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Na próxima quinta-feira (29/4), às 16h, acontece a terceira edição do ‘Projeto Diálogos Ambientais’, uma iniciativa da Comissão do Meio Ambiente do Conselho Nacional do Ministério Público (CMA/CNMP). A transmissão ao vivo será pelo canal do CNMP no YouTube.

O evento contará com a participação dos pesquisadores da Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Thiago Rodrigues, Luane Souza, Juliana Gerhardt e Adriana Oliveira, que irão apresentar os resultados do Projeto Amazônia Legal sem Resíduo (ALsR).

Em seguida, o ecologista e cofundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia), Paulo Moutinho, ministrará a palestra “Política Públicas de Regularização Ambiental e Fundiária na Amazônia Legal”.  

O projeto ALsR foi executado pelo Ibict e financiado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculada ao Ministério da Saúde (MS) com o objetivo de incentivar a minimização da geração de resíduos e discutir possibilidades para aplicação de tecnologias apropriadas ao perfil de geração de resíduos de cada município da região.

‘Diálogos Ambientais’ é um projeto presidido por Luciano Nunes Maia e foi concebido com o propósito de oferecer aos membros e servidores do Ministério Público (MP) e ao público em geral interessado exposições mensais com temas atuais e relevantes na temática ambiental, por meio do compartilhamento de experiências exitosas do MP, de outros órgãos públicos e dos segmentos da sociedade civil.

Palestrantes  

Paulo Moutinho é doutor em ecologia e estuda as causas do desmatamento na Amazônia e suas consequências para a biodiversidade, mudança climática e habitantes da região. Ele trabalha na Amazônia há 30 anos e foi cofundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia), uma ONG brasileira de base científica. Também participou ativamente da constituição do Fundo Amazônia e da Política Nacional de Mudanças Climáticas.

Thiago Rodrigues é graduado em Engenharia Florestal pela Universidade de Brasília (UnB), mestre e doutor em Ciências Florestais e pós-doutor pelo Departamento de Engenharia Florestal (UnB). Atualmente é pesquisador em Avaliação do Ciclo de Vida no Ibict.

Luane Souza é bacharel em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB), mestra em Geografia na área de Gestão Ambiental e Territorial, na linha de pesquisa de Análise de Sistemas Naturais, na Universidade de Brasília (UnB), técnica em Meio Ambiente pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), pós-graduada em Geografia e Análise Ambiental, na Universidade Estadual do Goiás (UEG). Atualmente é pesquisadora no Ibict.

Juliana Gerhardt é bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestra em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente é pesquisadora no Ibict, desenvolvendo projetos na área de gestão de resíduos sólidos e Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).

Adriana Oliveira é bacharel em Engenharia de Energia na Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Ciências Mecânicas (UnB). Atualmente é pesquisadora no Ibict, desenvolvendo projetos na área de gestão de resíduos sólidos e Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).

Projeto Diálogos Ambientais
Quinta-feira (29/4), às 16h
Transmissão ao vivo no canal do CNMP no YouTube

Lucas Guedes, do Núcleo de Comunicação Social do Ibict, com informações da Secretaria de Comunicação Social do Conselho Nacional do Ministério Público

Publicado em Notícias

O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), por meio da Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA) realizou, no último dia 17/03, o Treinamento básico em certificação ambiental do café para uma economia de baixo carbono.

O treinamento serviu como capacitação básica em certificação ambiental do café para uma economia de baixo carbono, focado na discussão sobre a rotulagem ambiental tipo 1 (ABNT NBR ISO 14024) e faz parte da última etapa da primeira fase do projeto Avançando e Quantificando a Produção e Consumo Sustentáveis (PCS) para uma Economia de Baixo Carbono - Advance SCP Brasil.

Com o objetivo principal de analisar o potencial de aplicação da rotulagem ambiental tipo 1 para o café brasileiro, o Advance SCP pretende fomentar a economia de baixo carbono por meio da sensibilização e fortalecimento da capacidade nacional quanto ao sistema de selos ecológicos focados no setor cafeeiro para cumprimento do ODS 12 – Consumo e Produção Sustentáveis (metas 12.6 e 12.8).

De acordo com o pesquisador Thiago Rodrigues, um dos responsáveis pelo treinamento, o Ibict foi convidado a participar do projeto em razão de toda sua trajetória e expertise em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e sustentabilidade. O evento contou ainda com a participação dos instrutores Tatiana Pierre Francisco (PNUMA); Antônio José Juliani (Ministério da Economia); e Juliana Gerhardt (Ibict).

Entre os assuntos abordados no encontro, que contou com mais de sessenta participantes de várias instituições do setor, destacam-se temas como economia de baixo carbono, selo ecológico do tipo I, linhas de crédito para facilitar a rotulagem de pequenos e médios produtores e processo para acreditação do rótulo ambiental.

Antes do treinamento, o projeto já havia realizado uma série de atividades desde que foi iniciado, como um estudo de linha de base sobre selos ecológicos existentes com foco no café, que gerou um relatório técnico sobre o panorama das certificações no Brasil com rótulos ambientais tipo 1.

O documento também aponta a percepção dos produtores e dos principais stakeholders sobre desafios e oportunidades para um café brasileiro sustentável e sobre o desempenho ambiental do café brasileiro ao longo do seu ciclo de vida (da semente ao grão torrado e moído), com foco em sua pegada de carbono. Em seguida, foi realizado um workshop para apresentar e discutir os resultados do estudo.

A próxima fase do projeto, já em andamento, prevê uma assistência técnica do Ibict a produtores de café que tenham interesse em conhecer as etapas e os processos para obtenção da rotulagem ambiental tipo 1.

O Advance SCP tem apoio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP), sob coordenação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Ministério da Economia (ME), via Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (SEPEC) e Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação (SDIC). Colaboram ainda o Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) da Alemanha, por meio da Iniciativa Internacional de Proteção do Clima (IKI).

Confira aqui um trecho do treinamento que aborda as diferenças entre certificação e rotulagem e questões que envolvem a rotulagem ambiental tipo 1. Para ter acesso à apostila do treinamento, clique aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) acaba de lançar a publicação “Minimizar a geração de resíduos sólidos: um guia conceitual”, elaborado por Thiago Oliveira Rodrigues, pesquisador e especialista em Avaliação do Ciclo de Vida.

O guia surge dentro do contexto do projeto Amazônia Legal sem Resíduo (ALsR), um projeto financiado pela Fundação Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Funasa/MS) e executado pelo Ibict, órgão vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Para Marcel Garcia de Souza, coordenador de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA), tratar de minimização “é tratar de redução, reuso, reciclagem. Faz-se necessária uma mudança de hábito e dos padrões de comportamento construídos durante muito tempo, o que torna o desafio ainda maior”.

O documento trata de temas como Bioeconomia, Economia Circular, Minimização (na indústria, no comércio, na sociedade civil e no contexto Amazônico) e chama atenção para a questão do consumo, considerado o elo de uma cadeia complexa que impulsiona uma série de processos.

Neste sentido, o pesquisador Thiago Rodrigues aponta que a minimização da geração de resíduos sólidos deve ser pensada desde o ambiente doméstico até o industrial. “Minimizar significa reduzir a geração do resíduo no ato do consumo ou na produção do bem ou serviço. Se o resíduo gerado passa a ser percebido como matéria-prima mal aproveitada, ele será valorizado”.

Outro ponto importante é que o guia se alinha aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mais especificamente ao ODS 12 (Consumo e Produção Sustentável) que visa a produção e o consumo sustentáveis, com foco em ações globais e locais, como alcançar o uso eficiente de recursos naturais.

De acordo com o texto, o guia vai fortalecer ainda mais a mobilização a favor da sustentabilidade ambiental e da implementação da Agenda 2030 no Brasil, contribuindo para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial o ODS 12.

Thiago espera que o guia provoque mudança de comportamento individual e coletivo e que gere uma reflexão em todo ato de consumo para que as pessoas pensem o quanto é possível melhorar a eficiência na gestão de recursos, se é possível não gerar resíduo ou minimizá-lo.

Para ter acesso completo ao documento, clique aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Cada vez mais, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem se mostrado uma das técnicas mais eficazes para medir o desempenho socioambiental de produtos, serviços e organizações e um estudo de ACV depende de bases de dados com inventários de processos que forneçam insumos aos sistemas sob avaliação.

Neste sentido, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) mantém, desde 2015, o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida de Produtos Brasileiros (SICV Brasil), um banco de dados criado para abrigar Inventários do Ciclo de Vida (ICVs) de produtos nacionais.

A ferramenta é um dos provedores da plataforma internacional Rede Global de Acesso a Dados de ACV (GLAD na sigla em inglês) e tem como objetivo manter e assegurar o acesso aos dados de inventários de produtos e processos da indústria brasileira, bem como validar as informações a serem inseridas.

Entretanto, um dos desafios enfrentados neste processo tem a ver com os formatos dos inventários, cujos principais são ecospold e ILCD. Por cada um ter uma estrutura própria, isso pode trazer algumas dificuldades na utilização dos inventários, a depender do software de apoio à ACV usado.

Para minimizar estes problemas, foi lançado o Manual de validação de inventários convertidos de ecospold2 para ILCD, realizado numa parceria entre o Ibict, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o grupo Gyro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

De acordo com o pesquisador do Ibict, Thiago Rodrigues, o documento foi criado porque muitos dos inventários produzidos no Brasil estão no formato ecospold, enquanto o SICV Brasil abriga datasets no formato ILCD, por ser de acesso aberto. “O desafio era converter os datasets (ecospold -> ILCD) sem perda de informação e integridade”, relata.

O documento apresenta, de forma didática, um passo-a-passo para baixar os programas necessários, abrir arquivos, coletar e validar dados que já foram convertidos por meio de um conversor nomeado Lavoisier.

O conversor é um dos resultados do projeto Rota Estratégica de Base de Dados Nacionais de ACV, executado pela UTFPR e pelo Ibict, supervisionado pela ecoinvent, implementado pela ONU Meio Ambiente e financiado pela Comunidade Europeia.

Clique aqui para acessar o Manual de validação de inventários convertidos de ecospold2 para ILCD.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Entre os dias 21 e 24 de setembro, aconteceu o 11º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos (FIRS), realizado desde 2007, que apresenta métodos, tecnologias, produção científica e boas práticas para redução, reuso, reciclagem, tratamento e disposição ambientalmente adequada para resíduos sólidos.

Organizado pelo Instituto Venturi Para Assuntos Ambientais, o evento online contou com a participação dos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Juliana Gerhardt e Thiago Rodrigues, ambos sob a Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA).

Representando a equipe do projeto Amazônia Legal sem Resíduo (ALsR), Juliana apresentou o trabalho “Projeto Amazônia Legal Sem Resíduo: um olhar para a gestão de resíduos a partir da minimização e tecnologias, saúde ambiental e governança” e expôs as principais percepções do público que participou das oficinas realizadas em 2019 nas cidades de Rio Branco, Palmas e São Luís, numa parceria do Ibict com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Entre os assuntos abordados, a pesquisadora destaca a atuação marcante das associações e cooperativas de catadores de cada região, a questão da falta de investimentos para gestão dos resíduos e a dificuldade em elaborar e implementar os planos municipais. “Educação ambiental, responsabilidade compartilhada e capacitação técnica são essenciais para mudanças urgentes e positivas”, conclui.

Em seu painel, Thiago Rodrigues questionou: “A transformação de resíduos sólidos em coprodutos pode reduzir impactos negativos no Meio Ambiente e na Saúde Pública? A partir daí, discutiu a importância de uma abordagem sistêmica para ter uma resposta mais confiável e apresentou o projeto ALsR e o que tem sido feito na região para aproveitar estes materiais.

Para o pesquisador, o FIRS é um dos eventos mais importantes para discutir e construir soluções para a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos no Brasil. “Há muita coisa boa acontecendo! Temos plenas condições de melhorar muito a gestão de resíduos no Brasil”, comemora.

Para saber mais sobre o projeto Amazônia Legal sem Resíduo, clique aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Estudar e monitorar os impactos do uso da terra na água é imprescindível. Este foi um dos motivos pelos quais a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Luane Souza de Araújo, dedicou seu trabalho de conclusão de curso, sua pós-graduação e sua dissertação de mestrado à pesquisa em gestão de recursos hídricos.

Com o objetivo de avaliar os impactos exercidos pelo uso e a ocupação da terra na qualidade da água do lençol freático em área agrícola no Distrito Federal, Luane analisou, em sua pesquisa no mestrado (Universidade de Brasília, UnB, 2016), a qualidade da água de 38 poços piezométricos distribuídos pela Bacia Experimental do Alto Rio Jardim (BEARJ).

Para Luane - que atua nas áreas de hidrologia, gestão de recursos hídricos, conservação da água e do solo, qualidade da água e gestão de resíduos sólidos - a temática de recursos hídricos é extremamente relevante, pois é um bem vital para a existência de todas as formas de vida.

A pesquisadora é bacharela em Gestão Ambiental e mestra em Geografia (Gestão Ambiental e Territorial) pela UnB, técnica em Meio Ambiente pelo Instituto Federal de Brasília (IFB) e pós-graduada em Geografia e Análise Ambiental pela Universidade Estadual do Goiás (UEG).

Clique aqui para conhecer sua dissertação completa e confira abaixo uma breve entrevista com Luane.

Por que você escolheu este tema para sua pesquisa?

A formação em gestão ambiental é bastante multidisciplinar, abrangendo diversas áreas em que poderia atuar. Entretanto, meu primeiro estágio na época da faculdade foi na Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA) e lá foi meu primeiro contato com a gestão de recursos hídricos. Meu segundo estágio foi na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), onde trabalhei na área de hidrologia e, assim, obtive mais conhecimento nesta área. Dessa forma, optei por seguir meus estudos na área de gestão de recursos hídricos, sendo temática do meu TCC, dissertação de mestrado e da minha pós-graduação.

Em sua opinião, o que mudou em relação à pesquisa científica desde que apresentou sua dissertação (2016) até hoje em dia?

A pesquisa científica é e sempre foi importante em todas as áreas de conhecimento. Entretanto, talvez o que tenha mudado seja a percepção das pessoas e de determinadas instituições, principalmente neste cenário de pandemia, pois evidenciou-se tal importância.

Qual a participação da população nas decisões a respeito dos recursos hídricos?

No TCC da minha pós-graduação, analisei a “Percepção dos Cidadãos do Distrito Federal sobre Governança Hídrica e sua Participação Social”, e escolhi o tema justamente por querer entender mais sobre governança e participação da sociedade.

A política federal e distrital de recursos hídricos introduziu novos paradigmas de gestão descentralizada e participativa, com intuito de agregar a sociedade no processo de tomada de decisão, no qual espaços consultivos e deliberativos (instâncias de gestão da água) foram criados com esta finalidade.

Entretanto, com minha pesquisa pude perceber que os entrevistados (200 cidadãos do DF), em geral, não possuem governança hídrica nem participação social no que se refere à gestão das águas, devido à falta de divulgação de informações e a entraves pessoais.

De que forma a questão dos recursos hídricos é afetada com a situação de pandemia em que vivemos?

Aqui podemos destacar dois vieses. O primeiro está ligado ao acesso à água potável e à coleta de esgoto, dois dos pilares do saneamento básico. A falta destes torna inviável a prática de medidas básicas de higiene, deixando milhões de pessoas mais vulneráveis e suscetíveis à diversas doenças. Um exemplo atual é a infecção pelo COVID-19.

E o segundo tem relação com a interconexão do meio ambiente, pois o surgimento de vírus zoonóticos é uma das consequências das mudanças sociais e ambientais. Isto se deve ao fato de ambientes naturais alterados serem mais vulneráveis, favorecendo aos patógenos deslocamento e alcance a outros seres, que não estão preparados para combatê-lo, resultando em surtos, epidemias, endemias e pandemias.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Há cerca de 4 meses, a comissão organizadora da sétima edição do Congresso Brasileiro sobre Gestão do Ciclo de Vida (GCV2020) informou que o evento não seria realizado nos moldes já estabelecidos devido à pandemia do novo coronavírus.

O evento aconteceria em outubro deste ano em Gramado (RS), dois anos após a última edição, que aconteceu em Brasília em 2018, organizada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e promovida pela Associação Brasileira de Ciclo de Vida (ABCV).

Após análises, foi decidido que entre os dias 19 e 21 de outubro de 2020 será realizado o GCV Pocket, um fórum online e gratuito que funcionará como uma espécie de “degustação” do evento presencial, adiado para acontecer de 28 de setembro a 1 de outubro de 2021.

A ideia do GCV Pocket é aproximar os participantes dos palestrantes, promovendo um espaço de discussão virtual em torno da Gestão do Ciclo de Vida a partir de lives relacionadas ao tema. As apresentações de trabalhos serão realizadas apenas no evento presencial, em 2021.

Por meio de suas redes sociais, a comissão informa ainda que esta edição do GCV (que agora passa a se chamar GCV2020/21) contará com a publicação dos anais em dois volumes: o Volume I, em 2020, e o Volume II, em 2021. Cada participante pode optar pela publicação nos anais em 2020 ou em 2021, por meio do preenchimento do formulário disponível aqui.

O prazo para o envio de trabalhos vai até 30 de agosto de 2020 e as inscrições para participação serão abertas em breve. Para mais informações sobre datas e investimento, clique aqui.

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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A relevância em gerir informações para uma boa gestão de resíduos sólidos foi o tema da última live QuartaàsQuatro, promovida pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e transmitida ao vivo pelo canal do Ibict no Youtube.

Vângela Maria Lima do Nascimento, chefe do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural, Habitação e Urbanismo do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e Thiago Rodrigues, engenheiro florestal e pesquisador do Ibict, falaram sobre os entraves e avanços na questão de resíduos sólidos no Acre.

No início do encontro, Thiago contextualizou a atuação do projeto Amazônia Legal sem Resíduo (ALsR), parceria do Ibict com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculada ao Ministério da Saúde (MS) e que já levou suas oficinas para três estados: Acre, Tocantins e Maranhão.

O projeto, que faz parte da Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA), tem por objetivos incentivar a minimização da geração de resíduos sólidos e fortalecer a responsabilidade compartilhada dos gestores municipais e da sociedade civil, a fim de garantir a saúde pública e a qualidade ambiental.

De acordo com Thiago, a gestão de resíduos sólidos depende de uma boa gestão de dados. “A região da Amazônia requer um olhar especial. Temos uma política nacional ampla, vasta e muito bem construída, mas sabemos que para que se torne efetivas, os estados têm de ter suas iniciativas próprias”, relata.

Para Vângela, ainda há muito o que se fazer pela Amazônia e “o papel do MPAC em relação à política de resíduos é algo interessante a partir do momento em que se coloca esta agenda como prioritária no seu planejamento estratégico, contrata equipes, dialoga e integra seu staff e traz experiências de fora”, comenta.

A bióloga apresentou o projeto Cidades Saneadas, que existe desde 2014 e tem auxiliado o estado a resolver algumas questões considerando o contexto amazônico, como cultura, distância, isolamento, fragilidade tecnológica e precariedade de acesso.

Em relação aos Planos Municipais de Saneamento Básico, os resultados da iniciativa mostram um avanço considerável nos últimos cinco anos, com uma evolução de 72% até 2019. Já em relação aos Planos Municipais de Resíduos Sólidos, o aumento foi de 36%.

Para saber mais detalhes sobre estes resultados e sobre a parceria entre Ibict e MPAC, confira o vídeo completo abaixo: 

 

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Acontece no próximo dia 12 de agosto, às 16h (horário de Brasília), mais uma live QuartaàsQuatro, promovida pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). O evento será transmitido ao vivo pelo canal do Ibict no Youtube.

O tema desta edição é “Gerindo informação para a boa gestão de resíduos sólidos: o caso do Acre” e terá como debatedores Thiago Rodrigues, engenheiro florestal e pesquisador do Ibict e Vângela Maria Lima do Nascimento, chefe do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural, Habitação e Urbanismo do Ministério Público do Estado do Acre.

De acordo com Thiago, resíduos sólidos são recursos mal aproveitados e, para entender e aceitar essa afirmação, é preciso conhecer o valor desses materiais, as várias possibilidades de aproveitamento e os diversos impactos socioambientais que causam se forem mal geridos.

Para o pesquisador, a gestão da informação é uma das atividades mais importantes para realizar uma gestão efetiva dos resíduos sólidos. “O projeto Amazônia Legal sem Resíduo está buscando melhorar a gestão de resíduos sólidos na região por meio de diagnósticos quantitativos, análises de percepção, orientações para minimização da geração de resíduos e recomendações de tecnologias de gerenciamento adequadas à realidade regional”, relata.

Neste sentido, a dupla vai abordar o caso do Acre, principalmente pelas parcerias interinstitucionais, como é o caso do envolvimento do Ministério Público (MP) do estado. Assim, o público vai conhecer como o MP tem apoiado os municípios acreanos a resolver esse grande desafio.

Vângela Maria Lima do Nascimento é tarauacaense, filha de gari, bióloga, especialista em Gestão, Auditoria e Perícia Ambiental e gerencia o projeto Cidades Saneadas – Estratégias Integradas para a implementação da Política de Saneamento Básico e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos no Estado do Acre, projeto reconhecido com: 1º Lugar na Categoria Meio Ambiente no 1º Prêmio de Gestão de Inovação; Menção Honrosa entre os 7 melhores trabalhos apresentados no 9º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos; Prêmio CNMP 2019 – Ministério Público um Projeto Muitas Conquistas - 2º Lugar na Categoria de Indução de Políticas Públicas.

Thiago Rodrigues é graduado em Engenharia Florestal pela Universidade de Brasília, com mestrado e doutorado em Ciências Florestais e pós-doutorado no Departamento de Engenharia Florestal/Universidade de Brasília (UnB). No Ibict, é pesquisador em Informação para a Sustentabilidade, editor assistente da Revista Latino-Americana de Avaliação do Ciclo de Vida – LALCA e gestor de qualidade do Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida - SICV Brasil.

Live QuartaàsQuatro

Gerindo informação para a boa gestão de resíduos sólidos: o caso do Acre
12/08, às 16h – horário de Brasília

Link para acompanhar a transmissão ao vivo

Lucas Guedes
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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Na semana em que o Brasil completa 10 anos da data em que foi sancionada a lei que institutiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (02/08/2010), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) apresenta uma entrevista com a pesquisadora e mestre em Desenvolvimento Sustentável, Juliana Gerhardt.

Com bacharelado e licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Juliana tem experiência profissional na área de Gestão Ambiental, atuando principalmente na área de Licenciamento Ambiental. Atualmente é assistente de pesquisa no Ibict, onde desenvolve projetos na área de gestão de Resíduos Sólidos, Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e Informação para a Sustentabilidade na Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA).

Sua dissertação de mestrado, defendida em 2018 na Universidade de Brasília, avalia a relação de qualidade entre o material primário e o secundário no processo de reciclagem de uma liga de alumínio utilizada pela indústria automobilística e como isso contribui para discutir impactos ambientais, econômicos e sociais no mercado da reciclagem.

A pesquisadora aplicou a metodologia de ACV e a fórmula integrada para fim de vida de produtos (testada no programa de Pegada Ambiental do Produto da Comissão Europeia) e foram realizadas análises comparativas entre 15 cenários dentro da modelagem para reciclagem de final de vida da liga, com o uso do software GaBi 6.0 - versão educacional.

De acordo com Juliana, a reciclagem é um processo onde há algum tipo de alteração na constituição do material que está sendo reciclado. “Além disso, sempre há a mistura de algum material de origem primária (material virgem) no material que está sendo reciclado (material secundário), de modo a fornecer ou devolver determinadas propriedades”, explica.

Intitulada “A sustentabilidade da cadeia da reciclagem: a influência das relações de qualidade entre material primário e secundário”, a pesquisa apresenta ainda uma abordagem sobre as políticas públicas voltadas à economia circular, produção e consumo responsável no Brasil, na China e na União Europeia.

Confira abaixo a entrevista e clique aqui para conhecer os resultados da pesquisa.

Há quanto tempo trabalha com a temática da ACV? Por que começou a trabalhar com essa área? 

Conheci e me envolvi com ACV no começo do mestrado em Desenvolvimento Sustentável na UnB, no final de 2016. Meu projeto de pesquisa inicialmente era sobre a importância dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para a reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos industriais, bem como seus impactos sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia. Na época, em conversas com meu orientador, ele me apresentou a Avaliação de Ciclo de Vida como uma ferramenta para medir esses impactos. Desde então, não parei mais.

Como surgiu a ideia de abordar a temática discutida em sua dissertação?  

Minha temática sempre foi com resíduos industriais e reciclagem. Na primeira conversa com meu novo orientador ele disse que tinha interesse em abordar o retorno dos resíduos industriais para as cadeias produtivas. Então, acabou fluindo naturalmente para o tema da minha dissertação, que discute um requisito importante quando se fala no retorno dos materiais para a indústria, que é a qualidade e desempenho desses materiais na fabricação de novos produtos reciclados.

Qual a importância de o meio acadêmico voltar-se para as questões relacionadas à ACV? Considerando a complexidade das discussões na área ambiental, qual a importância de discutir ACV?

De extrema relevância, pois os estudos desenvolvidos a partir de ACV são relativamente novos e pouco explorados. Temos muitas pesquisas ainda a desenvolver utilizando como base os produtos brasileiros, a fim de entender de que forma eles impactam o ambiente, a sociedade e a economia brasileiras. Os estudos de ACV são essenciais para apontar caminhos e estratégias em busca de um desenvolvimento mais sustentável e de uma economia mais circular. Eles também são importantes para dar embasamento científico a muitas questões e subsidiar decisões complexas da área ambiental.

Quais as principais contribuições do seu estudo para o avanço das pesquisas em ACV?

Acredito que a principal contribuição é em relação ao uso da fórmula integrada para fim de vida de produtos, já testada no programa de Pegada Ambiental de Produtos da Comissão Europeia. No futuro, acredito que possamos através de mais pesquisas e estudos, adaptá-la e usá-la aqui no Brasil para medir os impactos ambientais dos fluxos de matéria e energia, das emissões e dos fluxos de resíduos associados a um produto brasileiro ao longo de seu ciclo de vida.

A partir da sua percepção, o que você acha que muda na ACV durante e pós-pandemia?

A pandemia só reforça a necessidade de utilizarmos a ferramenta de ACV para medir os impactos socioambientais, socioeconômicos e de saúde ambiental causados por pandemias e outras doenças ao país e ao mundo. Mas, para isso acontecer, é necessário ter dados! No caso do Brasil, os estudos de Avaliação de Ciclo de Vida podem proporcionar o levantamento de dados para os inventários que poderão alimentar o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV Brasil), gerido pelo Ibict, e com isso permitir conhecer cada vez mais e melhor os produtos, os serviços e os resíduos gerados pelo setor produtivo brasileiro no que diz respeito aos aspectos da sustentabilidade. Os resultados desses estudos utilizando ACV permitirão prever ou prevenir impactos e externalidades, e embasar boas decisões políticas e de gestão estratégica, essenciais em momentos como este que estamos vivendo.

Lucas Guedes e Patrícia Osandón
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

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