A criação do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD), em 1954, constituía uma ação de vanguarda. Apenas dois anos antes, a Rússia, que era à época um dos países mais desenvolvidos, criou o VINIT, órgão similar ao IBBD. A idéia surgiu com o objetivo de promover a criação e o desenvolvimento dos serviços especializados de bibliografia e documentação, estimular o intercâmbio entre bibliotecas e centros de documentação, no âmbito nacional e internacional, incentivar e coordenar o melhor aproveitamento dos recursos bibliográficos e documentários do país, tendo em vista, em particular, sua utilização pela comunidade científica e tecnológica. Para preencher uma lacuna do Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico quanto à necessidade de fornecimento de informações em Ciência e Tecnologia, o IBBD, em 1976, se transformou em Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).
Emir Suaiden, diretor do IBICT, explica que a ênfase era desenvolver uma rede de informação no país, envolvendo entidades atuantes em C&T, adotando-se, para tanto, um modelo de sistema de informação descentralizado para o país. “Esse novo instituto surgiu com a missão de atuar, em âmbito nacional, da proposição e execução de políticas para o setor de informação científica e tecnológica, colaborando para o avanço da ciência e competitividade da tecnologia brasileira”.
O IBICT, como centro nacional de pesquisa, intercâmbio científico, formação, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal científico, segundo Suaiden, tem por finalidade contribuir para o avanço da ciência, tecnologia e inovação tecnológica do país, por intermédio do desenvolvimento da comunicação e informação nessas áreas. “Para atingir seus objetivos, o IBICT vem pesquisando e formando competência técnica por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, criando, assim, um corpo de profissionais brasileiros altamente especializados no tratamento e disseminação da informação”.
As novas tecnologias de informação e comunicação são acompanhadas pelo instituto, que internaliza e estimula o empreendedorismo e a inovação. O diretor do IBICT afirma que nesse contexto, o instituto, com o auxílio das tecnologias, assume o papel de agregador e integrador das iniciativas de informação científica e tecnológica no país. “No âmbito estratégico, o IBICT vem discutindo e articulando o estabelecimento de políticas e ações que possibilitem amplo e irrestrito acesso à informação científica e tecnológica. O instituto, portanto, mais do que uma unidade de pesquisa, é um órgão de governo coordenador dos sistemas nacionais de informação em ciência e tecnologia”.
Iniciativas
O IBICT participa da política nacional de acesso livre à informação. “Várias instituições de pesquisa e de fomento estrangeiras começam a estabelecer políticas e mandatos visando ao depósito compulsório dos resultados de pesquisa financiada com recursos públicos. Por sua vez, o instituto vem desenvolvendo algumas ações, como a distribuição de softwares livres, o lançamento do Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica e a criação de provedores de serviços compatíveis com padrões internacionais. Desenvolve também a cooperação internacional, com o objetivo de disponibilizar para a comunidade científica brasileira o acesso às bases de dados internacionais e aumentar a visibilidade da produção científica brasileira no âmbito internacional”.
A inovação é um fator estimulado nas iniciativas do IBICT. Suaiden afirma que, atualmente, em todos os países do mundo, a marca de sucesso se chama inovação. “Para competirem entre si, é vital que os países inovem. O processo de inovação passa a ser uma questão absoluta para o desenvolvimento de um país. A globalização exige que, para se ter sucesso e competitividade, é preciso inovar sempre. Hoje, a grande evolução das tecnologias da informação e comunicação provoca mudanças políticas e sociais, e os governos buscam se adequar às crescentes demandas da nova sociedade”.
O IBICT para o Brasil
“O IBICT é o único órgão brasileiro que presta informação em Ciência e Tecnologia. Daí sua importância. Hoje, vivemos na sociedade da informação e, por isso, o acesso à informação científica e tecnológica é muito relevante e tem um grande peso em todo o processo de desenvolvimento do país. É por meio dela que são formados pesquisadores e produzidas as patentes brasileiras”.
O instituto, diz Suaiden, desempenha o importante papel de integrador, agregador e facilitador, possibilitando a constituição de redes e serviços de informação. “Não basta apenas o fornecimento de ferramentas de software. O estabelecimento de padrões e de normas técnicas e, sobretudo, a articulação nos níveis político e técnico são necessários para se alcançar alto nível de interoperabilidade entre as várias fontes de informação”.
Data da Notícia: 04/04/2008 18:11
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