O complexo ocupa um espaço de 91,8 mil metros quadrados, dos quais 11,2 mil metros quadrados são de área construída. A Biblioteca Nacional é o prédio mais formal e fica próximo à Rodoviária do Plano Piloto. São cinco andares com salas de leitura, estudos e trabalho. O local terá capacidade para um acervo de 500 mil volumes. “Trabalhamos para regulamentar a extensão do depósito legal, que já existe na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, para Brasília. Só isso irá garantir um fluxo de 50 a 70 mil livros e periódicos por ano para a nova estrutura”, afirmou o secretário de Cultura, Pedro Bório. Pelo depósito legal, toda editora é obrigada a enviar para a Biblioteca Nacional pelo menos uma cópia de todas as obras lançadas em território brasileiro. Parcerias com o Arquivo Público do DF e com as bibliotecas da Câmara dos Deputados e do Senado também deverão contribuir para a formação do acervo.
Além disso, está prevista a assinatura de um contrato de R$ 2 milhões com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que fornecerá mais de 200 microcomputadores e outros equipamentos de última geração à biblioteca. “Não iremos limitar a estrutura ao armazenamento de livros. Com a inclusão de novas tecnologias, teremos o poder de armazenar de forma digitalizada documentos de todos os tipos”, acrescentou Bório. Há também um contrato de mais de R$ 1 milhão entre o MCT e a Secretaria de Cultura, para instalação de telecentros com até 10 computadores em 20 bibliotecas da cidade.
Maior acervo
A Biblioteca Nacional será aberta ao público em geral. Segundo o secretário, a idéia é transformar o local em um centro de referência. “Fizemos parcerias com a Rede Nacional de Pesquisas (RNP) e com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Queremos dar aos pesquisadores todo o suporte necessário para que façam seu trabalho. Daqui eles poderão saber onde se encontra o livro ou documento que procuram em outras bibliotecas, que serão nossas parceiras por meio do acervo digital”, explicou. A Secretaria de Cultura já garantiu a guarda de diversos projetos de arquitetura do DF e partituras de músicas, muitas inéditas, da Associação Cultural Cláudio Santoro. Na opinião de profissionais de biblioteconomia de Brasília, a inauguração do complexo é importante para o desenvolvimento da cidade. “É fundamental não só para Brasília, mas para todo o Brasil. Acredito que irá nos ajudar em relação a recursos e à guarda de documentos preciosos”, argumenta Maria Teresa, chefe do Serviço de Auxílio ao Usuário da Biblioteca da Universidade de Brasília (UnB). “Gostaria que fosse uma biblioteca que atendesse toda a comunidade. Seria bom para dividir o serviço, pois não temos capacidade de atender todo o público que nos procura”, comentou Maria da Conceição Moreira Salles, bibliotecária da Biblioteca Demonstrativa de Brasília.
Obra de arte
Dentro do complexo há uma redoma com passarelas flutuantes saídas dos sonhos de Niemeyer. O Museu Nacional Honestino Guimarães será inaugurado junto com a biblioteca e é, por si só, uma obra de arte. “Daria para colocar um prédio de nove andares entre o piso de exposição e o teto do museu. O espaço pode ser adaptado da forma que os expositores quiserem”, conta o secretário de Cultura do DF. Estava prevista uma exposição de trabalhos do arquiteto Oscar Niemeyer na inauguração do complexo. Porém, devido à extensa obra do arquiteto, que inclui desde desenhos até esculturas e mobiliário, o próprio autor pediu mais tempo para definir quais peças farão parte da mostra. Outras exposições, no entanto, já são cogitadas. “Confirmamos a vinda de uma exposição internacional, que será anunciada em breve. Esperamos deixá-la pronta para o público até o fim de abril”, afirmou o secretário Pedro Bório. Além dessa, a Secretaria de Cultura tem em vista uma coleção de arte contemporânea européia, que inclui também obras brasileiras famosas. Em novembro, o museu deve abrigar uma bienal de arquitetura. “Trabalhamos com a idéia de que Brasília é uma vitrine para o Brasil. Com a abertura do museu, esperamos colocar a cidade dentro do circuito nacional e internacional de exposições”, conclui Bório.
COMO SERÁ
Veja o que haverá no Complexo Cultural:IBLIOTECA NACIONAL LEONEL DE MOURA BRIZOLA
Cinco andares com salas de estudos, leitura e trabalhos
Auditório para teleconferências e palestras
Capacidade para mais de 500 mil volumes impressos
200 microcomputadores e diversos outros equipamentos de informática
Arquivos digitais com documentos, filmes e músicas
Conexão com acervos de outras bibliotecas
MUSEU NACIONAL HONESTINO GUIMARÃES
Espaço para mostras e exposições
Oficinas de restauração de obras
Laboratórios
Sistema de climatização
Dois auditórios
Passarelas externas
Três espelhos d'água
Fonte: Correio Brasiliense - Caderno Cidades (07/03/2006)
Assessoria de Comunicação Social
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Data da Notícia: 15/03/2006 09:43
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