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Tendo como proposta contribuir para o desenvolvimento de abordagens e métodos participativos que integrem a cartografia social com ciência cidadã para o mapeamento e a gestão de riscos, o pesquisador Allan Yu Iwama tem dedicado os últimos dez anos para questões relacionadas às situações de vulnerabilidade e adaptação às mudanças climáticas em comunidades costeiras.

As ações conduzidas por Allan Yu em um doutorado e dois pós-doutorados resultaram no projeto CoAdapta Litoral - Ciência Cidadã, Adaptação e Mudanças Climáticas. A pesquisa conduzida por Allan Yu busca avançar na produção de conhecimento científico a partir da ciência cidadã integrada ao mapeamento técnico-científico de riscos, incluindo a comunidade afetada como protagonista e não como mero espectador de eventos climáticos que podem causar desastres.

Para isso, uma abordagem quantitativa e qualitativa é proposta na análise de vulnerabilidade e adaptação às mudanças climáticas, com foco na comunidade que vive em áreas de risco. Além de comunidades costeiras do sul do Chile, o projeto CoAdapta Litoral atua no litoral norte de São Paulo e o litoral sul do Rio de Janeiro. “A característica comum é que são comunidades costeiras que vivenciam variados tipos de desastres, como inundações, deslizamentos de terra, ressaca do mar, terremotos e tsunamis, entre outros”, explica Allan Yu.

A história do CoAdapta Litoral: A iniciativa teve início em 2010 durante o projeto de pesquisa de doutorado realizado por Allan Yu na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM). A ideia partiu de um projeto temático financiado pela Fapesp, o projeto Clima-Gente, com a participação de diversos centros de pesquisa e parcerias.

Entre 2017-2018, Allan Yu enviou uma proposta de pesquisa de pós-doutorado para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) para trabalhar na cogestão do território para mapeamento de risco de desastres, por meio do Programa de Pós-Graduação em Informação Ciência (PPGCI), desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho foi supervisionado pela professora e pesquisadora Sarita Albagli, membro do corpo docente do PPGCI/Ibict/UFRJ. Então, o projeto começou com o nome CoAdapta Litoral. O mais importante, como pontua Allan Yu, é a participação das comunidades locais no projeto.

“A importância de envolver os cidadãos no projeto é porque, embora as respostas e tomadas de decisão associadas com o tema gestão de risco de desastres ou de ordenamento territorial tenham sido feitas de forma participativa por meio de audiências públicas, elas não têm feito com que as comunidades se sintam parte dessas tomadas de decisão. A motivação central para ter desenhado esse projeto dentro da ciência cidadã foi buscar trabalhar com essas comunidades locais”, explica Allan Yu.

No período 2018-2021, o CoAdapta Litoral desenvolveu uma abordagem de ciência cidadã para integrar os conhecimentos locais e científicos sobre as situações de vulnerabilidade e opções de adaptação às mudanças climáticas. A abordagem utiliza a cartografia social e SIG participativo (Sistemas de Informação Geográfica com a participação social) e entrevistas locais com grupos de trabalho em cada comunidade (pescadores artesanais e índios mapuches) no Chile e (pescadores artesanais e quilombolas) no Brasil.

O CoAdapta Litoral é um projeto financiado pelo Conicyt-Fondecyt (2018-2021, Universidade de Los Lagos, Chile), com o apoio do Programa Queen Elizabeth Scholarhip (QES), da Universidade Iork (Canadá). Além disso, o projeto contou com o apoio da Faperj, durante o pós-doutorado realizado no PPGCI/Ibict/UFRJ.

É possível conhecer um pouco mais sobre o projeto nos seguintes canais:

* Site do projeto (disponível clicando aqui);

* Vídeo CoAdapta Litoral – Brasil (disponível no Youtube clicando aqui);

* Vídeo CoAdapta Litoral – Brasil e Chile (disponível no Youtube clicando aqui);

* Página do projeto na Wiki.

* Página Universidade Iork dedicada ao projeto (disponível clicando aqui).



Patrícia Osandón
Núcleo de Comunicação Social do Ibict, com informações do CoAdapta Litoral

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Estudar e monitorar os impactos do uso da terra na água é imprescindível. Este foi um dos motivos pelos quais a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Luane Souza de Araújo, dedicou seu trabalho de conclusão de curso, sua pós-graduação e sua dissertação de mestrado à pesquisa em gestão de recursos hídricos.

Com o objetivo de avaliar os impactos exercidos pelo uso e a ocupação da terra na qualidade da água do lençol freático em área agrícola no Distrito Federal, Luane analisou, em sua pesquisa no mestrado (Universidade de Brasília, UnB, 2016), a qualidade da água de 38 poços piezométricos distribuídos pela Bacia Experimental do Alto Rio Jardim (BEARJ).

Para Luane - que atua nas áreas de hidrologia, gestão de recursos hídricos, conservação da água e do solo, qualidade da água e gestão de resíduos sólidos - a temática de recursos hídricos é extremamente relevante, pois é um bem vital para a existência de todas as formas de vida.

A pesquisadora é bacharela em Gestão Ambiental e mestra em Geografia (Gestão Ambiental e Territorial) pela UnB, técnica em Meio Ambiente pelo Instituto Federal de Brasília (IFB) e pós-graduada em Geografia e Análise Ambiental pela Universidade Estadual do Goiás (UEG).

Clique aqui para conhecer sua dissertação completa e confira abaixo uma breve entrevista com Luane.

Por que você escolheu este tema para sua pesquisa?

A formação em gestão ambiental é bastante multidisciplinar, abrangendo diversas áreas em que poderia atuar. Entretanto, meu primeiro estágio na época da faculdade foi na Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA) e lá foi meu primeiro contato com a gestão de recursos hídricos. Meu segundo estágio foi na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), onde trabalhei na área de hidrologia e, assim, obtive mais conhecimento nesta área. Dessa forma, optei por seguir meus estudos na área de gestão de recursos hídricos, sendo temática do meu TCC, dissertação de mestrado e da minha pós-graduação.

Em sua opinião, o que mudou em relação à pesquisa científica desde que apresentou sua dissertação (2016) até hoje em dia?

A pesquisa científica é e sempre foi importante em todas as áreas de conhecimento. Entretanto, talvez o que tenha mudado seja a percepção das pessoas e de determinadas instituições, principalmente neste cenário de pandemia, pois evidenciou-se tal importância.

Qual a participação da população nas decisões a respeito dos recursos hídricos?

No TCC da minha pós-graduação, analisei a “Percepção dos Cidadãos do Distrito Federal sobre Governança Hídrica e sua Participação Social”, e escolhi o tema justamente por querer entender mais sobre governança e participação da sociedade.

A política federal e distrital de recursos hídricos introduziu novos paradigmas de gestão descentralizada e participativa, com intuito de agregar a sociedade no processo de tomada de decisão, no qual espaços consultivos e deliberativos (instâncias de gestão da água) foram criados com esta finalidade.

Entretanto, com minha pesquisa pude perceber que os entrevistados (200 cidadãos do DF), em geral, não possuem governança hídrica nem participação social no que se refere à gestão das águas, devido à falta de divulgação de informações e a entraves pessoais.

De que forma a questão dos recursos hídricos é afetada com a situação de pandemia em que vivemos?

Aqui podemos destacar dois vieses. O primeiro está ligado ao acesso à água potável e à coleta de esgoto, dois dos pilares do saneamento básico. A falta destes torna inviável a prática de medidas básicas de higiene, deixando milhões de pessoas mais vulneráveis e suscetíveis à diversas doenças. Um exemplo atual é a infecção pelo COVID-19.

E o segundo tem relação com a interconexão do meio ambiente, pois o surgimento de vírus zoonóticos é uma das consequências das mudanças sociais e ambientais. Isto se deve ao fato de ambientes naturais alterados serem mais vulneráveis, favorecendo aos patógenos deslocamento e alcance a outros seres, que não estão preparados para combatê-lo, resultando em surtos, epidemias, endemias e pandemias.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia promoveu ontem (24/6), mais uma live QuartaàsQuatro. O tema desta edição foi “Mudanças Climáticas: entre desinformações e desigualdades”, com Liz-Rejane Issberner e Philippe Léna.

Liz-Rejane Issberner é pesquisadora titular do Ibict e professora do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI), desenvolvido por meio de convênio entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Ibict. A pesquisadora realizou pós-doutorado pelo Institut de Recherche pour le Développement (IRD-Paris) e é doutora e mestre em Engenharia de Produção pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Philippe Léna é pesquisador emérito do (IRD-Paris), possui graduação em História e Geografia (Sorbonne, 1970) e doutorado em Geografia Humana (Universidade de Paris I Panthéon Sorbonne, 1980). Desde 1980, o professor vem se dedicando ao estudo das contradições do desenvolvimento na Amazônia e às políticas públicas visando a sustentabilidade.

Para entender melhor como se constrói o negacionismo climático, Lená apresentou de forma detalhada a linha histórica que explica as dimensões do colapso ambiental no mundo. Ele também explorou o progresso nas discussões que apontavam para a importância das questões climáticas, que só se tornaram políticas em 1989, quando representantes de governo de 60 países se reuniram em Noordwijk (Holanda) para discutir o tema.

Para o pesquisador, o negacionismo do clima (corrente que não acredita no aquecimento global como consequência da intervenção humana, por exemplo) deve ser situado num contexto mais amplo, em que são levados em conta aspectos como exclusão social, globalização, rejeição às instituições e à ciência, desvalorização da tradição e insegurança em relação ao futuro.

“O negacionismo nasceu nos meios conservadores norte-americanos como uma reação ao crescimento das ciências ambientais que ameaçavam impor regulações e limitações à iniciativa privada”, informa Léna, que cita os fenômenos que compõe ou facilitam a expressão do negacionismo, como redes sociais, fake news, ceticismo generalizado e conceitos de pós-verdade e relativismo.

Liz-Rejane chamou atenção para as formas de desigualdade na produção das mudanças climáticas e sua dimensão jurídica. Ela explica que a justiça climática é englobada pela justiça ambiental, que trata de ações como invasão de territórios indígenas ou destruição de espaços com populações tradicionais para construção de represas.

Como exemplo, a professora apresentou dados e infográficos demonstrativos com as regiões do planeta e a quantidade de suas emissões totais de CO2. A partir destas informações, relacionou o nível de emissões às questões de renda e população e apontou que “o padrão de vida é um fator determinante no nível das emissões dos países”.

Para Liz-Rejane, as ações humanas em função da lógica utilitarista do mercado desencadearam uma crise ambiental sem precedentes. “Encontrar um caminho viável para o nivelamento da desigualdade é um dos maiores desafios deste século”, completa.

Confira abaixo o vídeo completo do encontro.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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No dia 3 de junho, a professora Liz-Rejane Issberner, pesquisadora titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), ministrará uma palestra online gratuita com o tema "Crises Ambientais: A Era do Antropoceno". A palestra será durante o I Circuito Oline SIAMB, uma iniciativa da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em alternativa ao cancelamento do Simpósio Ambiental UFU, que seria realizado presencialmente em maio de 2020.

Liz-Rejane Issberner é pós-doutora pelo Institut de Recherche pour le Développement (IRD-Paris) e doutora e mestre em Engenharia de Produção pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A professora tem se destacado pela forma como trabalha o termo antropoceno nas Ciências Sociais e Humanas, especialmente depois do lançamento do livro “Brazil in the Anthropocene. Conflicts between predatory development and environmental policies” (em português: Brasil no Antropoceno. Conflitos entre desenvolvimento predatório e políticas ambientais), em 2017.

Como explica Liz-Rejane, o “antropoceno” desafia as Ciências Sociais e Humanas. De maneira didática, ela explica que o termo “antropoceno” advém do fato de “que o ser humano conseguiu uma força capaz de transformar a natureza, o que antes só acontecia, por exemplo, quando caía um meteorito ou um vulcão causava uma grande explosão. A partir da Revolução Industrial, o ser humano passou a ter essa capacidade: ele interfere no ar, no oceano, na emissão de gases, entre outros”.   

Durante a palestra, Liz-Rejane discutirá questões como: o que é o antropoceno e sua importância, as implicações do antropoceno para os seres humanos, as emergências climáticas e a desinformação e as ações do Estado.

O evento será 100% gratuito e haverá emissão de certificado. Em caso de dúvidas, os interessados em participar do evento devem entrar em contato pelo e-mail simposioambiental.ufu@gmail.com ou pelas redes sociais do Simpósio Ambiental UFU.

As inscrições podem ser realizadas por meio do seguinte link: https://forms.gle/533MGJEwq7fzQxPVA.

Se quiser conhecer mais sobre o tema “antropoceno”, clique aqui para ler um artigo de autoria da professora Liz-Rejane Issberner.


Patrícia Osandón
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Discussões sobre resíduos sólidos têm ganhado cada vez mais destaque da mídia nos dias atuais, sobretudo no Distrito Federal. Muito se deve ao aniversário de dois anos do Aterro Sanitário de Brasília (ASB), completados no início de 2020, e à notícia de que 51% de seu terreno já estão ocupados em apenas dois anos após sua inauguração. Entretanto, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informa que a vida útil do espaço é de 13 anos.

O ASB começou a receber rejeitos em 2018, quando o Lixão da Estrutural foi fechado após determinação do Tribunal de Justiça do DF motivada por uma ação do Ministério Público. Além disso, o fechamento do Lixão atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/10.

Para Juliana Gerhardt, mestre em Desenvolvimento Sustentável e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), as discussões em torno do aterro são importantes, pois, segundo ela, é preciso tomar atitudes no presente que, em longo prazo, favoreçam a diminuição da produção de resíduos sólidos. “Precisamos fazer com que as pessoas entendam como reduzir o consumo e comecem a pensar no ciclo de vida dos produtos. O Ibict, por meio do projeto de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), tenta resgatar um pouco disso. Ou seja, oferece ferramentas e informações sobre o pensamento do ciclo de vida de produtos, desde o início até o fim”, enfatiza.

Outro projeto relevante do Ibict que trata dessas questões é o Amazônia Legal Sem Resíduo (ALSR), realizado em parceira com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculado ao Ministério da Saúde (MS). Entre os objetivos estão o incentivo à minimização da geração de resíduos sólidos e o fortalecimento da responsabilidade compartilhada dos gestores municipais das regiões atendidas e da sociedade civil, a fim de garantir saúde pública e melhor qualidade ambiental.

Por meio de oficinas, parte da equipe da Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos – (COTEA), composta por Adriana Oliveira, Juliana Gerhardt, Luane Araújo e Thiago Rodrigues, sob a coordenação de Marcel Garcia de Souza, identifica a situação atual da gestão dos resíduos sólidos na região, cria um diagnóstico quali-quantitativo e faz um levantamento de tecnologias ambientalmente adequadas para diferentes realidades com o intuito de identificar as melhores soluções tecnológicas para a destinação final mais apropriada para a região.

Adriana Oliveira, mestre em Engenharia e pesquisadora do Ibict, reforça a questão da comunicação, da educação e da responsabilidade compartilhada. “O sistema de coleta seletiva, por exemplo, existe há pouco tempo e não contempla todas as regiões do DF. Além disso, a divulgação é precária, as pessoas sabem pouco sobre as datas da coleta ou como separar o lixo em casa. O ideal é reutilizar e reciclar”, ressalta.

Como separar os resíduos

De acordo com orientações do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, o ideal é não misturar materiais orgânicos e recicláveis, separando os resíduos em dois sacos. O primeiro, de preferência da cor verde ou azul, é para os materiais recicláveis: papel, papelão, plástico, isopor e metal.

O outro saco, de preferência preto ou cinza, é para o material orgânico e rejeitos: restos de comida, borra de café, fralda descartável, papéis gordurosos, lixos de banheiro e o vidro que, por enquanto, não são reciclados no DF devido ao alto custo do frete.

– Condomínios residenciais devem colocar seus resíduos em contêineres nas cores verde para coleta seletiva e cinza para coleta convencional;
– Não é preciso lavar as embalagens. Apenas retire o excesso de alimentos e líquidos;
– Embale vidros em jornal, caixas ou garrafas PET para evitar acidentes;
– Pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e eletroeletrônicos devem ser entregues em pontos de coleta no comércio, e medicamentos vencidos e seringas em farmácias ou postos de saúde;
– Coloque o lixo em sacos resistentes e bem fechados;
– Recicláveis podem também ser entregues nos papa-entulhos.

Lucas Guedes

Núcleo de Comunicação Social 

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