Discussões sobre resíduos sólidos têm ganhado cada vez mais destaque da mídia nos dias atuais, sobretudo no Distrito Federal. Muito se deve ao aniversário de dois anos do Aterro Sanitário de Brasília (ASB), completados no início de 2020, e à notícia de que 51% de seu terreno já estão ocupados em apenas dois anos após sua inauguração. Entretanto, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informa que a vida útil do espaço é de 13 anos.
O ASB começou a receber rejeitos em 2018, quando o Lixão da Estrutural foi fechado após determinação do Tribunal de Justiça do DF motivada por uma ação do Ministério Público. Além disso, o fechamento do Lixão atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/10.
Para Juliana Gerhardt, mestre em Desenvolvimento Sustentável e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), as discussões em torno do aterro são importantes, pois, segundo ela, é preciso tomar atitudes no presente que, em longo prazo, favoreçam a diminuição da produção de resíduos sólidos. “Precisamos fazer com que as pessoas entendam como reduzir o consumo e comecem a pensar no ciclo de vida dos produtos. O Ibict, por meio do projeto de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), tenta resgatar um pouco disso. Ou seja, oferece ferramentas e informações sobre o pensamento do ciclo de vida de produtos, desde o início até o fim”, enfatiza.
Outro projeto relevante do Ibict que trata dessas questões é o Amazônia Legal Sem Resíduo (ALSR), realizado em parceira com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculado ao Ministério da Saúde (MS). Entre os objetivos estão o incentivo à minimização da geração de resíduos sólidos e o fortalecimento da responsabilidade compartilhada dos gestores municipais das regiões atendidas e da sociedade civil, a fim de garantir saúde pública e melhor qualidade ambiental.
Por meio de oficinas, parte da equipe da Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos – (COTEA), composta por Adriana Oliveira, Juliana Gerhardt, Luane Araújo e Thiago Rodrigues, sob a coordenação de Marcel Garcia de Souza, identifica a situação atual da gestão dos resíduos sólidos na região, cria um diagnóstico quali-quantitativo e faz um levantamento de tecnologias ambientalmente adequadas para diferentes realidades com o intuito de identificar as melhores soluções tecnológicas para a destinação final mais apropriada para a região.
Adriana Oliveira, mestre em Engenharia e pesquisadora do Ibict, reforça a questão da comunicação, da educação e da responsabilidade compartilhada. “O sistema de coleta seletiva, por exemplo, existe há pouco tempo e não contempla todas as regiões do DF. Além disso, a divulgação é precária, as pessoas sabem pouco sobre as datas da coleta ou como separar o lixo em casa. O ideal é reutilizar e reciclar”, ressalta.
Como separar os resíduos
De acordo com orientações do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, o ideal é não misturar materiais orgânicos e recicláveis, separando os resíduos em dois sacos. O primeiro, de preferência da cor verde ou azul, é para os materiais recicláveis: papel, papelão, plástico, isopor e metal.
O outro saco, de preferência preto ou cinza, é para o material orgânico e rejeitos: restos de comida, borra de café, fralda descartável, papéis gordurosos, lixos de banheiro e o vidro que, por enquanto, não são reciclados no DF devido ao alto custo do frete.
– Condomínios residenciais devem colocar seus resíduos em contêineres nas cores verde para coleta seletiva e cinza para coleta convencional;
– Não é preciso lavar as embalagens. Apenas retire o excesso de alimentos e líquidos;
– Embale vidros em jornal, caixas ou garrafas PET para evitar acidentes;
– Pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e eletroeletrônicos devem ser entregues em pontos de coleta no comércio, e medicamentos vencidos e seringas em farmácias ou postos de saúde;
– Coloque o lixo em sacos resistentes e bem fechados;
– Recicláveis podem também ser entregues nos papa-entulhos.
Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social
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