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O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) acaba de lançar a publicação “Minimizar a geração de resíduos sólidos: um guia conceitual”, elaborado por Thiago Oliveira Rodrigues, pesquisador e especialista em Avaliação do Ciclo de Vida.

O guia surge dentro do contexto do projeto Amazônia Legal sem Resíduo (ALsR), um projeto financiado pela Fundação Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Funasa/MS) e executado pelo Ibict, órgão vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Para Marcel Garcia de Souza, coordenador de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA), tratar de minimização “é tratar de redução, reuso, reciclagem. Faz-se necessária uma mudança de hábito e dos padrões de comportamento construídos durante muito tempo, o que torna o desafio ainda maior”.

O documento trata de temas como Bioeconomia, Economia Circular, Minimização (na indústria, no comércio, na sociedade civil e no contexto Amazônico) e chama atenção para a questão do consumo, considerado o elo de uma cadeia complexa que impulsiona uma série de processos.

Neste sentido, o pesquisador Thiago Rodrigues aponta que a minimização da geração de resíduos sólidos deve ser pensada desde o ambiente doméstico até o industrial. “Minimizar significa reduzir a geração do resíduo no ato do consumo ou na produção do bem ou serviço. Se o resíduo gerado passa a ser percebido como matéria-prima mal aproveitada, ele será valorizado”.

Outro ponto importante é que o guia se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mais especificamente ao ODS 12 (Consumo e Produção Sustentável) que visa a produção e o consumo sustentáveis, com foco em ações globais e locais, como alcançar o uso eficiente de recursos naturais.

De acordo com o texto, o guia vai fortalecer ainda mais a mobilização a favor da sustentabilidade ambiental e da implementação da Agenda 2030 no Brasil, contribuindo para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial o ODS 12.

Thiago espera que o guia provoque mudança de comportamento individual e coletivo e que gere uma reflexão em todo ato de consumo para que as pessoas pensem o quanto é possível melhorar a eficiência na gestão de recursos, se é possível não gerar resíduo ou minimizá-lo.

Para ter acesso completo ao documento, clique aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Nos dias 5 a 8 de novembro, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) participa da mostra agropecuária Expoabra, em Brasília/DF. Este ano, devido à pandemia, o evento ocorre de forma virtual. A Expoabra é promovida pelo Instituto Parque Granja do Torto (PGT), a Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape) e a Secretaria de Agricultura (Seagri).

Nos quatro dias da exposição, produtores, empreendedores rurais e o público em geral poderão acompanhar, pela internet, palestras e bate-papos com especialistas, capacitações práticas com clínicas especializadas e provas técnicas e regulamentadas. Também será possível fechar negócios em formato virtual, participar de venda e leilão de animais e assistir a lives com artistas.

O Ibict é uma das instituições apoiadoras e está presente no eixo Ciência e Tecnologia, com um “estande virtual” no evento.  Ao visitar o site da Expoabra, o público poderá conhecer diferentes projetos da instituição voltados para o setor produtivo.

“O Ibict tem atuado de forma cada vez mais dinâmica e plural, desenvolvendo serviços voltados ao setor produtivo, em parceria com a indústria, entidades empresariais, universidades, agências de inovação e centros de pesquisa”, diz Márcio Canedo, pesquisador do Ibict e coordenador da EEN Brasil.

Entre os projetos do Ibict apresentados na feira, estão a rede Enterprise Europe Network (EEN), criada pela Comissão Europeia para promover o crescimento de pequenos e médios negócios. Os serviços oferecidos por meio da EEN são gratuitos e têm como foco apoiar a inovação e a internacionalização de empresas e a transferência de tecnologia. No Brasil, a EEN é gerenciada pelo Ibict e trabalha para aumentar a visibilidade de empresas brasileiras no exterior.

Outros projetos são a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que dimensiona potenciais impactos ambientais de um produto ou serviço e o Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT), que orienta empreendedores na solução de problemas e informações técnicas, através de um Banco de Informação formado por Respostas e Dossiês Técnicos, em diversos segmentos de agronegócios, indústria e serviços.

Já o Sistema Aberto de Observatório para Visualização de Informações (Visão) disponibiliza, através de um mapa interativo e visual, as informações oficiais produzidas por instituições públicas brasileiras para apoiar a tomada de decisão, a construção de políticas públicas e as decisões estratégicas.

Novo parque é lançado durante o evento

A Expoabra também será o momento do lançamento do projeto para o novo Parque de Exposições Granja do Torto (PGT). O espaço busca se tornar o grande centro de desenvolvimento da agropecuária da região Centro-Oeste, voltado ao crescimento do setor por meio da inovação tecnológica.

O plano tem como foco o desenvolvimento do segmento agropecuário por meio de investimentos em inovação tecnológica, pesquisas, capacitação de pessoal, prestação de serviços, produção e comercialização de insumos e material genético.

Para o presidente do PGT, Eugênio Faria, a reestruturação significa mais investimentos em educação, inovação e tecnologia, o que é fundamental para tornar o DF um polo de pesquisa e desenvolvimento. “A expectativa que temos no evento é lançar o PGT para Brasília e para o Brasil como uma grande casa do que existe atualmente em tecnologia e inovação agropecuária para o País inteiro. As iniciativas da exposição estão voltadas para mostrar toda a capacidade do DF e regiões próximas para trazer um programa de empresas e produtos de expressividade nacional”, afirma o presidente.

 

Serviço

ExpoAbra Digital

De 5 a 8 de novembro 

Inscrições: www.expoabra.com.br

 

Carolina Cunha, Núcleo de Comunicação Social do Ibict

 Com informações da Agência Brasília

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Cada vez mais, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem se mostrado uma das técnicas mais eficazes para medir o desempenho socioambiental de produtos, serviços e organizações e um estudo de ACV depende de bases de dados com inventários de processos que forneçam insumos aos sistemas sob avaliação.

Neste sentido, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) mantém, desde 2015, o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida de Produtos Brasileiros (SICV Brasil), um banco de dados criado para abrigar Inventários do Ciclo de Vida (ICVs) de produtos nacionais.

A ferramenta é um dos provedores da plataforma internacional Rede Global de Acesso a Dados de ACV (GLAD na sigla em inglês) e tem como objetivo manter e assegurar o acesso aos dados de inventários de produtos e processos da indústria brasileira, bem como validar as informações a serem inseridas.

Entretanto, um dos desafios enfrentados neste processo tem a ver com os formatos dos inventários, cujos principais são ecospold e ILCD. Por cada um ter uma estrutura própria, isso pode trazer algumas dificuldades na utilização dos inventários, a depender do software de apoio à ACV usado.

Para minimizar estes problemas, foi lançado o Manual de validação de inventários convertidos de ecospold2 para ILCD, realizado numa parceria entre o Ibict, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o grupo Gyro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

De acordo com o pesquisador do Ibict, Thiago Rodrigues, o documento foi criado porque muitos dos inventários produzidos no Brasil estão no formato ecospold, enquanto o SICV Brasil abriga datasets no formato ILCD, por ser de acesso aberto. “O desafio era converter os datasets (ecospold -> ILCD) sem perda de informação e integridade”, relata.

O documento apresenta, de forma didática, um passo-a-passo para baixar os programas necessários, abrir arquivos, coletar e validar dados que já foram convertidos por meio de um conversor nomeado Lavoisier.

O conversor é um dos resultados do projeto Rota Estratégica de Base de Dados Nacionais de ACV, executado pela UTFPR e pelo Ibict, supervisionado pela ecoinvent, implementado pela ONU Meio Ambiente e financiado pela Comunidade Europeia.

Clique aqui para acessar o Manual de validação de inventários convertidos de ecospold2 para ILCD.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Na semana em que o Brasil completa 10 anos da data em que foi sancionada a lei que institutiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (02/08/2010), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) apresenta uma entrevista com a pesquisadora e mestre em Desenvolvimento Sustentável, Juliana Gerhardt.

Com bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Juliana tem experiência profissional na área de Gestão Ambiental, atuando principalmente na área de Licenciamento Ambiental. Atualmente é assistente de pesquisa no Ibict, onde desenvolve projetos na área de gestão de Resíduos Sólidos, Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e Informação para a Sustentabilidade na Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA).

Sua dissertação de mestrado, defendida em 2018 na Universidade de Brasília, avalia a relação de qualidade entre o material primário e o secundário no processo de reciclagem de uma liga de alumínio utilizada pela indústria automobilística e como isso contribui para discutir impactos ambientais, econômicos e sociais no mercado da reciclagem.

A pesquisadora aplicou a metodologia de ACV e a fórmula integrada para fim de vida de produtos (testada no programa de Pegada Ambiental do Produto da Comissão Europeia) e foram realizadas análises comparativas entre 15 cenários dentro da modelagem para reciclagem de final de vida da liga, com o uso do software GaBi 6.0 - versão educacional.

De acordo com Juliana, a reciclagem é um processo onde há algum tipo de alteração na constituição do material que está sendo reciclado. “Além disso, sempre há a mistura de algum material de origem primária (material virgem) no material que está sendo reciclado (material secundário), de modo a fornecer ou devolver determinadas propriedades”, explica.

Intitulada “A sustentabilidade da cadeia da reciclagem: a influência das relações de qualidade entre material primário e secundário”, a pesquisa apresenta ainda uma abordagem sobre as políticas públicas voltadas à economia circular, produção e consumo responsável no Brasil, na China e na União Europeia.

Confira abaixo a entrevista e clique aqui para conhecer os resultados da pesquisa.

Há quanto tempo trabalha com a temática da ACV? Por que começou a trabalhar com essa área? 

Conheci e me envolvi com ACV no começo do mestrado em Desenvolvimento Sustentável na UnB, no final de 2016. Meu projeto de pesquisa inicialmente era sobre a importância dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para a reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos industriais, bem como seus impactos sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia. Na época, em conversas com meu orientador, ele me apresentou a Avaliação de Ciclo de Vida como uma ferramenta para medir esses impactos. Desde então, não parei mais.

Como surgiu a ideia de abordar a temática discutida em sua dissertação?  

Minha temática sempre foi com resíduos industriais e reciclagem. Na primeira conversa com meu novo orientador ele disse que tinha interesse em abordar o retorno dos resíduos industriais para as cadeias produtivas. Então, acabou fluindo naturalmente para o tema da minha dissertação, que discute um requisito importante quando se fala no retorno dos materiais para a indústria, que é a qualidade e desempenho desses materiais na fabricação de novos produtos reciclados.

Qual a importância de o meio acadêmico voltar-se para as questões relacionadas à ACV? Considerando a complexidade das discussões na área ambiental, qual a importância de discutir ACV?

De extrema relevância, pois os estudos desenvolvidos a partir de ACV são relativamente novos e pouco explorados. Temos muitas pesquisas ainda a desenvolver utilizando como base os produtos brasileiros, a fim de entender de que forma eles impactam o ambiente, a sociedade e a economia brasileiras. Os estudos de ACV são essenciais para apontar caminhos e estratégias em busca de um desenvolvimento mais sustentável e de uma economia mais circular. Eles também são importantes para dar embasamento científico a muitas questões e subsidiar decisões complexas da área ambiental.

Quais as principais contribuições do seu estudo para o avanço das pesquisas em ACV?

Acredito que a principal contribuição é em relação ao uso da fórmula integrada para fim de vida de produtos, já testada no programa de Pegada Ambiental de Produtos da Comissão Europeia. No futuro, acredito que possamos através de mais pesquisas e estudos, adaptá-la e usá-la aqui no Brasil para medir os impactos ambientais dos fluxos de matéria e energia, das emissões e dos fluxos de resíduos associados a um produto brasileiro ao longo de seu ciclo de vida.

A partir da sua percepção, o que você acha que muda na ACV durante e pós-pandemia?

A pandemia só reforça a necessidade de utilizarmos a ferramenta de ACV para medir os impactos socioambientais, socioeconômicos e de saúde ambiental causados por pandemias e outras doenças ao país e ao mundo. Mas, para isso acontecer, é necessário ter dados! No caso do Brasil, os estudos de Avaliação de Ciclo de Vida podem proporcionar o levantamento de dados para os inventários que poderão alimentar o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV Brasil), gerido pelo Ibict, e com isso permitir conhecer cada vez mais e melhor os produtos, os serviços e os resíduos gerados pelo setor produtivo brasileiro no que diz respeito aos aspectos da sustentabilidade. Os resultados desses estudos utilizando ACV permitirão prever ou prevenir impactos e externalidades, e embasar boas decisões políticas e de gestão estratégica, essenciais em momentos como este que estamos vivendo.

Lucas Guedes e Patrícia Osandón
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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No último dia 23 de julho o engenheiro florestal e pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Thiago Rodrigues, palestrou no evento eDOC Online Engenharia.

O pesquisador abordou a importância da organização de dados, a gestão da informação tecnológica para sustentabilidade e apontou suas perspectivas sobre a Engenharia 4.0 e da Sociedade 5.0.

Para Thiago, “o grande chefe de campanha” da Sociedade 5.0 é o Japão, mas alerta para o fato de que esse recorte é preocupante por se tratar de uma sociedade atípica em relação aos outros países.

“O Japão está em um nível de qualidade de vida e de igualdade social muito além do que a maior parte dos países, então ele consegue vender esta ideia de Sociedade 5.0, na qual se parte de uma economia tradicional para uma economia criativa”, explicou.         

Ao falar sobre sustentabilidade da gestão da informação, Thiago apresentou aspectos que precisam ser levados em conta quando se fala de uma nova sociedade, como externalidades e custos socioambientais. “Navegar na internet emite mais CO2 que andar de avião”, comenta ao citar uma pesquisa do Shift Project publicada no portal Deutsche Welle (DW) em 2019.

Foi apresentado ainda o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida de Produtos Brasileiros (SICV Brasil), um banco de dados criado pelo Ibict para abrigar Inventários do Ciclo de Vida (ICVs) de produtos nacionais.

O tema central do evento, que aconteceu entre 22 e 24 de julho, foi Engenharia & Gestão da Informação no cenário da Transformação Digital & Cases Paperless, e reuniu especialistas da área para discutir as principais tendências, perspectivas e aplicações da transformação digital na Gestão da Informação e documentação em projetos da Engenharia 4.0.

Veja a palestra completa abaixo:

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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A energia solar fotovoltaica é obtida quando a irradiação solar é transformada diretamente em energia elétrica, sem passar pela fase de energia térmica, como acontece no sistema heliotérmico.

No intuito de analisar os impactos ambientais causados neste processo, a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) Adriana Oliveira, desenvolveu a dissertação de mestrado Avaliação de Impactos Ambientais do Módulo Fotovoltaico: Produção e Uso como Fonte de Energia Elétrica, defendida em 2017 na Universidade Federal de Brasília (UnB).

Adriana é engenheira de energia e mestre em Ciências Mecânicas pela UnB. No Ibict, atua como bolsista no projeto Amazônia Legal Sem Resíduo e faz parte do grupo de Informação para Sustentabilidade na Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA).

A metodologia empregada na pesquisa foi a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que proporcionou uma análise dos impactos da geração de eletricidade a partir do módulo fotovoltaico desde sua produção até sua aplicação como fonte de energia elétrica em uma residência.

Na entrevista abaixo, a pesquisadora apresenta mais detalhes sobre seu objeto de pesquisa e sua relação com ACV.

Por que você escolheu este tema para sua dissertação?

O curso de Engenharia de Energia da UnB é bastante amplo. Ele permite que você possa trabalhar com todas as fontes de energia existentes. Desta forma, durante a graduação, foquei em me especializar na área de energias renováveis. Com isso, ao finalizar a graduação, tive a oportunidade de trabalhar em uma empresa que comercializava produtos fotovoltaicos, o que me proporcionou uma especialização nessa área. Ao iniciar o mestrado, quis aproveitar o tema em que estava trabalhando e aproveitá-lo para fazer um estudo nessa área.

A energia fotovoltaica é considerada uma energia limpa e renovável, com grandes expectativas de crescimento e inserção de forma mais efetiva na matriz energética brasileira. No entanto, devido à minha bagagem na graduação, eu desejava saber quão limpa e renovável é a energia fotovoltaica. Assim, procurei Sandra Luz, uma professora especialista em Avaliação do Ciclo de Vida de produtos que, por sorte, já havia me dado aula na graduação e tínhamos uma sinergia. Então, entramos no acordo de produzirmos uma dissertação que avaliasse os impactos ambientais do módulo fotovoltaico e, a partir desta análise, comparasse com a matriz energética brasileira.

Você já tinha trabalhado ou pesquisado ACV antes do mestrado?

Conhecia um pouco sobre o tema, mas não tive a oportunidade de trabalhar com essa temática na graduação. O mestrado foi o primeiro contato que tive com esse tema e foi o que me proporcionou me especializar mais nessa área e poder trabalhar no Ibict.

Qual a importância da ACV nos estudos dos impactos ambientais?

De acordo com a NBR ISSO 14.040, a ACV estuda os aspectos ambientais e os impactos potenciais ao longo da vida de um produto (isto é, do “berço ao túmulo”), desde a aquisição da matéria-prima, passando por produção, uso e disposição. As categorias gerais de impactos ambientais que necessitam ser consideradas incluem o uso de recursos, a saúde humana e as consequências ecológicas.

Assim, meu objetivo era analisar os impactos que o módulo fotovoltaico gerava ao longo da sua produção, pois depois que o sistema começa a gerar energia, de fato, não produz impactos ao meio ambiente. Mas quais impactos ele causava na sua produção? Responder a essa pergunta era o objetivo principal. E, após essa análise, quis comparar com os impactos que as principais fontes de energia que a matriz elétrica brasileira possui para, então, incentivar ou não a inserção mais efetiva da energia fotovoltaica no Brasil.

Como a ACV tem sido importante durante a pandemia?

A ACV é extremamente importante para avaliar os impactos ambientais de determinados produtos ou serviços. Ela permite identificar oportunidades para melhorar a forma de produção dos produtos e serve como base para tomada de decisões, seja em um planejamento estratégico ou em um rearranjo na produção de determinado produto.

Durante a pandemia, diversos serviços e produtos precisaram ser suspensos ou realizados de outra forma. Com o auxílio da ACV, as instituições podem avaliar os impactos que tais decisões podem refletir nesses serviços.

Em que ponto você considera que sua pesquisa mais contribui para ACV brasileira?

Durante o mestrado, tive dificuldades em encontrar estudos sobre ACV no contexto da energia fotovoltaica, principalmente estudos nacionais. Em outros países, a energia fotovoltaica é bastante utilizada na matriz energética, a exemplo da Alemanha, em que 25% da sua matriz energética é a base da energia solar. No entanto, o Brasil está com apenas 0,1% de inserção da energia fotovoltaica em sua matriz. Acredito que isso seja um reflexo de que há pouquíssimos estudos nacionais nessa temática.

Desta forma, vejo que a minha pesquisa contribuiu para que o Brasil pudesse ter mais estudos sobre ACV e energia fotovoltaica e também para questionar o porquê deste tipo de energia não ter uma inserção maior na matriz, já que possui diversos benefícios.

Para conhecer os resultados da pesquisa, acesse o trabalho completo aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Terça, 23 Junho 2020 13:42

Confira o volume 4 da revista LALCA

Um artigo sobre emissões de gases de efeito estufa evitadas em Cabo Verde e outro sobre aplicação de ferramentas de otimização com base em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) na produção de frutos e subprodutos de citrino fazem parte do quarto volume da Revista Latino-Americana em Avaliação do Ciclo de Vida (LALCA).

Em Emissões de GEE evitadas em Cabo Verde: estimativa em um cenário de adoção de fontes energéticas renováveis em 2025, os pesquisadores Gabriel Leuzinger Coutinho e João Nildo Vianna estimam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que seriam evitadas, caso o plano apresentado em 2017 (de que, em 2025, ao menos 50% de sua energia elétrica fosse gerada por fontes renováveis) seja executado.

A partir da utilização do método de ACV das fontes renováveis, foram calculadas as emissões que seriam evitadas com a não utilização de usinas termelétricas para gerar a energia que passaria a ser fornecida no arquipélago no período indicado.

Já a pesquisa argentina Estado da arte da aplicação de ferramentas de otimização com base na avaliação do ciclo de vida na produção de frutos e subprodutos de citrino, de Maria Emilia Iñigo Martínez e Alejandro Pablo Arena, busca encontrar coincidências, diferenças e lacunas em artigos científicos existentes sobre a metodologia de ACV e sua aplicação para otimizar a produção de frutas cítricas e derivados.

Os pesquisadores fizeram a revisão e a seleção do material científico de acordo com as publicações que utilizaram a metodologia ACV, as técnicas de otimização e a combinação das duas metodologias para, em seguida, avaliar, de acordo com as diretrizes das ISO 14040 e 14044, que apresentam os princípios e procedimentos necessários para a ACV de produtos.

A LALCA é um periódico do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e, desde o volume 3 (2019), passou a publicar artigos na modalidade de publicação contínua, ou seja, logo após a revisão e a diagramação, sem necessidade de aguardar o fechamento de uma edição com um número mínimo de artigos, como era feito anteriormente.

As submissões para a LALCA são analisadas por uma equipe multidisciplinar de especialistas, observando os princípios do rigor científico e a qualidade da pesquisa, e podem ser realizadas pelo site da revista. Após breve cadastro, é preciso verificar se o trabalho está em acordo com o escopo da revista e seguir os próximos passos. Serão aceitos artigos em língua portuguesa, espanhola, ou inglesa, com resumos nas três línguas, obrigatoriamente.

Para ter acesso à LALCA e submeter seu trabalho, clique aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) participou ontem, 11/6, da apresentação e do lançamento da rede Global LCA Data Access (GLAD). Em formato de webinar, o evento reuniu consultores, representantes de bases de dados e agentes governamentais ligados à Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) ao redor do mundo.

Com painéis, pesquisas interativas e demonstrações ao vivo dos principais recursos da GLAD, o evento buscou aprofundar a experiência dos fornecedores de conjuntos de dados (datasets) desde o início da rede, em 2012, quando a Comissão Europeia realizou o Fórum Internacional de ACV.

A abertura do encontro foi realizada por Llorenç Milà i Canals, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que conduziu o lançamento organizando as apresentações dos participantes. Dentre eles, Tiago Braga, coordenador-geral de Tecnologias da Informação e Informática (CGTI) e Thiago Rodrigues, especialista em ACV e pesquisador na coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA) do Ibict.

Em sua fala, Thiago Rodrigues expôs porque a GLAD é importante para o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida de Produtos Brasileiros (SICV Brasil), sistema criado pelo Ibict para abrigar Inventários do Ciclo de Vida (ICVs) de produtos nacionais. Para ele, a relevância vem do aumento substancial da visibilidade e alcance dos datasets brasileiros inseridos na GLAD, o que faz do SICV um banco de dados global.

De acordo com o pesquisador, as cadeias produtivas são globais para quase todo e qualquer produto. “Uma pesquisadora na Europa ou um gerente de sustentabilidade na Ásia ou ainda uma agente governamental na África podem precisar de dados ambientais sobre produtos que importam do Brasil para tomar decisões mais efetivas para mitigar impactos socioambientais”, explica.

Tiago Braga disse que um dos principais motivos por que o Brasil optou por fazer parte da GLAD foi a oportunidade de ter uma rede global aberta que suportasse conexões de uma diversidade de usuários, com o objetivo de encontrar informações que permitam compreender melhor o fluxo de energia e materiais e como a produção de bens e serviços poderia impactar nosso meio ambiente.

Ainda segundo o coordenador, como instituição responsável por hospedar reconhecidos datasets nacionais da ACV , “o Ibict apoiou a GLAD desde o início, pois acredita que todos são beneficiados quando há um projeto focado em fornecer informações importantes e a rede que estamos lançando hoje sempre se comprometeu com isso”.

A íntegra da gravação será disponibilizada em breve.

 A GLAD

Criada em 2012, a Global LCA Data Access (GLAD) é uma rede global entre países que visa permitir a interoperabilidade de estudos de Inventário do Ciclo de Vida. Basicamente o que se pretende é possibilitar que estudos feitos em qualquer ferramenta possam ser utilizados em qualquer outra ferramenta e compartilhados entre bancos de dados diferentes.

O Ibict foi o primeiro a presidir a rede, e hospedou o encontro de 2016 da GLAD. Participa juntamente com instituições e empresas de países como Chile, China, Estados Unidos, França, Japão, Itália, Malásia, México, Suécia, Suíça e Tailândia – e União Europeia.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Terça, 09 Junho 2020 12:37

GCV2020 altera calendário de atividades

A comissão organizadora da sétima edição do Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida (GCV2020), marcada para acontecer entre os dias 19 e 22 de outubro deste ano, informa que não será mais possível a realização do evento conforme previsto.

Seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e decretos de ordem estadual e municipal sobre a pandemia do coronavírus, a equipe de organização decidiu refazer o calendário e a previsão é de que o evento aconteça em 2021.

O GCV2020 seria realizado em Gramado (RS), dois anos após a última edição, que aconteceu em Brasília em 2018, organizada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e promovida pela Associação Brasileira de Ciclo de Vida (ABCV).

Considerado um dos mais importantes eventos sobre Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) no Brasil, o GCV reúne estudantes, pesquisadores e profissionais que atuam ou estejam interessados em discussões sobre avaliação e gestão do ciclo de vida no Brasil e no mundo a partir de temas como, por exemplo, inventário e avaliação de impactos, ecodesign, economia circular, dentre outros.

Com o tema “Contribuições para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, a sétima edição do GCV tratará também da utilização empresarial da ACV e pretende conectar diferentes setores produtivos como energia, transporte, indústria, cidades e alimentação.

A comissão orienta os participantes a ficarem atentos às redes sociais e ao site oficial do evento para obterem informações relacionadas a publicações e ao novo calendário. Veja abaixo os endereços e, caso haja alguma dúvida, acesse o formulário de contato disponível aqui.

Site: ufrgs.br/gcv2020

Instagram: instagram.com/gcv2020

Facebook: facebook.com/gcv2020

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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O Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida de Produtos Brasileiros (SICV Brasil) vai receber quase 200 novos inventários (ICVs) do setor agrícola, construção civil, hotelaria e energia produzidos no âmbito do projeto Sustainable Recycling Industries (SRI).

O projeto foi financiado pelo governo suíço e o componente específico para ICVs foi coordenado pela ecoinvent, por isso, um rigoroso trabalho de pesquisa para a conversão segura dos formatos (ecospold >>> ILCD) tem sido desenvolvido.

Esse trabalho é uma parceria do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que desenvolveu um conversor de inventários que será incorporado ao importador do SICV Brasil.

Thiago Rodrigues, especialista em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), explica que o conversor é um dos resultados do projeto Rota Estratégica de Base de Dados Nacionais de ACV, executado pela UTFPR e pelo Ibict, supervisionado pela ecoinvent, implementado pela ONU Meio Ambiente e financiado pela Comunidade Europeia.

Para testar a ferramenta, 115 inventários da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já foram convertidos e 45 do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, vinculado à USP, estão no processo de conversão.

No momento, especialistas da Embrapa estão checando os resultados da conversão. “O processo tem sido exitoso e os inventários convertidos são funcionais, mas ainda há pequenos ajustes a serem feitos. A expectativa é que na ocasião do Congresso Brasileiro de Gestão do Ciclo de Vida (GCV 2020), que acontece em outubro, o SICV já tenha esses inventários inseridos e disponibilizados gratuitamente para a sociedade”, completa Thiago.

O SICV Brasil é um banco de dados criado pelo Ibict para abrigar Inventários do Ciclo de Vida (ICVs) de produtos nacionais. O sistema é um gerenciador de bases de dados que visa um conjunto consolidado dos inventários brasileiros, o que implica diretamente no aumento da competitividade da indústria nacional vinculado a um melhor desempenho ambiental de produtos e serviços.

O banco de inventários centraliza as informações de ICVs, possibilitando a diferentes usuários de diversos setores como governo, indústria e academia, manterem seus inventários dentro de um mesmo vinculo chamado de “nó”. Esses vínculos se conectam formando uma rede de dados de ACV, baseada em uma estrutura de informações mundialmente integrada.

Para saber mais sobre o SICV Brasil, clique aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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