No início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), uma indústria farmacêutica do Catar, emirado do Oriente Médio, buscava um fornecedor de álcool etílico 99%. O pedido foi feito por uma plataforma digital da rede Enterprise Europe Network (EEN), que tem o objetivo de promover o crescimento de pequenos e médios negócios com a União Europeia. Pela internet, a demanda do Catar, ligada à EEN França, foi parar no Brasil.
“Eles pediram para a gente identificar no Brasil alguém que pudesse prover o produto. Entramos em contato com a Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e foi fechada a distribuição desse produto por um grupo de empresas brasileiras. Essa indústria do Catar vai receber mil toneladas de álcool, com possibilidade de um contrato permanente”, comemora Márcio Canedo, pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), instituição gestora da Enterprise Europe Network no Brasil.
Criado em 2013, a EEN Brasil é o núcleo brasileiro da EEN. Gerenciado pelo consórcio formado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Ibict, o núcleo trabalha para aumentar a visibilidade de empresas brasileiras no exterior e promover a cooperação tecnológica.
As mais de 600 organizações de 78 países que integram a EEN são conectadas por uma plataforma online que reúne informações a respeito de empresas e mercado de cada país. Esses dados são cruciais para a elaboração de estratégias de expansão dos negócios e a busca de parceiros internacionais.
“A EEN é uma rede que apoia pequenas e médias empresas, e outras entidades, a aproveitar as oportunidades de mercado nos países associados e encontrar parceiros estratégicos para a inovação”, diz Márcio Canedo. Na plataforma da EEN Brasil, a empresa participante pode cadastrar oportunidades e buscar oportunidades internacionais, além de obter orientação sobre leis e regras do comércio internacional.
Canedo também destaca o papel da EEN na cooperação em tecnologia, com oportunidades para instituições de pesquisa científica e startups desenvolverem projetos sob demanda empresarial. “A plataforma digital também é um canal de transferência de tecnologia entre as instituições científicas e o setor produtivo. Especialmente para quem não tem fundos de investimento para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como pequenas e médias empresas”, ressalta o pesquisador.
No âmbito, da inovação, A EEN Brasil realiza vários editais e chamadas públicas, em parceria com instituições estratégicas como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Em abril deste ano, a EEN e a Swiss Innovation Agency (Innosuisse) publicaram uma chamada para a seleção de propostas de projetos conjuntos de inovação entre empresas brasileiras e suíças para tecnologias voltadas para a prevenção do coronavírus. “Fizemos isso junto ao nosso banco de dados e também no site da EEN. Conseguimos identificar duas empresas brasileiras que enviaram propostas”, conta Canedo. Uma segunda chamada para esse edital será feita no final do mês de junho.
O Ibict passou a coordenar a EEN Brasil em abril de 2019. De lá para cá, o núcleo brasileiro realizou 12 rodadas de negócios com instituições vinculadas à União Europeia. “Num mundo cada vez mais digital e globalizado, a EEN vai desempenhar um papel fundamental. E o Ibict é um ator importante para o setor produtivo. Somos especialistas em Ciência da Informação e podemos facilitar processos nos meios virtuais”.
Para participar da EEN Brasil, a organização brasileira interessada precisa criar um perfil gratuitamente, que será incorporado ao banco de dados da EEN. A equipe da rede está à disposição para auxiliar em qualquer dúvida.
Para mais informações, acesse:
Carolina Cunha
Núcleo de Comunicação Social do Ibict
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