O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) será o organizador e coordenador do projeto Realidade Ampliada, segundo informou Sérgio Amadeu, sociólogo, doutor em teoria política e ex-professor da pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero, em reunião nesta semana com a diretoria do Instituto.
Amadeu explicou que a ideia é utilizar a realidade ampliada de modo abrangente, construindo um processo de modo colaborativo e de larga aplicação em ambientes urbanos. Para tanto, o IBICT fará parcerias com diversos órgãos, universidades e outros centros de pesquisa para o desenvolvimento do projeto. A primeira fase será a do mapeamento tecnológico, das competências na área de realidade aumentada no Brasil, com o intuito de promover uma fusão que consiga gerar alguns tipos de aplicativos e aplicações que interessam ao uso científico e social, além de mapear universidades e o local em que será implantado o projeto piloto.
“A primeira fase é a do mapeamento tecnológico, mas depois vamos certamente ter que construir um projeto que seja multitemático e interdisciplinar. Nós vamos, sem dúvida, recorrer não só às estruturas de Ciência e Tecnologia e Educação. Isso vai depender dos pilotos ou do projeto piloto que venham a ser construídos. A intenção é fazer, inclusive, parcerias com empresas privadas, outros ministérios, órgãos de comunicação e turismo”, ressaltou.
De acordo com Amadeu, a sociedade da informação possibilita cada vez mais que a rede do cyberespaço seja ligada às realidades que antes se acreditava que fossem as realidades locais. “Nós pensávamos que a internet iria liquidar com as expressões locais. A tecnologia da Realidade Aumentada permite que seja resgatado o local, e do local se comunique com o global. É bastante abstrato, vamos ter que construir um projeto e essa questão ficará mais clara”, salientou.
A Realidade Ampliada, conforme Amadeu, é utilizada de maneira muito incipiente por agências de publicidade e por empresas de tecnologia. “Ela já é usada em experimentos de medicina, sendo que tem diversas utilidades. Pense, por exemplo, em um médico que está com um óculos translúcido, mas que ao mesmo tempo é um óculos que tenha um hardware aplicado nele. Esse hardware que se comunica com o óculos permite que o médico esteja fazendo uma operação em determinado paciente, mas na hora que ele dá um comando de voz e pede uma tomografia do paciente, aquilo é projetado. Como o óculos dele tem uma projeção, ele consegue, sem sair do lugar - essa é a idéia da Realidade Aumentada - ver a tomografia do paciente, ao mesmo tempo que continua a operar. Isso é uma coisa que exige um hardware complexo, mas nós podemos usar isso com um celular, por exemplo. O celular pode ser usado para aportar para um lugar específico onde tem um marcador. Na hora em que ele joga, ele se dirige à câmera do celular naquele marcador e coloca um conjunto de informações dentro do celular, pois o celular tem um interpretador/software que interpreta aquele marcador. Ou seja, isso possibilitará que monumentos dêem informações muito completas para as pessoas que estão olhando para eles, além de permitir que eles façam marcadores de maneira coletiva.
A ideia, segundo Amadeu, é construir aplicativos que possam ser baixados em qualquer celular que sejam de qualidade. O doutor em teoria política explicou que a Realidade Aumentada surgiu nos Estados Unidos da América, onde ela é bem difundida, sendo o seu uso ainda restrito em muitos países.
A primeira reunião para discutir o projeto ocorreu nesta quarta-feira (03/02), na sede do IBICT, e contou com a presença do diretor do Instituto, Emir Suaiden, da coordenadora geral de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Produtos do Instituto, Cecília Leite, e de bolsistas, consultores e servidores do Instituto.
Núcleo de Comunicação do IBICT
04/02/2010
Data da Notícia: 05/02/2010 10:36
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