O banco de narrativas do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) será produzido pelo curitibano, que há 11 anos reside na capital federal, e que é aluno de doutorado do curso Ciência da Informação, da Universidade de Brasília (UnB), Valério Brusamolin. O tema de sua dissertação é “A inserção do discurso narrativo no ciclo informacional e seu impacto na aprendizagem organizacional”.
A criação do banco de narrativas do IBICT, segundo Brusamolin, tem por objetivo aplicar as histórias da instituição na resolução de problemas gerenciais, atuando na orientação dos gestores do instituto, por meio de workshops, com a divulgação e o compartilhamento do conhecimento, gerando, como conseqüência, a motivação de equipes entre outros fatores.
Valério Brusamolin explicou que utilizará três instrumentos na construção do banco de narrativas visando reforçar a cultura de aprendizado da organização. Ao longo de seis meses, conforme o aluno de doutorado, serão aplicadas entrevistas a pessoas com histórias interessantes sobre a organização, principalmente aquelas que tenham dados que contribuam para a preservação dos valores do IBICT e de sua tradição.
“Os instrumentos que serão utilizados na construção do banco de narrativas são: a memória organizacional, o banco de narrativas e workshops. A ideia é buscar histórias das quais não só uma determinada equipe deva ter ciência, mas, sim, um conhecimento que possa ser compartilhado e que seja útil para a organização com um todo. Ou seja, pretende-se, pelo banco de narrativas, contribuir para a memória da organização, classificando as histórias pelo uso que elas tiveram em determinado período. Você não aprende aquilo que você não lembra. Se você aprendeu hoje, não preservou, amanhã você esquece e o aprendizado organizacional perde uma oportunidade de evolução e aprendizagem”, ressaltou.
De início, Valério Brusamolin trabalhará na coleta das narrativas, sendo que a preservação dos dados será por meio de arquivos digitais, cujo compartilhamento, em princípio, será feito utilizando o ambiente da Comunidade Virtual do IBICT para disponibilização das narrativas. “Tenho conversado com o pessoal da tecnologia da informação e ouvi falar que já existe uma ferramenta em uso. De preferência deve ser utilizado um instrumento que seja de conhecimento e já esteja institucionalizado no IBICT”, salientou. A ferramenta que Brusamolin se refere é o software Moodle, utilizado na CoP do IBICT.
O estudante da UnB, que também é militar do exército, contou que as narrativas utilizadas no banco podem ser registradas em diversas modalidades, como texto, áudio, vídeo e imagem. Ele explicou que o registro depende da habilidade dos entrevistados. “Pretendo classificar as histórias pelo uso que elas tiveram. A mesma narrativa pode ser eventualmente utilizada por outra equipe com o mesmo propósito, pois é natural que uma história seja contada diversas vezes e em ocasiões distintas dentro da organização. Agora, por outro lado, se o gestor sabe que um público já ouviu determinada história, deve recuperar em que data a história foi contada e com qual propósito, sendo assim ele poderá citar a mesma narrativa em outra ocasião. Ou seja, um discurso atual vai ganhar legitimidade pela mera referência a uma história anterior. Isso é memória organizacional”, disse Brusamolin.
Valério pretende que o banco de narrativas do IBICT facilite o trabalho dos gerentes, principalmente para os gestores que não têm tantos anos de experiência dentro do instituto. “Eles vão poder chegar e pesquisar o que aconteceu no IBICT, saber quais histórias foram contadas para as pessoas que ele ou ela estão gerenciando. É possível, dessa maneira, que os gestores tenham o seu trabalho facilitado e seus objetivos atingidos com mais facilidade, além de que a organização toda tem um ganho de melhoria perceptiva no seu desempenho”, salientou.
Núcleo de Comunicação do IBICT
18/02/2010
Data da Notícia: 19/02/2010 12:23
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