de vida de produtos brasileiros no Ibict.
Hoje, técnicos do Ibict, em conjunto com a UnB, estudam a metodologia adequada para a formatação da base de dados. “Após a escolha da metodologia, vamos trabalhar na coleta de dados e no sistema de validação das informações”, explica Celina Rosa Lamb, técnica do Ibict que vem coordenando esta ação no Instituto.
Mais informações em http://acv.ibict.br
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Data da Notícia: 27/06/2005 10:33
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