A 2ª Conferência sobre Acesso Livre ao Conhecimento acontece nos dias 27 e 28 de novembro, na Universidade do Minho, em Portugal.
Durante o evento, será aprovada uma recomendação de profissionais de três países lusófonos (Portugal, Brasil e Moçambique) relacionada às formas de colaboração para uma definição conjunta sobre acesso livre ao conhecimento.
O movimento Open Access, conhecido em Portugal por Acesso Livre ao Conhecimento, tem como principal objetivo a disponibilização livre, na Internet, de literatura de caráter acadêmico ou científico (em particular os artigos de revistas científicas), permitindo a qualquer utilizador ler, descarregar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral para fins de investigação ou ensino.
Os últimos dois anos assinalaram uma forte afirmação do movimento do Acesso Livre e a sua entrada na agenda política e social, para além das fronteiras do mundo científico. Estão atestando esta iniciativa os diversos documentos e tomadas de posição das sociedades científicas, universidades, centros de investigação e organizações governamentais, particularmente na Europa e nos Estados Unidos.
O Acesso Livre promove visibilidade, acessibilidade e difusão dos resultados da atividade científica de cada investigador, de cada organização e de cada país, potenciando o seu uso e subseqüente impacto na comunidade científica internacional (ver a já extensa bibliografia sobre o impacto/número de citações acrescido dos artigos em Acesso Livre).
Recentemente começaram também a surgir estudos sobre o aumento do ROI (Return of Investment) na investigação que pode ser obtido através do OA (ver Houghton & Sheehan, 2006).
A 2ª Conferência sobre o Acesso Livre ao Conhecimento contará com a presença dos mais renomados promotores e ativistas do Acesso Livre, como Stevan Harnad, um dos "pais" de toda essa questão.
A sessão de abertura do encontro, em Portugal, será palco para o anúncio da assinatura, por parte do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (Crup), da Declaração de Berlim sobre o Acesso Livre ao Conhecimento, e da assinatura de uma importante declaração em que os reitores das universidades portuguesas se comprometem com políticas de acesso livre à literatura científica.
O Acesso livre em Portugal e na UMinho
Em Portugal, existem algumas iniciativas que se encontram na vanguarda do Acesso Livre em termos internacionais, nomeadamente o RepositóriUM - repositório institucional da Universidade do Minho, criado em 2003 (tendo sido o primeiro repositório institucional lusófono, e um dos primeiros em termos internacionais a usar a plataforma DSpace) -, além da política institucional de auto-arquivo, definida em dezembro de 2004, que determina aos membros da Universidade do Minho que depositem cópias das suas publicações no RepositóriUM. No momento em que a definiu, a Universidade do Minho foi a primeira universidade no mundo a instituí-la.
O sucesso do RepositóriUM, promovido pela UMinho, é evidente, tendo-se já registrado, desde novembro de 2003, mais de 650 mil downloads de documentos, dos quais mais de 400 mil nos últimos 11 meses (desde 1 de janeiro de 2006). Os acessos e downloads dos documentos são provenientes de mais de 140 países e territórios.
Fatos e curiosidades sobre o RepositóriUM em 2006:
- mais de 3.039.838 pageviews, 7.762.669 hits, 505 gigabytes de tráfego gerado;
- 323.786 consultas de documentos;
- 408.328 downloads de documentos;
- o documento com maior número de downloads já foi descarregado 4.041 vezes;
- 34 documentos já registraram mais de 1000 downloads e 883 mais de 100 downloads;
Fonte: Universidade do Minho
Assessoria de Comunicação Social Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)
Data da Notícia: 24/11/2006 19:02
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