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Sexta, 10 Fevereiro 2006 14:47

Ibict discute corredor digital para etnias indígenas

Um plano de inclusão social e a criação de um corredor digital para as etnias indígenas foi o ponto-chave da reunião entre representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Educação (MEC), Universidade de Brasília (UnB), liderança indígena do Alto Rio Negro – etnia Tukano - e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).

De acordo com a coordenadora de Gestão da Informação do instituto, Cecília Leite, o objetivo do encontro é criar em parceria com órgãos que já atuam na área da questão indígena uma experiência piloto de capacitação, educação e socialização junto à comunidade dos índios brasileiros. Ela acredita que é necessário o período de um ano para poder chegar a um resultado e avaliar o desenvolvimento dos índios.

“Não adianta só disponibilizar tecnologia e dar suporte. É preciso trabalhar a questão educacional do índio, fazer um acompanhamento e dispor de toda infra-estrutura necessária para a inclusão social e digital das etnias indígenas. Ou seja, não adianta somente conseguir os equipamentos, e eles serem subutilizados ou nem mesmo utilizados. Além da necessidade de um tempo para poder conhecer a realidade de um Brasil, que muita gente desconhece, e principalmente alguns de seus valores mais caros e incríveis. Isso é fundamental para nos sentirmos muito mais brasileiros e muito mais em casa do que nos sentimos hoje em dia e não apenas pensar na ação do Ibict, mas que ele seja parceiro”, salientou.

Cecília Leite acrescentou ainda que todos os conhecimentos são necessários para a continuidade de uma ação voltada para a inclusão social e digital das etnias indígenas. “Precisamos saber até quando esta parceria irá continuar e durar ou se ela irá findar”, pois “temos um prazo para esta ação”, disse.

O líder representante da etnia Tukano do Alto Rio Negro, Álvaro Tukano, disse, por sua vez, que os índios estão “famintos de tecnologia” e que a inclusão digital é muito importante para eles. “Ao longo dos anos fomos espalhados. Alguns índios são cronistas, mas não conseguimos falar uns com os outros. Queremos externar nossos pensamentos para as pessoas que gostam de ouvir as coisas de índio. Nem todo mundo gosta de ouvir as nossas queixas, isso é natural”, explicou.

Álvaro Tukano contou que na cultura indígena o pagê tem muito mais importância que um médico pago pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Ele acrescentou que às vezes os índios têm mais força ouvindo histórias antigas do que dispondo de um diploma da UnB. “Os diplomas são importantes para a sociedade aqui, mas, quando chega na nossa sociedade, não é a mesma coisa. Por exemplo, rezar um pai-nosso com fome não aparece, não tem o mesmo significado para alimentar o corpo e a alma indígena. E hoje ainda temos uma interrogação enorme nas nossas cabeças de como vai ser o nosso futuro, principalmente na região do Rio Negro habitada pelos Tukanos”, ressaltou.

Segundo o líder Tukano, o programa de inclusão digital não irá tirar o homem do campo, e o poder de inclusão, para ele, é importante para mostrar o produto e a cultura indígena.”O Alto Rio Negro é muito longe. Portanto, a inclusão digital irá facilitar a comunicação dos índios, e nós precisamos do apoio incondicional da Funai, do MEC e do Ibict. É hora de apresentarmos o nosso produto para a nação brasileira”, observou.

Assessoria de Comunicação Social

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

 

Data da Notícia: 10/02/2006 17:09

 
 
Última modificação em Quarta, 11 Dezembro 2019 16:04
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