“Temos atuado fortemente na criação de metodologias para temáticas como a Avaliação do Ciclo de Vida, a economia circular e a mineração. Tudo isso gera demandas de informações. Vale considerar que uma das nossas habilidades é a gestão da informação”, afirmou a diretora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Cecília Leite, durante a abertura do Seminário “Mineração Urbana e Economia Circular na Mineração”, realizado no Ministério de Minas e Energia (MME), no dia 16 de outubro.
“A partir do trabalho conjunto de instituições como as que estão realizando o evento é que poderemos trocar conhecimentos e colaborar para a construção de políticas públicas na área, sempre visando o social e a prestação de serviços ao cidadão”, acrescentou a diretora do Ibict. O seminário foi resultado da parceria entre MME, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), Ibict e Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) *.
“Queremos trazer uma nova realidade para a mineração, oferecendo para a população um setor com compromisso e responsabilidade, principalmente na questão ambiental”, afirmou a secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Dadald, também presente na abertura do seminário, onde foram tratados assuntos relacionados ao aproveitamento de fontes de matérias-primas em meio aos resíduos gerados pela sociedade.
Em seu discurso de abertura, Marisete Dadald falou sobre as parcerias que estão sendo realizadas entre o MME e o MCTIC, que têm trazido benefícios para o setor mineral. “O trabalho conjunto e as orientações do Governo Federal têm gerado diversas ações no sentido de oferecer para a sociedade um sistema produtivo que agrega valor”, afirmou.
Integração de ações
O diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral, da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (DTTM/SGM) do MME, Enir Mendes, explicou durante o evento que é necessário integrar instituições públicas, academia, entidades de pesquisa e empresas e dessa forma trazer resultados econômicos, sociais e ambientais para a sociedade.
Segundo o diretor, a parceria entre MME, MCTIC, CETEM, Ibict e IBRAM deve ser ampliada com a participação de outros atores para avançar na formulação de políticas de suporte à gestão integrada dos resíduos, com foco na sua reinserção como novo insumo na cadeia produtiva. “Há a necessidade de trabalhar de forma colaborativa na proposição de soluções para o descarte, coleta, armazenagem, reuso e reciclagem dos resíduos da mineração urbana”, afirmou Mendes.
Ainda segundo o diretor (DTTM/SGM), outro ponto importante que precisa ser levado a debate é a proposição de uma regulamentação específica para o setor. “Essa é uma questão sensível e que precisa ser abordada. Devemos atuar ainda na proposição de medidas e soluções para o aproveitamento dos resíduos urbanos dentro desse novo conceito que agrega a mineração urbana”, finalizou.
Além da participação de pesquisadores na organização, apoio e presença no evento, o Ibict também esteve representado por Tiago Braga, responsável pela Coordenação-Geral de Tecnologias de Informação e Informática do Ibict, que coordenou o painel “Regulamentação da Economia Circular e Aspectos da Mineração Urbana”.
O painel contou com a participação de Sérgio Monforte, da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Alexandre Gobbo, da GeoCidades Consultoria e Planejamento; Diego Iritani, da Upcycle Brasil; e Daniel Chang, da Secretaria de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do MCTIC.
Entre os temas debatidos no painel, destaca-se a relação entre políticas públicas e sustentabilidade. Alexandre Gobbo, que discutiu sobre a avaliação do estado atual da economia circular para o desenvolvimento de um mapa do caminho para o Brasil, Chile, México e Uruguai, explicou que um importante problema a ser considerado é a relação entre o setor urbano e a grande produção de resíduos. “É preciso pensar não apenas em uma logística reversa, mas que também seja contínua em relação ao assunto. Essas soluções devem envolver toda a cadeia produtiva. Demanda muita articulação e internalização dos conceitos de economia circular, bem como estruturas de cooperação e criatividade”, explicou.
* Sobre a organização do evento: Com apoio da ONU-Habitat, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer e da Secretaria de Tecnologias Aplicadas do MCTIC, o evento foi organizado pelos membros participantes do grupo de estudo Mineração Urbana e Economia Circular na Mineração, composto pela Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (SGM/MME), Ibict/MCTIC, Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (SEMPI/MCTIC), CETEM/MCTIC e IBRAM.
Patrícia Osandón
Núcleo de Comunicação Social
Com informações da ASCOM do MME
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